É claro que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde.
A Disney decidiu copiar a Netflix descaradamente, e não só anunciou um aumento de preços nas suas duas plataformas de streaming, Disney+ e Hulu, como também anunciou que as contas compartilhadas nos dois serviços chegam ao fim em algum momento de 2024.
Outra mudança no Disney+ é a estreia do plano com publicidade, outra cópia de medida já adotada na Netflix. E tudo isso está acontecendo porque a empresa do Mickey Mouse precisa desesperadamente equilibrar a balança financeira… e o streaming é o grande fiel negativo dessa balança.
O reajuste de mensalidade
A Disney está claramente seguindo o modelo da Netflix para aumentar a rentabilidade do Disney+, onde o aumento de preços do serviço de streaming será aplicado em outubro nos Estados Unidos, junto com o lançamento do plano com publicidade.
Não sabemos quando esse reajuste vai entrar em vigor no Brasil, mas é melhor que todos comecem a pensar bem o que farão da vida quando as mudanças chegarem.
Apenas para ter uma ideia do quanto que o Disney+ já reajustou os seus preços lá fora (em uma mostra clara de que a conta não está mais fechando para os assinantes), a plataforma estreou nos Estados Unidos custando US$ 7,99/mês. Depois, passou a custar US$ 10,99, e depois para US$ 13,99. Ou seja, dobrou de valor ao longo do tempo.
Querendo ou não, isso pesa no bolso dos assinantes de qualquer país. Agora, imagine no nosso bolso.
As contas compartilhadas vão acabar
A Disney pretende combater o compartilhamento de contas de acesso, seguindo o exemplo da Netflix que, gostemos ou não, está funcionando.
Bob Iger, CEO da Disney, anunciou que planeja tomar medidas contra o compartilhamento de senhas em 2024. Ele não entrou em detalhes sobre o assunto, e não revelou como essas restrições de contas vão acontecer. Só sabemos que essa decisão está tomada e vai chegar em algum momento no ano que vem.
Obrigado por nada, dona Netflix.
A Disney está desesperada, e tenta se salvar
O crescimento do Disney+ em número de assinantes está desacelerando, com uma perda de 5,4 milhões de clientes no último trimestre, principalmente do mercado indiano.
Vários fatores explicam essa queda de audiência do Disney+ em escala global. Na maioria dos países, a nova dinâmica financeira de um mundo pós crise sanitária global e a complexidade na relação de alguns países da Europa são apenas alguns motivos para esse êxodo de usuários do serviço.
E no caso específico da Índia, a perda de direitos de transmissão de cricket impactou negativamente a base de assinantes. O esporte é muito popular no país, o que explica perfeitamente essa fuga dos indianos no serviço.
Mas nem tudo são notícias ruins para a Disney no streaming. Excluindo o caso do Disney+ Hotstar, o número total de assinantes teve um leve aumento no último trimestre. O problema está no faturamento da plataforma de streaming.
Aliás, o Disney+ é tão problemático neste momento, que é apontado como um dos principais culpados pela crise financeira que a Disney está enfrentando. E isso, porque a empresa do Mickey pretende vender nada menos que o canal de TV aberto dos EUA ABC e dois canais da TV por assinatura, o Freeform e a ESPN.
E tudo isso, para equilibrar as contas.
Logo, não chega a ser surpresa ver a Disney copiando o pior da Netflix. É uma questão de sobrevivência para ela. E você, como assinante, paga a conta se quiser. Você não é obrigado a nada. Lembre-se disso.