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Caos: Twitter pode morrer a qualquer momento

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Se você acessou este artigo pelo Twitter, ou a rede social ainda está funcionando, ou você é parte da resistência.

O que era fácil de se prever ou imaginar se tornou realidade prática hoje (18), com centenas de funcionários se demitindo do Twitter depois do ultimato estabelecido por Musk para que os profissionais aceitassem ou não todas as demandas absurdas impostas por ele nas condições de trabalho.

Agora, o futuro da rede social é incerto. Tão incerto, que alguns afirmam que o Twitter efetivamente morre a partir de hoje, e a plataforma como um todo pode parar de funcionar a qualquer momento.

Vamos mostrar o cenário geral de momento, e tentar estabelecer perspectivas de futuro para o Twitter (se é que ele tem futuro diante desse caos).

 

Musk foi para o modo “ou dá, ou desce”

Tudo começou com o ultimato imposto por Elon Musk para os funcionários que não foram demitidos do Twitter até agora. Essas pessoas tinham pouco mais de 24 horas para decidir se aceitavam as imposições laborais do executivo, através de um simples clicar em um botão “SIM” que obrigava ao comprometimento em uma jornada de trabalho dura e longa.

O prazo terminou, e “centenas de pessoas” (e esse número ainda é incerto) simplesmente não clicaram em “SIM”. O resultado dessa decisão é a demissão desses profissionais do Twitter, com o pagamento de três meses de salários como compensação.

O problema aqui não está exatamente no número de pessoas que se recusaram a virar escravos de Musk, mas no tipo de profissional que disse “NÃO” para ele. Fontes anônimas dentro do Twitter afirmam que múltiplas equipes de engenheiros que são considerados “críticos” para o pleno funcionamento da rede social se demitiram em massa, ou ficaram quase vazias.

É difícil saber quantos funcionários deixaram o Twitter, mas entre eles estima-se que pelo menos 75% dos aproximadamente 3.700 funcionários que permaneceram depois da primeira leva de demissões promovida por Musk decidiram abandonar a empresa depois do “e-mail hardcore” enviado pelo novo dono da rede social.

Se isso estiver correto, o Twitter está operando nesse momento com aproximadamente 1.000 funcionários em todo o planeta. E esse número era de 7.500 pessoas no começo do mês de novembro de 2022.

Lembrando mais uma vez que nenhum desses números foram confirmados de forma oficial. Logo, encare os dados como estimados e/ou especulativos. Mesmo assim, o cenário é um dos mais preocupantes e dramáticos que testemunhamos no Twitter em toda a sua história.

Alguns desses profissionais publicaram em suas contas na rede social como foram os últimos segundos de suas vidas no Twitter, mostrando o acesso aos sistemas bloqueados (e essa é a forma de Elon Musk de demitir as pessoas).

Outro ex-funcionário sintetiza o que a grande maioria dos profissionais que deixaram o Twitter nas últimas horas pensam sobre tudo o que está acontecendo:

“Eu não queria trabalhar para alguém que nos enviava vários e-mails dizendo que apenas profissionais excepcionais deveriam trabalhar aqui’ quando eu já trabalhava de 60 a 70 horas por semana”

Este é um cenário de caos que qualquer pessoa com o mínimo de bom senso e racionalidade poderia prever que aconteceria. Talvez a grande surpresa seja ver o Twitter entrando em colapso nas suas estruturas internas tão rápido.

 

Como sobreviver a uma empresa sem pilar (e à paranoia de Musk)

Musk (que já disse que não vai se manter como CEO da empresa) demitiu na semana passada algumas pessoas que são consideradas essenciais no desenvolvimento do Twitter. Com a magnitude das demissões que estão acontecendo nessa semana, não é exagero nenhum afirmar que a rede social pode parar de funcionar a qualquer momento.

Muitos funcionários do Twitter simplesmente não se conformam em ver engenheiros considerados lendários e outros profissionais muito respeitados e admirados dentro da empresa sendo demitidos um a um (ou pedindo demissão por não concordarem com os absurdos estabelecidos por Musk), e esses fatores também estão estimulando as demissões em massa nesse momento.

