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Google Pixel Watch é só mais um mesmo…

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Então… ficou faltando escrever algumas coisas sobre o Google Pixel Watch, o primeiro smartwatch da gigante de Mountain View.

Antes de começar, quero deixar bem claro que não produzi este artigo antes por descaso ou falta de interesse. Foi falta de tempo mesmo: neste exato momento, estou a poucas horas de seguir viagem para São Paulo, algo que deveria ter acontecido em janeiro, mas toda essa crise sanitária global que o mundo enfrentou nos últimos dois anos e meio me obrigaram a cancelar a viagem de última hora.

Mas eu estou aqui, vivendo esse momento lindo que é escrever algumas palavras sobre o Google Pixel Watch, um produto que finalmente revelou todos os seus detalhes e segredos.

 

Como o Pixel Watch nasceu?

O Google Pixel Watch existe hoje muito em parte por causa do movimento de compra da Fitbit por parte da Google em 2019. Desde aquela época que muitos afirmavam que a empresa iria lançar no futuro um relógio inteligente “made by Google”, e isso finalmente aconteceu.

Tudo bem… os analistas tiveram que esperar por três anos para dizer que estavam cobertos de razão. Mas fato é que o produto existe, e é isso o que realmente importa. Exercícios de futurologia só se confirmam com a realidade prática dos fatos, que podem levar mais ou menos tempo para serem confirmados.

Diante de tudo o que aconteceu com o Google Stadia (e, principalmente, após constatar como esse projeto de jogos de videogame por streaming terminou), não dá para ficar colocando muita pilha nos projetos do Google. Ou seja, não será surpresa alguma se a empresa emitir uma nota informando que o Pixel Watch morreu depois de três anos de vida.

Principalmente com esse gosto amargo e desagradável que ele deixa na boca de muita gente logo de cara, já que o dispositivo conta com especificações um pouco mais modestas do que muitos esperavam em um produto assinado pela Google e quer ser uma referência dentro do seu segmento.

Aliás, se não estou enganado, na época em que ele foi oficialmente apresentado (em maio de 2022, durante o Google I/O) eu cheguei a mencionar que ele corria o risco de ser “apenas mais um smartwatch e nada mais” se a Google não apresentasse algo mais interessante no evento de lançamento do dispositivo ao mercado. E foi mais ou menos isso o que aconteceu.

Taí… preciso apostar mais nas minhas visões de futuro e compartilhar esses pensamentos acertados com vocês.

 

Um design diferente e muito redondo

Recapitulando: ao longo dos últimos meses, o Google revelou uma série de detalhes sobre o seu iminente relógio inteligente, mas jamais revelou o seu design. E agora que sabemos como ele é na estética, eu digo: se você ama relógios redondos, ele foi feito para você, sem qualquer sombra de dúvida.

Chega a chamar a atenção essa esfera impecavelmente bem-feita, com um contraste claro entre a caixa central e as pulseiras. Não é apenas uma forma de unir partes diferentes do dispositivo, mas também de entregar uma solução estética diferente e atraente. Não é o que mais me agrada exatamente, mas eu tenho certeza que vai chamar a atenção de outros perfis de usuários, além de marcar uma diferença gritante para o seu principal concorrente (aka Apple Watch).

Na verdade, nada é por acaso. Além do envolvimento indireto da Samsung neste projeto (uma marca que também optou por apostar em smartwatches redondos), o Google quis oferecer uma proposta diferente no Wear OS, se distanciando propositalmente do Apple Watch, que estabeleceu um padrão de relógios quadrados para o mercado (algo que quase todo mundo copiou, infelizmente).

Por isso, a caixa arredondada recebe uma tela que, aparentemente conquista o seu corpo até as bordas laterais da estrutura central. Na prática, temos um acabamento com estética chamativa no visual e nos pequenos detalhes da estrutura. E gostar dessa proposta pode ser muito mais uma questão de gosto do que de praticidade ou acerto objetivo.

Eu mesmo gostei do resultado final do Google Pixel Watch na estética e no design. Só não sei se teria o produto para chamar de meu. Quem sabe encontro uma resposta durante o desenvolvimento deste artigo.

A borda circular que adorna a caixa central está bem integrada no conjunto geral. E faz isso sem eliminar a possibilidade de receber um botão na lateral direita e uma coroa circular que também gira para realizar a navegação por sua interface. Algo que (até onde consigo me lembrar) o Google defende a algum tempo para o seu sistema operacional para relógios inteligentes.

