Os Androids de entrada estão evoluindo. Os aparelhos ditos “econômicos” começam a contar com um material mais robusto, e uma tabela de especificações mais completa. Um exemplo disso é o Motorola Defy Pro, o mais recente lançamento nesse segmento da empresa, que conta com configurações boas o suficiente para ter uma performance bem aceitável para sua proposta. E, de quebra, é resistente aos imprevistos cotidianos. A seguir, mostramos os principais detalhes do produto.
O Motorola Defy Pro chegou ao mercado brasileiro no meio do mês de julho de 2012, ou seja, quando esse review for ao ar, ele vai ter apenas uma semana nas lojas. E como esse é um dos primeiros reviews a serem publicados sobre o aparelho, essa é uma excelente oportunidade para você ter um parecer do smartphone cujo comportamento será praticamente o mesmo do modelo que você vai encontrar nas lojas. Uma curiosidade: apesar da TIM ser a primeira operadora a oferecer o modelo no mercado, a unidade que chegou para testes vem com o selo da Vivo, mas devidamente desbloqueado, como manda a lei.
O modelo combina características e detalhes físicos de outros aparelhos que seguem a mesma tendência desse tipo de produto: linhas sérias, detalhes bem trabalhados, teclado com muitos detalhes, e acabamento robusto. Mas alguns diferenciais ficam claros no Defy Pro. Por exemplo, esse modelo oferece os seus botões de comando do Android (Menu, Home, Voltar e Busca) junto com os botões direcionais (na verdade, nas laterais do botão central, que possui os botões direcionais ao redor), o que faz com que sua tela seja um pouco maior que a dos seus concorrentes. Além disso, a interface adotada pela Motorola para otimizar o Android com os recursos desse modelo faz com que o usuário tenha um pequeno ganho na visualização de elementos de tela, como páginas de internet e aplicativos de redes sociais. Mas falo disso daqui a pouco.
O Motorola Defy Pro tem uma ótima pegada. Apesar de ser mais espesso que o padrão dos modelos atuais, ele é bem confortável na hora de digitar e durante a conversação. Para quem vai utilizar o smartphone por muito tempo digitando e-mails e mensagens nas redes sociais, o aparelho não vai causar muita fadiga. Não pelo seu design.
Na parte superior, temos o alto-falantes do aparelho, o notificador de recebimento de mensagens (que funciona muito bem), o sensor de luminosidade, e a câmera frontal, para videochamadas. Os alto-falantes são bons, com um bom nível de volume (pelo menos é audível quando você está no meio da rua). O sistema de notificação pode ser ajustado para que, de tempos em tempos, o Defy Pro acesse a rede de internet (WiFi ou 3G) para atualizar e-mails, redes sociais e derivados, além de alertar sobre o recebimento de mensagens SMS. O sensor de luminosidade funciona de forma razoável (em outros modelos ele tem uma maior influência, mas isso não chega a ser um ponto negativo) e a câmera frontal é bem básica, e serve mesmo apenas para que alguém veja você do outro lado. Fotos e vídeos no modo auto retrato não são recomendados com essa câmera frontal.
O teclado é outro ponto que precisa ser observado com um cuidado em especial. Ele lembra muito um teclado dos tradicionais BlackBerrys, com a típica inclinação anatômica nas teclas, permitindo um melhor encaixe dos polegares. O teclado é bem completo, com as suas funções e teclas especiais com fácil acesso. Porém, durante os testes, eu percebi que o teclado possui uma resistência um pouco maior do que outros modelos na sua mesma categoria.
De fato, esse teclado é um pouco menos confortável para um smartphone que tem como objetivo principal oferecer uma digitação mais ágil para redes sociais e e-mails. Por outro lado, todo produto tem uma coisa chamada “linha de aprendizado”, e com o Defy Pro não é diferente.
