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Netflix conseguiu o que queria com o fim das contas compartilhadas: e agora?

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Está acontecendo o que todos temiam: o plano da Netflix em acabar com o compartilhamento de senhas está funcionando para a plataforma de streaming.

De acordo com a consultora Antenna, não só não foi registrada uma queda de assinaturas, como foi detectado um aumento de assinaturas que consegue ser ainda maior do que no auge da pandemia, momento quando foi registrado o topo de novos usuários.

E como a Netflix dita as tendências de mercado, e toda a concorrência estava esperando os efeitos desse experimento, chegou a hora de tentar descobrir o que o futuro nos reserva, olhando para as diferentes perspectivas dessa situação.

 

Decisão premeditada com consequências “controladas”

 

Apesar dos péssimos números do primeiro trimestre de 2023, a Netflix tentava acalmar seus investidores, afirmando que tudo estava acontecendo de acordo com o esperado para os seus objetivos financeiros em 2023.

É preciso ter em mente que a Netflix é uma empresa que está presente no mundo todo, mas tem claro foco no mercado norte-americano, que é onde está os seus maiores ativos. Tudo bem, o Brasil também importa para a empresa, mas tem outro peso (que será analisado mais adiante).

Os dados da consultora Antenna tomam como base os registros de transações, enquetes e outras fontes de dados. E são essas informações que dão esperança para a Netflix: entre 25 e 28 de maio de 2023, foi registrado o maior pico de novas assinaturas desde 2019.

Ou seja, superando inclusive os melhores números de novas assinaturas durante a pandemia.

 

Em termos práticos: a Netflix conseguiu quatro novas assinaturas para cada cancelamento, mostrando que o tempo deu razão para os executivos da plataforma de streaming. A polêmica decisão de acabar com o compartilhamento de contas parece ter funcionado.

Só teremos certeza se isso realmente deu certo quando a própria Netflix apresentar os seus números oficiais, algo que deve acontecer no começo de julho.

 

Netflix sempre marcou um caminho para o setor

Toda a concorrência está olhando com muita atenção para os movimentos que a Netflix está realizando, pois além de ser a plataforma líder do segmento, é aquela empresa que conseguiu antever alguns dos movimentos relevantes desse mercado.

Antes mesmo de todos entenderem que o streaming seria um ativo poderoso para os grandes estúdios, foi a própria Netflix quem alertou a todos que precisava começar a trabalhar mais em produções originais, pois a concorrência iria esvaziar sua plataforma com o passar do tempo.

Também foi a Netflix a primeira a pensar em um plano com publicidade, e que entendeu que a divisão de contas era o que estava reduzindo o seu potencial de lucro. E decidiu acabar com a farra do boi, mesmo que essa fosse uma decisão muito impopular.

Os números preliminares parecem respaldar essa controversa decisão, e o que muitos temiam (eu, inclusive) deve acontecer: as demais plataformas vão seguir os passos da Netflix, e o início do fim dos serviços de streaming tal e como conhecemos oficialmente começou.

A verdade é uma só: o crescimento da Netflix (e de qualquer outra plataforma de streaming neste momento) está relativamente estancado, pois a grande maioria das pessoas já escolheu a sua plataforma preferida. Sem falar que a concorrência é pesada, e o endividamento das pessoas em tempos de crise é um mal endêmico global.

E não resta dúvidas a essa altura do campeonato de que outros serviços de streaming compartilham com o mesmo “problema” do uso compartilhado de senhas da Netflix, e estão observando com atenção os acontecimentos para (quem sabe) fazer o mesmo no futuro.

 

E no Brasil? Temos números?

 

De acordo com os dados da Mobile Time junto à Snesor Tower, em maio de 2023, a Netflix no Brasil 3% de seus assinantes ativos mensais, em comparação com os números registrados em maio de 2022.

Ao mesmo tempo, as plataformas rivais registraram um aumento de assinantes entre os brasileiros: o Star+ subiu 60% no mesmo período, assim como o HBO Max aumentou o número de assinantes em 33%, e o Globoplay cresceu 15%.

Os 3% de queda dos assinantes no Brasil não são números tão significativos neste primeiro momento, de modo que é necessário aguardar para descobrir quais serão os efeitos do fim do compartilhamento de contas em médio e longo prazos.

Por enquanto, a balança ainda pende a favor da Netflix ao acabar com a divisão das contas, uma vez que nos Estados Unidos foi registrado um aumento de 7% nas assinaturas, e em escala global encaramos uma certa estabilidade, o que já é uma vitória para a plataforma de streaming.

 

O que a concorrência realmente vai fazer?

Não será uma surpresa ou novidade se as contas com publicidade e o fim do compartilhamento das credenciais se tornarem o “novo normal” nas plataformas de streaming.

O Prime Video já flerta com a possibilidade de oferecer contas com publicidade, assim como o novo Max. E o Disney+ deve fazer o mesmo. E é importante que você entenda que a atual guerra de streaming que testemunhamos até agora está mudando de fase, onde as plataformas sempre buscaram formas de melhorar a sua rentabilidade.

E, pelo visto, finalmente encontraram a solução. Que é a pior possível para os usuários.

A Netflix fez um experimento com o objetivo de encontrar um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda. Pelo visto, deu certo. Logo, a porta está aberta para que a concorrência faça o mesmo.

E o nosso cartão de crédito que lute no futuro.


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