Também é possível localizar um botão para uma das laterais do relógio, que deve ser o responsável para selecionar opções de menus e ferramentas que aparecem na interface do dispositivo. As pulseiras são intercambiáveis (é o mínimo que se pede para um produto como esse), mas a má notícia aqui é que ele depende de um mecanismo proprietário, que é de funcionamento simples (por ser acoplável), mas que mantém os usuários reféns das alternativas fornecidas pelos parceiros da gigante de Mountain View no fornecimento de acessórios.

Ou seja, o “jeito Apple de ser” sempre tem que aparecer em algum momento. Pode não ser na hora de copiar o design do produto, mas se faz presente nas táticas comerciais. E eu nem posso julgar neste caso, pois não é qualquer pulseira que é compatível com o Google Pixel Watch. Apenas aquelas que vão render lucros para a gigante de Mountain View.

A parte traseira do dispositivo recebe os sensores que monitorizam as atividades físicas e condições de saúde do usuário. Essa área é protegida pela capa Gorilla Glass, o que aumenta a resistência em caso de riscos e arranhões, reduzindo as chances de prejudicar o bom funcionamento do sensor.

Diferente dos relógios de fabricantes chineses que eu testei para o blog ao longo dos últimos anos, o Google Pixel Watch tem uma autonomia de bateria prometida em “pelo menos um dia inteiro de uso”. Sinceramente? Dava pra fazer melhor: até a Apple melhorou o seu relógio inteligente neste aspecto. Por outro lado, é possível recarregar por completo a bateria de 294 mAh integrada no dispositivo em apenas 80 minutos.

 

O software pode ser mais importante que o hardware neste caso

O Google Pixel Watch decepcionou a muitos entusiastas de tecnologia nas suas especificações técnicas. Mas nem tudo está perdido: esse é o tipo de dispositivo que não precisa ser necessariamente potente para, por exemplo, executar o Doom em sua pequena tela circular.

As principais virtudes deste relógio estão nos seus recursos de software.

Além de monitorar com competência as suas atividades físicas (a pondo de informar os minutos na área ativa), o Google Pixel Watch permite a consulta de endereços, realizar pagamentos através do Google Wallet e realizar ou receber chamadas na sua versão compatível com as redes LTE>

Outro ponto onde o dispositivo mostra que tem brilho próprio é o seu novo recurso para utilizar a voz para funções de casa inteligente, se beneficiando dos novos recursos do agora completamente renovado (demorou até…) Google Home.

O relógio também se beneficia de forma direta de todos os recursos e tecnologias desenvolvidas pela Fitbit ao longo de sua história e, dessa forma, recebe uma maior interação com essas ferramentas. Por exemplo, o relógio pode monitorar de forma ainda mais eficiente aspectos como o monitoramento do ritmo cardíaco, os níveis de oxigênio no sangue ou a função de eletrocardiograma. E um aplicativo específico para este relógio inteligente estreou na Google Play Store, permitindo assim um gerenciamento ainda melhor dos seus recursos e dos dados coletados.

Os usuários que adquirirem o Googel Pixel Watch vão receber de graças seis meses do serviço Fitbit Premium, que é muito elogiado por antigos usuários do relógio inteligente e daqueles que ainda mantém o serviço consigo. A plataforma oferece rotinas de exercícios, relatórios sobre as suas condições de saúde, informações relacionadas com as atividades físicas realizadas e outras opções.

E como todas as ideias boas precisam ser copiadas, o Google já informou que vai “se inspirar” na Apple, e vai lançar em 2023 uma atualização para o Pixel Watch, que passará a contar com o recurso de detecção de quedas dos usuários. Se isso acontecer, o dispositivo liga de forma imediata e automática para os serviços de emergência.

 

Google Pixel Watch: quanto custa?

O Google Pixel Watch tem preços sugeridos de US$ 349 (versão com Bluetooth e WiFi) e US$ 399 (versão com Bluetooht, WiFi e LTE). Não há previsão para lançamento do produto no Brasil, mas você sabe muito bem que o Google nunca teve muito interesse em lançar os seus dispositivos por aqui.

Não dá para dizer que o Google Pixel Watch é um “Apple Watch Killer”, mas também não dá para dizer que ele é só mais um dentro desse mar lotado de relógios inteligentes. Entendo que suas singularidades podem ser bem interessantes para os usuários que conseguem construir um ecossistema Android com o Google Pixel (agora, 7), ou para quem já tem a sua vida de usuário de tecnologia estabelecida com os dispositivos do sistema operacional da gigante de Mountain View.

Gostaria de ver esse produto por aqui? Sim, com certeza. Porém, se ele nunca vier para cá de forma oficial, eu me pergunto se ele vale o esforço para tentar a sua importação.

Eu acho que posso viver muito bem sem ele. Mas essa é apenas a minha opinião neste momento. Eu posso muito bem mudar de ideia no futuro, e essa é uma das grandes graças da vida.


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