Eu me esforço para entender o DGO (antes, DirecTV Go). E também me esforço para não ter conteúdos patrocinados ou empresas parceiras pagando pelos meus posts no blog e vídeos no YouTube. Mas… ei, em alguma coisa eu tenho que acertar na vida, não é mesmo?
Deixei o tempo passar para só depois voltar aqui e compartilhar com vocês as mudanças conceituais do DGO, pois não posso analisar eventuais mudanças técnicas, uma vez que eu desisti da plataforma.
E volto a falar do DGO com aquele forte pensamento do “por que essa plataforma ainda existe?”, já que ela não faz o menor sentido em 2023.
Para começar, nada de DGO.com(.br)
A Vrio, empresa responsável pelo DGO, descartou o nome DirecTV Go mas foi obrigada a manter o domínio DirecTVGO.com/br, o que chega a ser surpreendente e, ao mesmo tempo, um tanto quanto esquisito.
Por que a Vrio teve que fazer isso?
Por um motivo muito simples: ela não é dona do domínio DGO.com que, neste momento, redireciona para o site do Teledyne DGO, uma empresa especializada em telecomunicações e interconexões, mas que nada tem a ver com a plataforma de TV por assinatura por streaming.
Sim, eu sei que existem interesses comerciais nisso, mas… era mesmo necessário se livrar de um nome forte como DirecTV Go? Tudo bem, até pode ser um discurso de um velho saudosista, e na internet moderna é pouco relevante você não ter o domínio de sua marca (pois basta pagar ao Google, e aquele termo em específico vai se voltar a seu favor nos resultados de busca).
Mesmo assim: fica aquela impressão do “começou meio errado esse negócio”. Ou a Vrio improvisou demais na hora de rebatizar a sua nova plataforma de streaming, ou faltou criatividade para dar um nome tão genérico ao serviço.
Mas escolher um nome qualquer nota para a plataforma não deve ser algo pior do que oferecer um serviço que é tão caro quanto a concorrência.
E… é exatamente isso o que a Vrio está fazendo.
A conta que não fecha
O plano básico do DGO, sem qualquer tipo de combo atrelado (ou seja, contratação no preço puro, sem outros serviços de streaming ou planos adicionais) custa R$ 89,90 mensais. E mesmo sem utilizar o serviço durante um tempo, eu sei que ele mantém os mesmos 70 canais que estavam antes do meu cancelamento.
Também sei que o DGO conta com canais exclusivos de esportes e notícias, mas me surpreenderia muito saber que são justamente esses canais que justificariam a escolha dos assinantes. Como acredito que não é bem esse o caso…
O principal concorrente do DGO no Brasil é o Claro TV+ App que, apesar de aumentar o seu preço no começo do ano (da mesma forma que a coleguinha finada DirecTV Go fez), consegue ser mais barata, cobrando R$ 69,90 mensais.
Aliás, a Claro TV+ App é mais barata, mais flexível (pois é compatível com um número maior de plataformas), tem mais canais disponíveis e, na minha modesta opinião (que é a que mais importa neste momento), possui uma qualidade de imagem melhor que o DGO. De novo: faz tempo que não vejo a concorrência, e até acredito que a empresa deve ter melhorado neste aspecto, mas me agrada muito mais o que a Claro entrega hoje como resultado final.
E por R$ 30 a mais, eu contrato o Claro TV+ Box, e recebo o serviço de gravação de programação, que é muito útil para mim neste momento em que minha vida voltou ao normal e não tenho tanto tempo assim para assistir TV.
Ou seja, por apenas R$ 10 a mais por mês, eu tenho no Claro TV+ um serviço bem mais completo que o DGO.
Logo…
Faz algum sentido o DGO em 2023?
Eu até peço para que as pessoas que estão utilizando o DGO (e, principalmente, aquelas que passaram pelo desgosto de receber na cabeça dois aumentos de mensalidade em menos de 12 meses) comentem sobre o serviço, pois algumas das minhas impressões podem estar equivocadas com eventuais melhorias que a plataforma deve ter feito nos últimos meses.
Porém, em uma análise conceitual e superficial, o DGO está perdendo o seu sentido de existir com o passar do tempo.
Ele entrega menos cobrando mais, tende a estar em menos dispositivos e está objetivamente mais caro que a concorrência. Sua marca é mais fraca do que a lendária DirecTV Go, e no mar de plataformas de streaming, se transformou em “apenas mais uma que transmite TV pela internet”.
Ou seja, é o combo do fracasso. Não que o Claro TV+ App seja uma perfeição (porque não é), mas consegue ser mais vantajoso que a TV a cabo tradicional da Claro, o que já é uma vitória.
E nem mesmo o acesso gratuito para quem já é assinante da SKY justifica a sua existência. Aliás, quem além do meu pai, que é um retrógrado de extrema direita, assina TV por assinatura via DTH em pleno 2023? Só quem só tem a TV via satélite como única alternativa na vida.
O que não é o caso do meu pai que, de forma estúpida, paga a Claro NET E a SKY. Na mesma casa.
Sem comentários.
A Vrio precisa rever conceitos com urgência. Ou, se quiser, matar o DGO de vez e criar outra plataforma mais vantajosa. O que não pode é manter um serviço que não é vantajoso para os assinantes e, se bobear, nem para a própria empresa.
Não estamos falando da Apple, que lança produtos no Brasil só para dizer que “está presente em nosso mercado”. No caso da TV por assinatura via streaming, existe uma competição. É um segmento que poderia sim ser uma alternativa à TV a cabo tradicional.