Se o iPhone 14 na sua versão base é considerado o grande perdedor nessa nova leva de produtos da Apple (sendo chamado carinhosamente de “irrelevante” por mim), o grande vencedor nessa equação só pode ser o iPhone 13.
E aqui, eu não falo apenas da versão base. O iPhone 13 Pro se tornou um modelo ainda mais valorizado por aqueles que vão tentar equacionar o preço com as especificações técnicas do dispositivo, considerando que o novo iPhone 14 cai em um vácuo de mercado que promove os modelos lançados no ano passado.
E o iPhone 13 normal se tornou o novo iPhone 11 da noite para o dia.
Apple agregou valor ao iPhone 13
E isso aconteceu de forma quase inacreditável.
Bom, quero dizer… muitos entusiastas em tecnologia que acompanharam os vazamentos da Apple ao longo dos últimos meses já estavam mais ou menos a par do que estava por vir para o iPhone 14. E não era difícil concluir que o modelo não iria trazer tantas novidades em relação ao modelo anterior.
Mesmo assim, até mesmo aqueles que estavam prontos para não se decepcionar se surpreenderam com o fato consumado da Apple sequer tentar direito oferecer algum diferencial real no iPhone 14 em relação ao iPhone 13.
E não adianta: a eliminação do eSIM (que só serve para forçar uma mudança nas operadoras de telefonia móvel e, por tabela, nos demais fabricantes no futuro) e a inclusão da comunicação via satélite não agregam valor real ao iPhone 14. Até porque esses dois recursos só funcionam nos Estados Unidos e Canadá, e não nos demais mercados globais.
Para deixar o iPhone 13 ainda mais campeão da vida, a Apple naturalmente reduziu o preço do modelo em todo o planeta. No Brasil, o preço oficial sugerido caiu em até 14%. Em alguns casos, essa versão pode ser encontrada pelo menor preço histórico.
Resultado: o iPhone 13 custa hoje bem menos que o iPhone 14 base e, ainda assim, é mais caro que o iPhone 11, que até pouco tempo atrás era a melhor relação custo-benefício entre os telefones da Apple aqui no Brasil. E eu tenho que dizer isso porque as pessoas estão ignorando o iPhone 12 Mini e o iPhone 13 Mini, e não vai fazer sentido comprar o iPhone 12 daqui para frente.
Ou seja, a Apple vai sair ganhando de qualquer maneira, mesmo se o iPhone 14 base for um grande fracasso.
Mas… espere! Tem mais! Sempre tem…
O iPhone 13 Pro vai vender como água daqui para frente
A Apple tem um modelo de iPhone que está se destacando como a melhor relação custo-benefício entre todos os modelos: o Pro.
Desde o iPhone 11 Pro, essa versão mais avançada com o mesmo tamanho do modelo base está chamando a atenção de muitos usuários que desejam o melhor de todos os mundos em um smartphone da Apple. Ele não é grande demais, é potente, conta com as melhores câmeras e é menos caro que a versão Pro Max.
Dito isso, o iPhone 13 Pro certamente vai seguir o bom legado alcançado e deixado pelo iPhone 11 Pro e iPhone 12 Pro. É um modelo muito competente em todos os aspectos, com um hardware robusto, sensores fotográficos avançados, bateria com maior autonomia e o desempenho que podemos esperar de um iOS muito ajustado para esse conjunto técnico.
E, é claro, o mais importante: o preço.
Em alguns casos bem específicos, o iPhone 13 Pro pode custar mais barato que o iPhone 14 de 128 GB, e é um smartphone tecnicamente muito melhor. Logo, é fácil pensar que aqueles usuários que não estão preocupados em ter a Dynamic Island neste momento ou em contar com os sensores fotográficos melhorados vão apostar no modelo Pro lançado no ano passado.
O que faz todo o sentido do mundo.
Um dos argumentos para alguns afirmarem que o iPhone 14 ainda é válido por ter o A15 Bionic que estava presente no iPhone 13 Pro. Pois bem, se este é o critério, é melhor pegar logo o modelo do ano passado, que pode custar até mais de R$ 1.000 a menos que o dispositivo lançado este ano pela Apple.
Sem falar que tanto o iPhone 13 Pro quanto o iPhone 13 Pro Max estão neste momento com os seus respectivos menores preços históricos, deixando claro que este é o melhor momento para comprar um dos dois modelos (desde que você tenha poderio financeiro para isso, obviamente).
Isso se chama MELHOR RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO.
Se o processador é o mesmo, é muito provável que o suporte de atualizações da Apple para o iPhone 13 Pro será semelhante ao que será oferecido ao iPhone 14 nos próximos anos. Dessa forma, os clientes que decidirem economizar esse dinheiro podem ficar mais tranquilos, pois não vão ficar à pé neste aspecto.
E, de novo: a Apple sai ganhando com as vendas de unidades de um telefone que ainda vai oferecer uma margem de lucro muito generosa para os seus acionistas.
Só compra o iPhone 14 neste momento quem é otário
Sei que estou fazendo uma afirmação forte com o subtítulo acima, e estou contrariando aquela regra do “eu respeito o que você faz com o seu dinheiro”. Por outro lado, eu tenho o direito a ter uma opinião sobre as pessoas que gastam mal o seu dinheiro com produtos de tecnologia.
A Apple criou um problema para ela mesma. Ou foi genial, e a maioria não está vendo isso.
Colocar um produto novo como o iPhone 14 em uma espécie de “vácuo de mercado” pode resultar em uma indigesta canibalização que a própria Apple terá que administrar depois. Retirar o iPhone 13 do mercado é algo inviável, pois suas vendas vão disparar. E é preciso promover o novo modelo de alguma forma.
Espero que a Apple encontre uma solução para essa questão. Seria bem desagradável ver o iPhone 14 virar um fracasso comercial por motivos bem diferentes que o iPhone 13 Mini se tornou.
O que serve de “consolo” é que, de alguma forma, a mesma Apple vai lucrar (e muito) com tudo isso. Só resta saber se realmente apostou na melhor estratégia a longo prazo.
Bom, avisado você está.
Chega a ser óbvio escrever isso no final do artigo depois de tudo o que foi dito até aqui, mas… a decisão, pra variar, é sua.