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O que a Xiaomi não contou sobre o HyperOS

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É normal ver os fabricantes de tecnologia não revelarem todos os seus segredos em eventos de apresentação de produtos. Até porque é humanamente impossível fazer isso em 1h30 ou 2h de apresentação. Convenhamos, isso seria algo ainda mais chato do que já é.

E a Xiaomi não é diferente. Ela apresentou o HyperOS, o seu novo sistema operacional que promete uma metamorfose completa na interface, acessibilidade e recursos de edição de fotos, atuando como uma pedra angular do seu novo ecossistema de produtos.

Mas a dona Xiaomi se esqueceu de contar para todo mundo é: qual é exatamente essa tal pedra fundamental para que os seus produtos comecem a conversar e se entender. E não é surpresa para (quase) ninguém ver que a Inteligência Artificial está envolvida nisso.

 

Conheça a HyperMind

O coração pulsante desse avanço é a HyperMind, uma Inteligência Artificial destinada a aprimorar a experiência dos usuários dos smartphones Xiaomi. E não pense que ela será mais um ChatGPT da vida para te dar receitas criativas para o miojo da sexta-feira à noite.

Seu escopo vai muito além, abraçando desde os emblemáticos smartphones até os inovadores veículos elétricos da marca. A HyperMind estará em todos os dispositivos que o HyperOS estará presente, influenciando de forma decisiva na experiência de uso desses produtos.

A HyperMind tem como missão principal coletar dados de todos os dispositivos conectados ao HyperOS. Essa coleta massiva de informações alimenta a capacidade única da IA de personalizar a experiência do usuário.

Ou seja, quanto mais ela souber sobre como esses dispositivos se comportam em conjunto, mais ela vai atuar para melhorar o comportamento desse funcionamento coletivo. Na prática, a Xiaomi quer um smartphone que antecipe os seus hábitos e preferências quando (por exemplo) você conectar uma pulseira inteligente ou um fone de ouvido nele.

A HyperMind se diferencia das IAs tradicionais ao analisar profundamente os dados do usuário em diferentes dispositivos utilizados em conjunto. Este processo resulta em ajustes dinâmicos nas configurações do telefone, moldando o dispositivo de acordo com os hábitos do proprietário.

Embora a extensão dessa habilidade seja ainda desconhecida, a Xiaomi confirma que a HyperMind não apenas coleta dados, mas os utiliza para proporcionar recomendações personalizadas, desde aplicativos específicos até funções adaptadas ao usuário. Ao mesmo tempo, esses dados serão utilizados para que a empresa entenda como e onde pode melhorar tanto os demais dispositivos da empresa como a interação desses produtos.

 

HyperOS promete uma revolução na Xiaomi

A chegada do HyperOS é iminente. Os primeiros dispositivos compatíveis com o novo sistema operacional devem receber o software primeiro trimestre de 2024, nos smartphones Xiaomi, Redmi e POCO, sempre de forma escalonada.

Ao que tudo indica, o novo software deve entregar uma sensível melhora de desempenho aos dispositivos, com efeitos de renderização avançados e uma maior qualidade no registro de fotos, com um desfoque de fundo mais sofisticado e um jogo de luzes e sombras mais realista.

Uma das bases do HyperOS é justamente melhorar a experiência fotográfica dos dispositivos da Xiaomi, que historicamente está alguns degraus abaixo dos seus principais concorrentes no segmento dos smartphones.

A otimização do tempo de carregamento de aplicativos e atualizações do sistema, aliada à redução do espaço necessário para essas tarefas, promovem uma gestão de arquivos mais eficiente. A Xiaomi não quer apenas melhorar a velocidade dos telefones, mas também a eficiência na experiência do usuário.

Quem sabe isso se converte em menos bugs e travamentos nos telefones da marca. Sem falar em uma maior autonomia de bateria, algo que todo usuário de telefone da Xiaomi deseja ter.

A conectividade aprimorada é outro ponto de destaque do HyperOS, e nem poderia ser diferente. Afinal de contas, o sistema operacional vai conversar de forma direta com outros dispositivos da marca, e a eficiência neste aspecto passou a ser essencial para entregar uma boa experiência de uso na sua proposta de ecossistema.

A redução significativa no atraso nas chamadas de vídeo e jogos é um avanço significativo que a Xiaomi já fez nos últimos anos com a MIUI, além do aumento máximo na largura de banda Wi-Fi. O HyperOS promete uma conexão mais estável e rápida nos dispositivos compatíveis.

Por fim, outro ponto importante que a Xiaomi quer melhorar com o HyperOS é a eficiência da memória dos telefones, com a redução do tempo de inicialização de aplicativos e a expansão do número máximo de aplicativos abertos em segundo plano.

Com alguma sorte, o HyperOS será mais rápido e fluído, mas sem drenar a autonomia de bateria dos telefones da Xiaomi. Mas só vamos descobrir se tudo isso realmente vai acontecer quando o sistema operacional chegar aos dispositivos.

 

A nova regra da telefonia

A Inteligência Artificial virou o novo normal na telefonia móvel. Todos os grandes fabricantes de smartphones vão investir recursos nesse segmento, e essa é a nova grande revolução do setor.

A diferença da Xiaomi para os demais competidores é a aposta clara no software, e não no hardware. Apple, Samsung e Google trabalham com mais ênfase em novos processadores, enquanto o HyperOS é um sistema operacional novo, e respalda sua proposta em um software renovado e adaptador para isso.

Fica a dúvida se a aposta da Xiaomi vai se pagar apenas com um novo sistema operacional que, em sua essência, ainda guarda muito do Android. Mas espero que a marca mais uma vez surpreenda, oferecendo (de novo) muito, mas cobrando POCO (não posso evitar esse trocadilho).

O HyperOS ainda vai dar as caras nos telefones da Xiaomi. E só o tempo vai dizer se ele é uma novidade bem-vinda, ou se é mais um encosto que vamos ter que devolver para o mar no futuro.

E eu nem sei por que eu usei a metáfora da oferenda para Yemanjá para terminar este artigo.


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