No começo, a tendência é que você fique pressionando as teclas com mais força, para ter a certeza que a tecla vai responder da forma como você deseja. Mas com pouco tempo, você percebe que, com um digitar mais natural, você pode produzir os seus textos de forma prática e rápida sem muito esforço. Aqui, eu recomendo que, caso você tenha a chance de testar pessoalmente o smartphone, que faça-o, e faça a escolha do aparelho com maior certeza. Se você vai comprar o produto pela internet, recomendo que você tenha paciência, e passe pela curva de aprendizado com o teclado, que é relativamente curta. Aqui, com dois dias de uso intenso, eu consegui me adaptar ao teclado, e o ato de digitar foi bem mais confortável.
Como eu disse antes, o Motorola Defy Pro é um aparelho espesso, perto dos smartphones mais badalados do momento. Mas isso não significa que ele não é um telefone com pegada confortável. Vai fazer um pouco mais de volume no bolso da calça ou do paletó, mas acho que para quem busca esse tipo de smartphone (Android com teclado QWERTY físico), a relação custo/benefício é uma das melhores. Falo disso mais para frente nesse review.
Na lateral superior direita, temos os botões de controle de volume de chamadas e do alto-falantes do aparelho. Vale também destacar o acabamento lateral emborrachado, com um material resistente, que passa uma maior sensação de segurança no uso cotidiano. Bom, pelo menos não ficam marcas de dedo, e as chances de quedas são menores.
Na lateral inferior esquerda, temos o conetor para o cabo USB, que atua como porta de comunicação de dados e recarga da bateria.
Na parte superior do smartphone encontramos o conector para fones de ouvido, e o botão de liga/desliga e bloqueio do aparelho. Tudo com fácil acesso, sem complicar muito.
Visão geral da parte traseira do smartphone. Detalhe para a sua tampa com acabamento metalizado, que reforça ainda mais a sensação de segurança do produto. E com uma tampa traseira que eu considero uma das mais bem sacadas entre os dispositivos móveis.
Sua câmera de 5 megapixels com flash LED é considerada razoável. É o suficiente para você enviar as fotos clicadas para as redes sociais como Twitter e Facebook, enviar para os seus contatos no Instagram, ou para mensagens multimídia. Mas nada além disso. Por outro lado, o foco do Defy Pro é a produtividade e o fator economia. Logo, é compreensível que sua câmera seja o elo mais fraco do produto.
Pode ser um diferencial pouco relevante, mas gostei desse fecho para a tampa do smartphone. É uma solução simples, prática, e que evita que as linguetas de plástico se quebrem em um mal encaixe. Aqui, ponto da Motorola, pois está bem alinhado à proposta mais séria do Defy Pro.
Simples, prático e funcional. Encaixou, deslizou o fecho, e pronto.
Outro excelente destaque do Motorola Defy Pro está na sua bateria. Essa é uma bateria de 1.650 mAh, que combinados com uma interface bem ajustada do Android, um processador de 1 GHz e 512 MB de RAM, oferece uma ótima autonomia de bateria. Em testes, ele ficou pelo menos um dia completo trabalhando de forma intensa, e dependendo dos recursos que você vai deixar habilitados ou não (GPS, WiFi, 3G, etc), sua autonomia pode ir um pouco além disso. Em standby, ele passou cinco dias ligado, e o seu nível de bateria só atingiu os 60% no quinto dia. Ou seja, para um produto com a sua proposta, é uma excelente notícia, e algo que certamente pode inclinar os compradores em potencial para escolher esse aparelho.
Visão geral do slot para o chip SIM e para o cartão de memória. Só o slot para chips SIM fica embaixo da bateria, felizmente.
Bom, hora de ligar o smartphone.
O Android presente no Motorola Defy Pro é o 2.3.7 (Gingerbread), e a Motorola fez uma boa adaptação da interface do sistema operacional para esse modelo, com modificações importantes na interface. Algumas delas são detectadas na tela principal. Os ícones de chamadas, câmera, mensagens e “todos os aplicativos” estão em uma espécie de um “dock virtual”, que aparece de forma prioritária na tela principal do Android. Nas demais telas, ela fica oculta, e pode ser ativada quando você assim precisar. Além de outras customizações que vamos ver a seguir.
