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Meta lança o MusicGen, IA Open Source que transforma textos em músicas originais

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A Inteligência Artificial generativa pode fazer um monte de coisas, inclusive músicas a partir de outra música que já existe. É mais ou menos isso o que propõe o MusicGen, novo modelo de IA desenvolvido pela Meta.

Uma das características interessantes do MusicGen é a possibilidade de usar tanto texto quanto fragmentos musicais como estímulo para gerar pequenas melodias. Com isso, é possível obter resultados surpreendentes e criar combinações ilimitadas para remixar.

Neste artigo, vamos compreender melhor o funcionamento do MusicGen, e como ele pode ser utilizado a favor dos mais criativos, além de levantar as mais do que óbvias questões éticas sobre a violação dos direitos autorais.

 

O que é o MusicGen

Baseado na arquitetura Transformer do Google, o MusicGen utiliza um “tokenizador” de áudio chamado Encodec para desmembrar os dados de áudio em componentes menores. Para treinar o modelo, foram utilizadas 20.000 horas de música licenciada, incluindo um conjunto interno de 10.000 faixas de alta qualidade, além de dados musicais provenientes de Shutterstock e Pond5.

Embora os resultados gerados pelo MusicGen sejam impressionantes, é importante ressaltar que nem sempre são espetaculares. No entanto, essas criações podem servir como fonte de inspiração para artistas, desde que sejam fornecidos prompts de texto o mais preciso e completo possível. Experimentos rápidos podem ser realizados utilizando a plataforma HuggingFace.

Outro aspecto interessante do MusicGen é que ele é um desenvolvimento de código aberto. Tanto o código quanto os modelos estão disponíveis no GitHub, permitindo seu uso comercial. Essa abordagem segue a mesma linha adotada pela Meta com o LLaMA, um modelo concorrente do GPT-3 e GPT-4, que teoricamente está restrito ao âmbito acadêmico.

 

Os resultados que o MusicGen já consegue entregar

Os pesquisadores da Meta testaram três modelos do MusicGen com diferentes tamanhos de parâmetros: 300 milhões, 1,5 bilhão e 3,3 bilhões. Surpreendentemente, o modelo intermediário foi o melhor avaliado pelos ouvintes humanos, mesmo que o último tenha oferecido uma qualidade de áudio superior.

Apesar de outros modelos como o Riffusion e o conhecido MusicLM do Google já terem proposto soluções semelhantes para a criação musical, o MusicGen os supera, de acordo com uma avaliação que combina métricas objetivas e subjetivas.

 

A indústria musical já está irritada com o MusicGen

A chegada do MusicGen e de outras IA generativas no campo da música traz consigo uma nova ameaça para a indústria musical.

Essas plataformas podem entregar criações musicais de forma criativa e acessível, o que pode impactar diretamente os processos tradicionais de composição e produção musical. No entanto, também é possível enxergar oportunidades e inspiração para artistas e músicos que desejam explorar novas possibilidades. Afinal de contas, aqueles que souberem trabalhar com essa tecnologia poderão oferecer resultados incríveis.

É só pensar no tipo de música que poderemos receber através de iniciativas como o MusicGen.

Como exemplo de abertura para essa nova era, a artista Grimes antecipou-se e permitiu que qualquer pessoa use sua música para treinar sistemas de IA, com a condição de que os ganhos sejam compartilhados em 50%.

Ou seja, aqueles que estão mais abertos à IA podem sim lucrar com ela, de forma direta ou indireta. O problema é ir contra essa tecnologia pelo medo de perder o controle criativo do seu conteúdo.

Com o MusicGen, a IA generativa avança ainda mais no campo da música, e é notável o seu potencial de transformar a forma como criamos e apreciamos a arte musical. Vamos acompanhar de perto os desdobramentos dessa tecnologia, e observar como ela continuará a moldar a indústria musical no futuro.

E a gravadoras que lutem para seguir com alguma influência na indústria musical.


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