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Quem está disposto a pagar R$ 3 mil ou mais em um smartphone?

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A Sony lançou uma versão Premium do Xperia Z5, e o modelo apenas corrobora com uma tendência que se tornou muito forte em 2015: uma linha de smartphones premium com preços onde ‘o céu é o limite’.

Não falo exclusivamente do preço desses dispositivos, que estão um degrau acima da linha alta mais cara, mas também das características que estabelecem um ponto de desequilíbrio diante de uma concorrência feroz em um segmento já saturado.

 

O valor diferencial já não está na linha alta

Nos últimos anos, e nos smartphones que testamos no TargetHD, vimos uma aproximação quase completa dos principais fabricantes entre os modelos top de linha. Primeiro essa pouca diferença veio pelas características, o que fez com que em poucos anos a linha alta recebesse um padrão de especificações que incluíam telas de similar diagonal, processador e RAM idênticas (se não nos números, em desempenho) ou na memória interna.

Apenas restavam detalhes relacionados com o tipo de tela, resolução da mesma ou a câmera. E aqui o ano de 2015 acabou igualando os 3 ou 4 smartphones que aspiram o título de melhor modelo do ano, não apenas na qualidade, mas também nas vendas.

Porém, o design e o acabamento está desequilibrando a balança nos últimos anos. Mas nem aí a diferença era tanta, e com pouquíssimas exceções temos um produto com melhores materiais, menor espessura e peso.

A nova linha Premium parece querer se aproveitar da máxima igualdade na linha alta no relacionado às especificações e a perda de valor real dos modelos mais caros diante de uma linha média que já é uma ameaça real. Mas essa igualdade que faz com que eles se destaquem e conquistem cota de mercado se complica quando analisamos somente os modelos top de linha.

O aumento de qualidade nos dispositivos com preços de até R$ 1.000, tanto na tela como em desempenho e câmera, trouxeram uma ideia de relação custo-benefício muito mais vantajosa do que aquela que se obtém com um modelo de linha alta, entre R$ 1.500 e R$ 2.500 no seu lançamento.

Curiosamente, essa linha média com maior potencial não está dominando o setor. Dos últimos modelos que surpreenderam na relação custo-benefício, temos o Alcatel OneTouch Idol 3, a linha Honor da Huawei, o One Plus One… sem falar no onipresente Motorola Moto G.

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E é nessa brecha que a linha premium quer se fazer. Por enquanto, ela se vale de características exclusivas, mas também, de forma colateral, por serem modelos inalcançáveis para a maioria no quesito preço. Um não vai querer admitir que um modelo que lhe custou R$ 3.000 ou mais é pior que outro. Certo?

 

Linha premium: apenas para os bolsos muito preparados

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Mas… quem são esses ‘novos ricos’ dentro do segmento de smartphones?

Por enquanto, os dois grandes exponentes dessa linha premium são a Samsung e a Sony. Os modelos desses fabricantes não apareceram do nada, e não contam com concorrentes dentro dos seus respectivos catálogos. Na verdade, como são recém lançados no mercado, eles basicamente personificam a alma da linha premium.

O Samsung Galaxy S6 Edge clona as características do igualmente completo Galaxy S6, mas conta com uma tela curva nas laterais. O seu design é fenomenal, mas a tela curva só agrega valor sugerido para o produto, em uma diferença considerável.

Não contente com o Galaxy S6 Edge, a Samsung repetiu a jogada com o Galaxy S6 Edge Plus. Igualmente caro.

Aliás, bem sabemos que não são colocadas telas com maior resolução para não prejudicar o desempenho da bateria… a não ser que você queira um modelo com uma bestial tela 4K, apenas para chamar a atenção. Foi o que a Sony fez: repetiu a estratégia da Samsung, e colocou ênfase em um único elemento que serve como ‘desculpa’ para posicionar um modelo como premium. Eles mesmos decidiram batizá-lo assim.

O Sony Xperia Z5 Premium não difere do modelo normal, exceto as 0.3 polegadas a mais de tela, e a resolução, que sai dos já extraordinários 2K para absurdos 4K. Esse adição, que só repercutem na mídia não interferem no bom desempenho ou qualidade da imensa maioria de atividades no smartphone, e só resultam em um preço consideravelmente maior do que os demais modelos mais modestos, que fazem exatamente a mesma coisa.

No Sony Xperia Z5 Premium (que ainda não tem preço ou lançamento definido no Brasil), esse aumento de resolução de tela aumenta o preço do dispositivo em 100 euros (de 699 para 799 euros). É um preço próximo ao do ‘rei’ da linha premium ‘sem querer’: o iPhone.

A Apple, que não adiciona nada de especial além da capacidade, posicional o seu iPhone 6 Plus com 128 GB de armazenamento nessa categoria ‘premium’, custando mais de R$ 4.000 no Brasil. Tudo bem que a Sony quer ganhar dinheiro com a sua divisão de smartphones, e de forma quase desesperada, mas para isso, a empresa quer cometer verdadeiras loucuras.

Aliás, a Sony e a Samsung se esquecem que não são a Apple nesse aspecto. E a missão das duas (de fazer dinheiro na linha premium) é uma das mais complicadas.


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