Por outro lado, o Twitter também precisa lidar com outro problema difícil de gerenciar: a paranoia de Elon Musk, que acredita cegamente que tudo isso se trata de uma sabotagem de engenheiros e outros funcionários da empresa.

Musk chegou a se reunir com um pequeno grupo de engenheiros sênior do Twitter para escutar por que muitos estavam deixando a empresa, e a resposta que ele recebeu foi a seguinte:

“As pessoas não querem sacrificar a sua saúde mental e sua vida familiar para deixar ainda mais rico o homem mais rico do mundo.”

É importante lembrar que não existe um departamento de comunicação do Twitter nos Estados Unidos, e as mesmas fontes afirmam que Musk está sendo trollado e repudiado de todas as formas possíveis pelos funcionários da rede social. Nos escritórios de San Francisco (por exemplo), frases como “parasita supremo”, “ditador” ou “especulador do apartheid” foram registradas nas paredes do prédio.

E no meio desse tiroteio maluco, Musk responde com esse meme que você vê abaixo:

 

Todos os escritórios serão fechados e acessos cancelados

A última notícia dessa verdadeira saga épica envolvendo o Twitter mostra uma decisão drástica por parte de Musk, como uma forma de, talvez, tentar apagar os incêndios dentro de suas estruturas internas.

Os funcionários do Twitter foram informados que, de forma imediata, todos os edifícios dos seus escritórios estão temporariamente fechados, e que o acesso ao cartão de identificação está suspenso.

Não foram revelados os motivos para essa decisão, mas há quem diga que tudo isso acontece pela já mencionada paranoia de Musk, que teme uma sabotagem à rede social por parte de alguns engenheiros. Os altos diretores que ficaram na rede social sequer sabem quem ainda tem direito a entrar ou não nos escritórios, o que deve indicar que tudo será reorganizado a partir de agora.

Os escritórios do Twitter têm previsão de reabertura já para a próxima segunda-feira, 21 de novembro. Até lá, fica valendo a política da empresa, onde os funcionários não devem compartilhar informações confidenciais da empresa nas redes sociais, com a imprensa ou em qualquer outra fonte de informação.

No final das contas, Musk precisa entender de verdade que tudo isso está acontecendo porque suas decisões desrespeitam frontalmente as pessoas que trabalham no Twitter. E pessoas que não são respeitadas jamais vão respeitar a empresa que trabalham e, principalmente, quem gerencia essa empresa.

 

O caos preocupa anunciantes e políticos

Não demorou muito para que os anunciantes começassem a manifestar a preocupação diante do caos estabelecido no Twitter.

Na verdade, muitas empresas que investiam dinheiro no Twitter para veicular produtos e serviços já estavam decididas em realizar uma pausa nos anúncios na plataforma até que o cenário se tornasse mais claro e estável.

Agora, o GroupM, empresa que engloba várias das maiores agências de publicidade do mundo, informou que investir em publicidade no Twitter é uma operação de alto risco, justamente por conta do seu cenário geral atual.

Por outro lado, o mundo político também colocou lupa sobre o caos no Twitter. Vários senadores democratas solicitaram à Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos que investiguem as políticas de privacidade e segurança do Twitter. No entendimento desses políticos, a rede social demonstra “um desprezo grave e selvagem pela segurança dos seus usuários”.

 

O Twitter está morrendo?

Eu sei que já escrevi sobre isso algumas vezes aqui no blog, reforçando essa pergunta a partir de diferentes perspectivas.

Mas posso afirmar que o Twitter como conhecíamos e utilizamos desde 2008 está morto. Não sei se o tal Twitter 2.0 vai acontecer um dia, pois é muito difícil desenvolver uma rede social desse tamanho com um punhado de gente aceitando ser escravo do homem mais rico do mundo.

E o que estamos testemunhando agora é a morte lenta do todo. A destruição da rede social que tinha um eco ou reverberação intensa no coletivo. E tudo isso está acontecendo porque um executivo não tem a capacidade de abandonar paranoias e convicções burras sobre um gerenciamento empresarial de visão absurdamente patética.

Não será surpresa alguma se o Twitter parar de funcionar nas próximas horas. Tudo aponta para isso.


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