Outra novidade dessa interface são esses pequenos “hubs sociais”. O Defy Pro pode exibir automaticamente os contatos mais utilizados pelo usuário, tanto no histórico de chamadas quanto no número de interações nas redes sociais. Essa é uma grande sacada, principalmente para os usuários iniciantes. Oferece uma praticidade maior para os usuários, deixando o acesso mais rápido aos mais solicitados, além do fato que é sempre bom evitar perder tempo buscando na agenda do smartphone.
Esses mesmos hubs também estão disponíveis para os aplicativos mais utilizados pelo usuário. Também é possível adicionar manualmente tais aplicativos, para facilitar o seu acesso. Novamente, é muito bem vinda essa proposta de interface, pois facilita muito a vida do usuário, pela praticidade e comodidade.
Outra boa novidade do Defy Pro são os hubs de conectividade. Como o smartphone tem uma tela reduzida, para não ocupar muito espaço com tais ícones na aba de notificações, eles tiveram a ideia de disponibilizar os hubs de acesso ao WiFi, rede de dados 3G, modo avião, GPS, entre outros. Normalmente os usuários Android precisam “correr atrás” de widgets que atue principalmente como botão de “liga/desliga” do 3G, e o acesso em ícones direto de uma das telas do smartphone é mais prática do que buscar na aba de notificações. E aqui, de novo, quem agradece são os usuários novatos, que podem se perder entre abas e widgets escondidos.
Sua tela tem bom nível de brilho, e permite uma boa visualização em ambientes com luz artificial. Debaixo da luz solar, fica mais complicado ver as informações exibidas. Mas como sua bateria é um pouco melhor que a média, você pode calibrar o brilho para poder ver melhor o conteúdo da tela ao ar livre.
Outro detalhe importante dessa versão do Android do Defy Pro é que ele deixa todos os ícones do sistema devidamente organizados em ordem alfabética. Não importa qual o tipo de aplicativo que você vai instalar: a ordem dos ícones vai ser sempre organizada automaticamente, facilitando assim a localização do aplicativo desejado.
Como todo smartphone com esse tamanho de tela, a visualização das informações na tela ficam em tamanho reduzido, e esse pode ser um incômodo para quem já está com a vista comprometida. Por outro lado, o seu toque de tela é razoavelmente sensível, e você não precisa fazer muito esforço na hora de acessar ícones de aplicativos, ou navegar pelas telas da interface.
A performance geral do Motorola Defy Pro é boa, se levarmos em consideração a sua configuração. Como disse antes, a Motorola fez um bom trabalho ao customizar a sua interface para esse tipo de modelo (tela menor, teclado físico, etc), e não simplesmente colocar o Android do jeito que ele é em um telefone com tela menor.
Essas modificações fizeram com que o aparelho tivesse uma performance mais ajustada, e durante os testes, não foram percebidos os típicos travamentos e falhas que encontrei em outros modelos. Em termos de performance, o Defy Pro foi o smartphone com tais características com melhor performance, me impressionando positivamente.
Por fim, o Motorola Defy Pro está APROVADO. Pesando os seus prós e contras, o modelo tem um saldo positivo na sua autonomia de bateria e na performance geral do smartphone. Seu preço é um pouco mais elevado que os seus concorrentes (na TIM ele custa hoje R$ 819, mas este valor pode variar de acordo com a operadora escolhida), mas o fato de oferecer um processador de 1 GHz, Android ajustado para a sua proposta, e a durabilidade da linha Defy compensam o investimento a mais. É um smartphone de entrada, para quem vive no Twitter e Facebook, mas também é indicado para quem não quer errar na hora de digitar e-mails para o chefe.
Para mais informações sobre o Motorola Defy Pro, clique aqui.