A Huawei está finalizando o desenvolvimento do HarmonyOS Next, um sistema operacional sem apps do Google que marca a sua completa separação do Android.
Depois de tantos embargos estabelecidos por duas gestões presidenciais nos Estados Unidos, a marca entendeu que a melhor alternativa para permanecer no mercado mobile era mesmo o caminho da independência do Android (e de outras marcas norte-americanas nos componentes dos telefones).
A empresa chinesa investiu US$ 8 bilhões e formou 380 mil programadores para criar um novo ecossistema de software. E neste artigo, vamos entender como o HarmonyOS Next será a pedra angular da estratégia da Huawei em prevalecer no mercado de smartphones.
Huawei: rumo ao sucesso com o HarmonyOS?
Excelente pergunta. E neste momento, ainda é difícil responder de forma precisa sobre o que vai acontecer. Mas vamos entender como a Huawei está se estruturando para deixar o seu sistema operacional o mais robusto e atraente possível para os usuários.
A Huawei tem planos ambiciosos, já que duplicou os seus lucros e prevê vender mais smartphones, mesmo sem acesso aos serviços da Google.
Isso se explica pela escolha do mercado local como principal ativo da marca no segmento dos smartphones. O HarmonyOS já atingiu 16% de quota de mercado na China, e esse é o principal ponto de inflexão para o seu sucesso, segundo a Huawei.
A nível global, a empresa enfrenta o desafio de conquistar usuários habituados ao Android e iOS, que dominam o mercado com 74% e 23% de quota, respectivamente.
Logo, é fácil concluir que a principal missão da Huawei com o HarmonyOS e não repetir o que aconteceu com outras marcas dentro do segmento de telefonia móvel: morrer na tentativa.
Uma missão muito complexa, considerando os estragos que a dupla Android e iOS fizeram para BlackBerry, Nokia, Mozilla, Microsoft e outras empresas (quem conhece a história da telefonia móvel entendeu as referências – e eu vou falar mais sobre isso no futuro).
A busca por um novo ecossistema de aplicativos
A Huawei quer 5.000 apps para o lançamento do HarmonyOS Next, focando nos softwares mais utilizadas pelos consumidores. E nem poderia ser diferente.
Se a Huawei não oferecer aqueles aplicativos que são efetivamente os mais populares, é melhor nem tentar entrar na disputa com o Android e iOS.
A marca sabe que são os aplicativos que garantem alguma chance de migração de plataforma. E para conseguir os apps, grandes empresas chinesas como Tencent e ByteDance são “convidadas” (ou melhor, pressionadas) a desenvolverem softwares para o novo sistema operacional.
Tá, nem tudo pode ser alcançado pela imposição. Para atrair programadores, a Huawei oferece receitas 30% a 50% superiores aos do Android.
Pois nada melhor que o capitalismo para incentivar as pessoas a melhorarem suas soluções de software.
Além disso, a empresa espera que o novo sistema traga um aumento de 30% no desempenho dos dispositivos, o que pode chamar a atenção dos developers e usuários.
O futuro da Huawei e do HarmonyOS
O lançamento do HarmonyOS Next está previsto para o final de 2024, com uma versão beta chegando aos usuários no segundo trimestre.
É correto dizer que todo o sucesso do HarmonyOS Next dependerá da sua capacidade de atrair usuários e developers. E não é um exagero afirmar que o futuro da marca no mercado de telefonia móvel depende dessa iniciativa com o novo sistema operacional.
A ambição da Huawei é ir além do mercado chinês, mas precisa focar no aumento de aplicativos para o seu sistema operacional e, em um segundo momento, convencer os usuários de que sua plataforma é uma alternativa viável ao Android e iOS.
Algo que, convenhamos, passa bem longe de ser uma das tarefas mais fáceis do mundo.
A estratégia da Huawei é, em teoria, a mais acertada. Verificar se ela funciona na prática é um trabalho que cabe ao tempo.
Vamos acompanhar todos os movimentos da Huawei. Lembrando sempre que sua marca irmã, a Honor, vai começar a lançar os seus smartphones no mercado brasileiro.
Ou seja, tudo o que eu acabei de escrever pode ser de nosso interesse futuro de alguma forma.