A Netflix anunciou mais um aumento de preços em seus planos. Isso mesmo, você não leu errado: ficou mais caro… de novo. Mas dessa vez, o reajuste não vem sozinho.
Apesar do novo reajuste ainda não ter atingido o mercado brasileiro, o que muda em escala global é a eliminação do plano Básico sem publicidade. E esse plano deixou de fazer sentido com a chegada do novo plano de entrada com publicidade.
Agora, a Netflix tem um intervalo maior de preços entre os planos com e sem publicidade, aumentando a receita para a empresa e, por consequência, aumentando também o valor que vamos pagar para receber os conteúdos da plataforma.
Quem ganha com tudo isso?
A própria Netflix, é óbvio.
Em termos práticos, ficou mais caro assinar a Netflix, em todos os planos. E não que o plano Básico sem anúncios realmente valia a pena, pois isso não é verdade. Você simplesmente jogava dinheiro fora quando pagava para ter uma qualidade de imagem em 720p.
Era só olhar para o lado e ver como Apple, Paramount e Amazon cobram muito menos para entregar uma qualidade de imagem superior.
O grande problema é que esse plano Básico atendia muito bem quem só assistia à Netflix através do smartphone, pois era menos caro que os planos mais completos (e, ainda assim, mais caro que a concorrência) e oferecia o catálogo completo da plataforma, diferente do plano com publicidade, que deixa de fora alguns (poucos) títulos.
Lá fora, o aumento virtual do plano Básico com publicidade aconteceu e deve se repetir por aqui mais cedo ou mais tarde. A remoção do plano Básico sem anúncios está acontecendo de forma gradual, primeiro atingindo os novos planos para depois alcançar os usuários que vão renovar suas assinaturas.
Ou seja, quem tem o plano Básico sem anúncios poderá manter o serviço de forma temporária. Quem chegar na Netflix neste momento só pode assinar o plano básico com publicidade ou os planos mais caros.
E assim é a vida. Aceita, que dói menos. Ou para de pagar.
No Brasil, Plano Básico ainda existe (por enquanto)
Antes de fechar esse artigo, eu fui dar uma olhada em como estava a página da Netflix que mostra os planos disponíveis. E identifiquei a presença do plano Básico sem publicidade, o que não deixa de ser uma boa notícia diante do cenário de caos.
Mas isso não significa que a Netflix ficou com pena do brasileiro médio. A mudança será escalonada, e a eliminação desse plano deve acontecer por aqui mais cedo ou mais tarde.
Lembrando sempre que faz tempo que a Netflix oculta o plano Básico sem publicidade para os novos assinantes. Para você identificar a existência desse plano, você precisa clicar em um botão que mostra as outras opções.
Bem espertinha a dona Netflix, não?
O plano da monstra deu certo
Antes de você sair pelas ruas para protestar contra a Netflix, é importante lembrar que o plano dessa madrasta nefasta funcionou, infelizmente. Tanto, que outras plataformas estão fazendo a mesma coisa.
A Amazon vai lançar o seu plano básico com publicidade, e a Disney já declarou o fim da divisão de contas e o futuro plano com anúncios. Ou seja, é um caminho sem volta.
A estratégia da Netflix de eliminar o plano Básico iniciou no Canadá e foi bem-sucedida. Em média, o novo plano com anúncios representa 30% das novas assinaturas do serviço. E esse é um plano onde a plataforma de streaming vence de todas as formas.
Além de receber um ticket médio mais alto do que cada usuário pagava com a divisão das contas, a publicidade veiculada nos filmes e séries de TV gera receita para a Netflix, em um dinheiro que antes não entrava nos cofres do serviço.
A eliminação do plano Básico sem publicidade fará com que os usuários acabem assinando planos que são mais rentáveis para a Netflix, seja pela veiculação de publicidade, seja pelo preço da assinatura em si.
E como foi a Netflix quem basicamente desbravou sozinha o mercado de streaming, é certo dizer que todas as demais plataformas vão seguir os seus passos. Não existe empresa boazinha nesse setor, e todas vão atrás de um lucro que ainda não existe em larga escala.
E quem paga a conta é você, que mais uma vez virou refém das empresas que produzem o conteúdo que você tanto ama.
Vamos combinar: é um amor bandido e nefasto.