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Por que ainda não existem processadores de 128 bits?

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Muito provavelmente você não fez a pergunta que dá título para este artigo. Mas sempre tem alguns leitores que são mais curiosos, o que me leva a produzir esse conteúdo para atender a esse público.

Smartphones, computadores, consoles de videogames e outros dispositivos contam hoje com processadores de 64 bits, que se tornaram muito comuns hoje em dia. Alguns dispositivos ainda utilizam a tecnologia de 32 bits, pois se adaptam melhor a este formato de arquitetura de hardware.

Porém, algumas pessoas se perguntam por que ainda não vemos processadores de 128 bits no mercado. E neste artigo, vou explicar os motivos por trás dessa ausência, mostrando a importância dos bits e sua relação com a capacidade de processamento.

 

Entendendo os bits

 

Os bits, que são a menor unidade de informação na computação, são representados por dois dígitos: 0 e 1. Enquanto nós, humanos, utilizamos o sistema decimal de 10 números (0 a 9), os computadores trabalham no sistema binário, onde apenas dois números são usados. Por exemplo, o número 12 em binário é representado por 1100, e o número 523 por 1000001011.

Compreender que números maiores exigem grupos maiores de zeros e uns é fundamental para entender a evolução dos processadores. Nos primeiros computadores comerciais que chegaram ao mercado na década de 80, eram utilizados processadores de 8 bits. Isso significa que eles podiam trabalhar apenas com números de 0 a 255, já que 256 em binário é representado por 100000000, ou seja, 9 bits.

Essa explicação é muito breve e superficial sobre um tema que tende a ser mais complexo. Porém, é importante para uma compreensão básica do conceito, para que possamos expandir o entendimento para responder a pergunta que dá titulo ao artigo.

 

O progresso dos bits nos processadores

Inicialmente, essa capacidade limitada a 8 bits era suficiente para realizar determinadas tarefas nos primeiros PCs. No entanto, à medida que os processadores se tornaram mais poderosos e demandas mais complexas foram impostas aos computadores, era necessário lidar com números cada vez maiores.

Foi assim que surgiram os processadores de 16 bits e, posteriormente, os de 32 bits. Com um processador de 32 bits, é possível codificar 4.294.967.295 números, o que permitiu, por exemplo, a exibição de mais cores simultaneamente na tela, ou a realização de operações e transferências de dados mais rápidas.

É importante notar que, com 32 bits, somente é possível endereçar cerca de 4.294 milhões de posições de memória, o equivalente a aproximadamente 4 GB de RAM.

À medida que tarefas como edição de vídeo, edição gráfica, análise de dados e jogos começaram a exigir mais do que 4 GB de RAM, foram lançados os processadores de 64 bits. Esses processadores são capazes de lidar com números impressionantes, chegando a 18.446.744.073.709.55.615, o que equivale a 18,4 bilhões de GB ou 18,4 Exabytes.

 

Então… por que não existem os processadores de 128 bits nesse momento?

E mesmo após a rápida evolução dos processadores, não vemos processadores de 128 bits no mercado atualmente. E a explicação é a mais básica e objetiva possível: simplesmente não precisamos deles. Os processadores de 64 bits atendem às nossas necessidades por enquanto, e isso vai continuar por um longo período.

Embora existam componentes especializados como o barramento de memória que possam usar 256 ou 384 bits, eles são hardware altamente especializado, projetado para tarefas específicas. Ou seja, não existe a necessidade de desenvolvimento de processadores de 128 bits para a tecnologia que utilizamos hoje. A evolução dos últimos 20 anos foi suficiente para todo o avanço tecnológico que registramos até agora no cenário informático.

É claro que esse quadro pode mudar no futuro, e a tendência é que mude. Mas isso só deve acontecer em um futuro em que muito provavelmente o cenário informático será completamente diferente do atual.

E é isso. Pergunta respondida. Podemos passar para a próxima questão.


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