Todo mundo quer ter um smartphone que oferece um desempenho rápido e eficiente, mas nem todo mundo consegue isso. Seja porque os telefones mais modestos não entregam essa performance plena, seja porque os fabricantes limitam de propósito esse desempenho.
Um dos principais motivos que leva as pessoas a trocarem seus aparelhos é justamente o desgaste do hardware, que acaba tornando-os mais lentos e obsoletos. O que muitos não sabem é que existe um fator adicional que pode afetar o desempenho do smartphone: o throttling, ou ‘estrangulamento’, em livre tradução.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é esse tal throttling, para que você possa evitar o indesejado efeito colateral promovido (em partes) pela obsolescência promovida pelos fabricantes de smartphones e desenvolvedores de software.
O que é o throttling?
O throttling é uma prática que vem sendo adotada por alguns fabricantes de telefones, como a Apple, Google e Samsung, e tem gerado polêmica entre os usuários. Essa técnica, que também é utilizada em serviços, software e hardware, consiste em limitar o desempenho do dispositivo quando certas condições são atingidas.
Quando falamos do throttling de aplicativos, isso pode impactar diretamente o desempenho dos apps que utilizamos no dia a dia. As empresas escolhem alguns softwares específicos e alteram a forma como elas interagem com a GPU (Unidade de Processamento Gráfico) e a CPU (Unidade Central de Processamento) dos telefones.
Como resultado, o desempenho desses aplicativos é reduzido, levando a tempos de carregamento mais longos e uma frequência de atualização de fotogramas inferior. Em jogos, por exemplo, é comum detectar atrasos, travamentos e uma menor qualidade gráfica.
Como o throttling afeta o hardware?
Além do throttling de software, existe também o throttling de hardware, que envolve a redução do desempenho de componentes como a CPU e a GPU.
Quando esses componentes atingem determinadas condições como uma temperatura elevada, ocorre uma diminuição geral do seu rendimento. Essa prática é realizada de forma automática, sem avisar o usuário, o que torna a questão ainda mais delicada.
O throttling não é apenas uma lenda urbana, mas uma realidade que tem causado dores de cabeça e penalidades para alguns fabricantes. No ano de 2022, a Samsung foi acusada de throttling em mais de 10.000 aplicativos Android, e essa não foi a primeira vez que a empresa enfrentou essa polêmica. Em 2013, ela já havia sido descoberta e multada por essa prática.
Outro caso de destaque foi o da Apple, que admitiu o throttling nos modelos de iPhone 6 e 6s, o que resultou em processos judiciais e uma queda na confiança dos consumidores.
Recentemente, mais um gigante da indústria entrou na lista dos envolvidos: o Google.
Foi descoberto que a empresa estava realizando um throttling térmico no modelo Pixel 7A, limitando o desempenho do dispositivo quando a temperatura atingia níveis mais altos. Essa descoberta reforça a necessidade de os fabricantes serem transparentes em relação a essas práticas e de fornecerem informações claras aos consumidores.
Conclusão
O throttling em smartphones é um problema que afeta diretamente a experiência do usuário e coloca em xeque a ética das empresas envolvidas. Os consumidores têm o direito de esperar um desempenho adequado de seus dispositivos, especialmente considerando o alto investimento financeiro que muitas vezes é necessário para adquiri-los.
É fundamental que os fabricantes revejam suas práticas e se comprometam com a transparência e a melhoria contínua, garantindo uma experiência satisfatória para os usuários de seus produtos.
No final das contas, os consumidores devem estar atentos a essas práticas e exigir que as empresas sejam responsáveis e éticas em relação ao desempenho de seus dispositivos. Afinal, é nosso direito ter um smartphone que funcione de acordo com as nossas necessidades e expectativas.