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Apple perdeu o medo de falar abertamente em “Inteligência Artificial”

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Na vida, as coisas mudam. Em alguns casos, se transformam. E a Apple viu a necessidade de transformar a sua visão e comunicação em torno da Inteligência Artificial (IA) em seus produtos e serviços.

Apesar de não mencionar explicitamente a IA na WWDC 2023, a Apple a citou com frequência em seus resultados trimestrais recentes. Isso sinaliza um foco crescente nessa tecnologia como um próximo grande impulsionador de crescimento para a empresa.

Como consequência disso, a Inteligência Artificial deve impulsionar a maior revolução da história do iPhone, se tornando uma presença evidente no iOS 18.

Ao que tudo indica, a Apple perdeu o medo da IA. E agora, quer convencer os usuários que também não precisam ter medo de uma Siri que pode ir além de invocar o WhatsApp enquanto você está com as mãos ocupadas preparando o almoço.

 

A IA é uma grande promessa no iPhone

As vendas do iPhone, principal fonte de receita da Apple, estão crescendo a um ritmo mais lento do que o desejado. A concorrência existe, e já abraçou a IA nos seus produtos.

A diversificação em outros produtos como Apple Watch, AirPods e iPad ainda não compensou totalmente essa desaceleração, mostrando que o modelo de negócio de ecossistema de produtos é financeiramente menos eficiente que o planejado.

Diante deste cenário, a Apple finalmente encara a IA como uma via de inovação para convencer o seu usuário a seguir investindo dinheiro em um iPhone que não recebe uma transformação de conceito relevante há muito tempo.

A IA oferece um enorme potencial para impulsionar o crescimento da Apple em diversas áreas, como:

  • Serviços: aprimorando a App Store, iCloud, Apple Music, Apple Pay e Apple TV+.
  • Produtos: oferecendo recursos inovadores para iPhones, iPads, Macs e outros dispositivos.

Ou seja, ou a Apple começa a se comunicar com o consumidor de forma direta sobre a presença da Inteligência Artificial no iPhone e em outros produtos da empresa, ou começa a perder os usuários mais antenados em tecnologia, que já estão utilizando o ChatGPT e o Gemini em outros dispositivos.

E como a experiência de uso dessas duas plataformas é melhor no Android do que no iPhone…

…já sabe o que acontece. Certo?

 

Uma linguagem híbrida

A Apple provavelmente adotará uma abordagem híbrida para o desenvolvimento de IA, combinando o desenvolvimento interno de soluções com parcerias estratégicas envolvendo outras empresas e desenvolvedores.

A gigante de Cupertino certamente está investindo em pesquisa e desenvolvimento de sua própria IA, mas os rumores mais recentes falam sobre uma possível colaboração estratégica com a OpenAI para melhorar a Siri com a ajuda do ChatGPT.

Os investimentos podem se reverter em lucratividade, mas isso vai levar algum tempo para acontecer. E me pergunto se os investidores da Apple terão tanta paciência.

Por outro lado, a Apple possui um histórico de gerenciamento financeiro prudente, e muito provavelmente vai priorizar um modelo de investimento que equilibre a inovação e retorno a longo prazo.

Dessa forma, é crível pensar que a IA vai chegar ao iPhone (e aos demais produtos da empresa) aos poucos. Quem sabe apenas nos modelos Pro e Pro Max do telefone, em uma possibilidade que já antecipei aqui no blog.

É preciso lembrar que a Apple possui um perfil de investimento em IA diferente da Meta, que está apostando pesadamente em LLMs (Large Language Models) proprietários.

A gigante de Cupertino pode optar por um modelo híbrido justamente para evitar custos excessivos e garantir a flexibilidade dessa adoção de tecnologia em seus produtos.

Mesmo porque todo mundo sabe a pilha de dinheiro que Mark Zuckerberg está gastando no desenvolvimento de sua IA. Há quem diga que a Meta está na frente neste aspecto, e vai dominar o setor a médio e longo prazos.

Mas tudo isso pode dar muito errado, tal e como aconteceu com o Metaverso, que ainda é um jogo do Nintendo Wii U metido a besta.

De qualquer forma, a verdade é uma só: a Apple finalmente admitiu que vai trabalhar com a Inteligência Artificial integrada nos seus produtos e serviços, e todo esse investimento estratégico (inclusive com os preparativos para abordar o tema de forma direta na WWDC 2024) são provas claras disso.

Pode até ser que o iOS 18 não receba toda a quantidade de IA que os usuários esperam ou desejam. Mas é um começo de uma jornada que, ao que tudo indica, não tem volta.


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