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Elon Musk chegou no Twtter tocando o terror

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É Halloween, e Elon Musk decidiu chegar no Twitter tocando o terror. Literalmente. Ou quase isso.

O novo dono do Twitter já tomou as primeiras decisões que afetam a vida do novo brinquedo. Não apresentou grandes novidades nas funcionalidades e aspectos técnicos, mas suas mudanças já são sentidas no corpo diretivo da empresa, e isso vai afetar as nossas vidas de alguma forma. Ou de várias formas, dependendo da perspectiva que você vê.

Além de um super aplicativo chamado X, que seria uma espécie de super app que combina mensagens, rede social e plataforma de pagamentos (e totalmente livre de publicidade), Musk já está colocando em prática algumas de suas mudanças nos aspectos burocráticos da plataforma.

Por isso, vamos entender o que Musk já está mudando no Twitter para deixa-lo com a sua cara.

 

Demitiu executivos (e não quer pagar por isso)

Elon Musk acabou com a junta diretiva do Twitter, pois agora ele tem o controle completo da plataforma e vai mandar sozinho em tudo. O problema é que ele alega que todos foram “demitidos por justa causa” e, por conta disso, entende que nenhum deles merece receber o valor de US$ 100 milhões totais pela rescisão unilateral dos contratos.

A compensação financeira é prevista em caso de quebra de contrato pela compra da empresa, e equivale a um ano de salário mais a opção de compra das ações não exercidas e um ano de seguro de saúde para cada um deles.

É altamente improvável que Musk consiga convencer os juízes do caso se a questão for para a Justiça, já que o entendimento legal de “demissão por justa causa” envolve motivos muito mais graves do que o subjetivo “porque eu quero que seja assim”. A tendência é que os executivos demitidos processem o novo dono do Twitter e, muito provavelmente, um acordo envolvendo uma enorme quantia de dinheiro deve acontecer.

É uma jogada de marketing de Musk que é mais hostil do que algo realmente inteligente, e a briga pode custar caro para ele e para o Twitter por tabela. O movimento pode dificultar a contratação de novos executivos, pois muitos profissionais não vão confiar na possível ausência de estabilidade do cargo nem nos pagamentos previstos no mercado.

Muitos vão defender Musk por causa da Síndrome de Asperger que ele sofre, mas… sei lá… não consigo colocar tudo o que ele faz na conta de um diagnóstico de distúrbio comportamental. Me parece uma explicação até simplória para explicar esse comportamento.

Principalmente por causa da decisão tomada sobre as contas verificadas.

 

Você pagaria US$ 20 por mês para ter uma conta verificada no Twitter?

Essa é a mais recente ideia de Elon Musk: cobrar US$ 20 por mês no Twitter Blue para conceder o privilégio de verificação de contas para os usuários que desejam receber o famoso selo azul, que comprova que aquela é uma conta oficial de uma personalidade ou de uma empresa.

Essa é uma decisão que, ao que tudo indica, já está tomada, e deve chegar a todos os usuários em 7 de novembro. Na prática, quem tem conta verificada na rede social do passarinho azul será OBRIGADO a assinar o Twitter Blue para manter esse status. Quem não fizer isso em até 90 dias, perde essa verificação.

Musk vai além nessa proposta: se as cobranças nas contas verificadas não chegarem na plataforma até 7 de novembro de 2022, os responsáveis pelo recurso (ou aqueles que deveriam fazer a coisa acontecer dentro do Twitter) serão demitidos.

Resultado: alguns desenvolvedores no Twitter estão trabalhando dia e noite para entregar a atualização neste prazo. E essa pressa toda deve indicar que o Twitter Blue deve desembarcar no mundo inteiro, já que neste momento ele só funciona na Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Um dos obstáculos que Musk precisa driblar para esse plano de cobrança das contas verificadas dar certo é as questões legais com governos e instituições financeiras. Outra questão a ser discutida é a remoção dos selos de verificação de órgãos governamentais, pois isso pode aumentar os riscos de desinformação, prejudicando o acesso da população à informação e apuração jornalística dos fatos.

Sem esses selos, confusões, falta de informação e desinformação prejudicam de forma sensível o trabalho do jornalismo e a população como um todo. A agilidade da verificação dos fatos no Twitter é fundamental nos casos de desastres ambientais ou guerras, e as contas verificadas ajudam as fontes de notícias na busca pela informação mais precisa.

 

Duas ideias muito ruins

Vou falar um pouco mais da segunda ideia, pois é ela que afeta ao usuário final de forma mais direta.

Além do fato dos produtores de conteúdo serem obrigados a pagar um valor mensal para receber essa verificação e conta (o que é algo péssimo de qualquer forma), o fato do Twitter não manter uma parceria mais próxima com os criadores de conteúdo vai fazer com que mais e mais influencers procurem outras plataformas concorrentes, algo que já está acontecendo com a rede social do passarinho azul neste momento.

Instagram, TikTok e YouTube contam com ferramentas para monetizar as atividades dos usuários em suas respectivas plataformas, enquanto o Twitter engatinha neste aspecto. E para qualquer produtor de conteúdo, seja ele um influencer regional ou o Felipe neto, não é nada interessante pagar pelo selo de verificação, principalmente para uma plataforma que não dá valor para o seu trabalho ou sua relevância junto aos demais usuários.

O Twitter sofre de uma crise em perder nesse momento os seus usuários mais ativos e influentes na rede social, e os influencers recebem um papel muito importante na massificação e no engajamento dessas plataformas.

Falta ao Twitter um analista de redes sociais eu o oriente sobre a necessidade de investir dinheiro nos influenciadores e nos usuários mais ativos dessa plataforma, que são responsáveis por pelo menos 90% de todo o conteúdo disseminado nessa rede. E isso, porque eles são apenas 10% de toda a base de usuários do serviço.

Sem essas pessoas o Twitter vai se tornar uma terra arrasada ao longo do tempo. Se é que já não se tornou e Musk não consegue entender isso.


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