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Por que os jovens chineses estão se deslocando em cadeiras de rodas elétricas?

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O boom da bicicleta elétrica não é uma tendência isolada na Europa ou do Brasil Na China, o fenômeno cresceu exponencialmente nos últimos anos, tornando o país o líder mundial na produção desse meio de transporte sustentável.

Enquanto no Brasil a febre dos patinetes elétricos passou um pouco (o modal voltou em Florianópolis, mas gera preocupações sobre o mau uso do veículo), na China, eles não param de crescer.

E no lugar de criar uma infraestrutura adequada para os jovens utilizarem os patinetes, algumas restrições sobre o uso do veículo foram criadas, obrigando a criatividade humana a encontrar soluções irreverentes.

 

Entendendo o crescimento das bicicletas elétricas na China

Com estimativas de mais de 300 milhões de bicicletas elétricas já em 2021, esse número aumentou substancialmente nos últimos dois anos, atingindo várias dezenas de milhões. O resultado desse crescimento surpreendente tem sobrecarregado algumas cidades chinesas, que enfrentam dificuldades para lidar com a crescente demanda por infraestrutura adequada.

Dentre as cidades mais impactadas, destaca-se Guangzhou, onde estima-se que existam 3,6 milhões de bicicletas elétricas circulando. Tal é o tamanho do problema que as autoridades receberam cerca de 5.000 cartas de moradores protestando contra o uso desse meio de transporte nas vias públicas.

 

As restrições desbloquearam a criatividade

Para conter a superlotação das bicicletas elétricas, o governo chinês teria anunciado rigorosas restrições que incluem multas para aqueles que circularem com apenas uma mão no guidão, fumando enquanto pedalavam ou que não descessem da bicicleta ao atravessar um cruzamento. No entanto, foi verificado em um segundo momento que essas supostas regulamentações foram divulgadas como informações falsas em redes sociais.

Independentemente da veracidade das novas regulamentações, o descontentamento dos jovens chineses com a possibilidade de restrições fez com que muitos deles encontrassem uma alternativa inusitada: as cadeiras de rodas elétricas.

Reportagens do The Straits Time afirmam que a venda desse tipo de cadeira aumentou em 60%, com os jovens adotando o veículo como uma forma de protesto, optando por esse meio de transporte em vez das bicicletas.

 

Confesso que até eu fiquei interessado

A proliferação de vídeos mostrando jovens se deslocando pelas ruas em cadeiras de rodas elétricas viralizou nas redes sociais, chamando a atenção para o cenário em evolução na China.

Com o debate público ganhando força, alguns veículos de comunicação insistem em retratar a ação dos jovens como uma atitude preguiçosa e lúdica, destacando frases como “pode ‘dirigir’ até o destino sem precisar encontrar estacionamento”. Enquanto isso, outros defendem que a utilização das cadeiras de rodas elétricas é uma forma irônica e engenhosa de protestar contra o que percebem como restrições arbitrárias.

As controvérsias em torno das novas regulamentações para bicicletas elétricas e a atitude dos jovens chineses enfatizam o desafio de integrar as novas formas de mobilidade em cidades que cresceram sem planejamento adequado para esse tipo de transporte, e isso acontece em todos os países do planeta.

Em teoria, veículos sustentáveis como as bicicletas e os patinetes elétricos são frutos de uma evolução tecnológica e da mobilidade urbana, e as cidades precisam se preparar para integrar esses meios de transporte, ao mesmo tempo que deve melhorar a fluidez do trânsito. O que não pode é restringir e proibir o uso de um modal que beneficia de forma direta os usuários.

Agora, a China que se prepare para uma redefinição da mobilidade urbana em um veículo que poucos esperavam que poderiam prosperar no país. E ver jovens que podem andar normalmente se locomovendo pelas cidades em cadeiras de rodas elétricas que poderiam ser muito mais úteis por aquelas pessoas que mais precisam não deixa de ser algo irônico e reflexivo.


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