Mudou tudo na Marvel Studios, e você não deveria ficar indignado com essas mudanças. Na verdade, deveria é agradecer, pois Kevin Feige está cuidando da overdose de lançamentos que o estúdio promoveu nos últimos anos.
A conclusão da greve dos atores não implica na recuperação imediata de Hollywood, como demonstrado pelas decisões estratégicas da Disney. Em resposta ao cenário atual, a Marvel Studios anunciou uma série de adiamentos que afetarão significativamente os blockbusters programados para 2024.
Vamos explicar todas as mudanças, e mostrar por que essa foi a melhor coisa que poderia acontecer para o Universo Cinematográfico da Marvel, que estava mais bagunçado do que a DC (mentira, só quis colocar uma piada aqui).
Deadpool 3 está sozinho em 2024 (ou melhor, com o Wolverine)
O lançamento de ‘Deadpool 3’ foi adiado em três meses, passando de 3 de maio para 26 de julho, impactando diretamente em todo o calendário cinematográfico da Marvel Sudios. A consequência mais flagrante dessa mudança é que o filme será o único lançamento do MCU para 2024, e você terá que aceitar isso pacificamente.
A data de lançamento de ‘Capitão América: Brave New World’, originalmente prevista para julho de 2024, foi adiada para 14 de fevereiro de 2025, acompanhada de especulações sobre extensas sessões refilmagens, recriando partes substanciais do filme durante esse período de adiamento.
E isso parece ser uma norma para a grande maioria das produções de Hollywood, uma vez que roteiristas e atores voltaram aos estúdios.
Outras produções do MCU tiveram datas de lançamento alteradas. ‘Thunderbolts’ foi deslocado de 20 de dezembro de 2024 para 25 de julho de 2025, e ‘Blade’, uma produção há muito alterada por problemas de produção, enfrenta seu terceiro adiamento, passando do original 3 de novembro para 7 de novembro de 2025, mesmo sem ter iniciado as filmagens.
E… antes de continuar… vale lembrar que a Marvel Studios não está sozinha nessa ideia de reduzir os lançamentos de filmes relacionados ao universo de heróis de quadrinhos. A DC, que passa por uma reformulação ainda mais profunda com o novo DCU, não vai lançar nenhum filme conectado ao novo mundo criado por James Gunn em 2024, e os fãs da editora “terão que se contentar” com a continuação de “Coringa” e nada mais.
Foco na qualidade, deixando de lado a quantidade
A decisão histórica da Marvel de priorizar qualidade sobre quantidade é um enorme desafio para o estúdio, especialmente diante das mudanças no cronograma. É a primeira vez desde 2008 que o MCU só vai receber um filme em 12 meses, mostrando o desejo claro de focar nas histórias, deixando de lado a ideia de escala industrial de filmes e séries estabelecida por Bob Chapek.
A ideia da Marvel Studios é “retomar a normalidade” de lançamentos em 2025, com três filmes programados. Logo, 2024 será fundamental para rever os planos e também a qualidade das histórias em desenvolvimento.
A Marvel Studios ainda procura respostas para perguntas importantes e imediatas. Por exemplo, não sabemos qual será o destino de Kang se os problemas legais de Jonathan Majors perdurarem por mais tempo (e esse problema pode ser resolvido facilmente com um termo: VARIANTE).
Outra questão a ser respondida é o destino das séries da Marvel no Disney+. Uma das soluções apresentadas é o selo Marvel Spotlight, que vai apresentar séries de arco fechado e que dispensam a obrigação de acompanhar todas as produções do MCU para entender as histórias ali apresentadas.
Tudo leva a crer que teremos um grande reboot no MCU com os conceitos do multiverso e as Guerras Secretas encaminhadas. Há quem diga que os personagens que já perderam a vida no Universo 616 podem voltar nesse novo mundo, ou que a Marvel está disposta a apelar e trazer de volta Robert Downey Jr. e Scarlett Johansson como Tony Stark e Natasha Romanoff. Essa é uma ideia que me incomoda, pois invalidaria parte de tudo o que assistimos ao longo de mais de 30 filmes.
Por fim, todo mundo sabe que Kevin Feige não será eterno como chefão da Marvel Studios (e da Marvel Comics). Logo, pensar em quem vai sucedê-lo e como isso será feito é algo que a Disney e a Marvel já devem ter em mente para garantir a manutenção criativa desse universo.
As decisões estratégicas da Disney
Além da alteração no calendário do MCU, a Disney optou por adiar o prequel de ‘O Rei Leão’, ‘Mufasa’, do verão para o inverno, agora com lançamento marcado para 20 de dezembro de 2024. E esse ainda é o menor dos problemas para o estúdio.
O cenário atual sugere que as franquias milionárias terão sérios problemas em manter o seu modelo de negócio. A Marvel terá que trabalhar com orçamentos menores, repensando o tempo todo a qualidade de suas produções, ao mesmo tempo em que tem que se alinhar com histórias melhores, se conectando com um público que está cansado com o “mais do mesmo”.
O fim da greve dos roteiristas e dos atores vai resultar em uma nova dinâmica para Hollywood, e a Marvel Studios não deve escapar disso. Para ver o Tony Stark de Robert Downey Jr. de novo nas telas, o esforço concentrado de todos os envolvidos será maior a partir de agora.
E independentemente se isso vai acontecer ou não, Kevin Feige sabe que tudo o que os fãs da Marvel mais desejam é serem surpreendidos com histórias envolventes, tal e como testemunhamos recentemente com Loki.
Logo, tantos adiamentos no Marvel Studios precisam ser vistos como algo muito positivo. É uma maneira de reorganizar a Casa das Ideias, se alinhando mais com as exigências dos fãs.
Dar um tempo de vez em quando pode ser algo positivo para qualquer relação. Menos é claro no caso de Ross e Rachel.
Via THR