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Como a linha Sony Xperia saiu de smartphones muito desejados para produtos de um nicho muito específico

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A Sony apresentou recentemente os novos smartphones Xperia 1 V e Xperia 10 V, prometendo melhorias significativas em suas câmeras. Com telas cinematográficas e som envolvente, os dispositivos da marca são a escolha perfeita para os amantes de filmes e séries que buscam uma experiência imersiva de entretenimento.

E eu sei que a Sony abandonou o Brasil no mercado de smartphones, e pode soar estranho falar sobre a marca no blog. Mas eu também sei que muitos usuários ainda estão interessados nos produtos da marca por algum motivo, o que me leva a produzir esse conteúdo, levantando algumas reflexões que considero relevantes.

Os smartphones Sony Xperia sempre se destacaram nos aspectos fotográficos, e a marca está se esforçando para atrair profissionais de fotografia e produtores de conteúdo como clientes. E é justamente esse o problema dos japoneses: focar em um grupo específico de usuários, restringindo o volume de vendas dos telefones.

 

O problema está no público-alvo que a Sony escolheu

Um dos problemas enfrentados pela Sony é o público-alvo que consegue aproveitar ao máximo todas as funcionalidades oferecidas pelos smartphones. Tanto o sistema operacional avançado quanto a complexidade das configurações de câmera exigem conhecimentos mais aprofundados em Android e fotografia, e isso não é algo tangível para a grande maioria dos usuários.

Essa necessidade de habilidades técnicas pode afastar uma parcela significativa de potenciais consumidores que buscam simplicidade e praticidade. São tantos recursos avançados, que apenas um grupo muito específico consegue extrair todo o potencial desses telefones.

Outro aspecto que impacta diretamente nas vendas dos Xperia é o preço.

Enquanto os smartphones mais populares e bem-sucedidos no mercado são os de faixa de preço que neste momento flutua entre R$ 1.500 e R$ 3.000, a Sony optou por focar em telefones top de linha ou premium. Essa estratégia, embora louvável em seu propósito, parece não ter se mostrado tão eficaz em diversos mercados onde a empresa ainda atua.

Os consumidores buscam com maior frequência opções de smartphones que ofereçam uma excelente relação entre qualidade e preço, e nesse quesito marcas como Xiaomi, realme e OPPO têm se destacado com sucesso. Essa preferência do público pela linha média com preços acessíveis tem colocado esses fabricantes em posições privilegiadas em vários países.

 

A Sony não é a Apple

A reputação da Sony como uma marca de prestígio é inegável. Todo mundo sabe que os seus smartphones, eletrônicos e consoles de videogames são excelentes, com uma qualidade mais do que comprovada.

Porém, ao longo dos anos, tem se notado uma leve queda nessa reputação, acompanhada de um declínio nas vendas de seus dispositivos móveis em todo o mundo. E muito disso acontece porque a Sony acredita que é a Apple e, com isso, pode cobrar o preço que quiser pelos seus produtos. O que não faz muito sentido para mim.

Em termos práticos, a grande adversária da Apple no mercado de smartphones é mesmo a Samsung, tanto na capacidade econômica quanto na presença de mercado. Se a Sony não está presente em todos os mercados globais, não pode se considerar uma concorrente da gigante de Cupertino, ou pelo menos não está em condições de igualdade para entrar nessa competição.

Além disso, o ritmo lento na liberação de atualizações de sistema operacional e a disponibilização de patches de segurança são motivos de frustração para os entusiastas da marca. E muitos que acompanham o segmento de telefonia móvel sabem que a maioria dos usuários considera como algo importante ou relevante a atualização dos dispositivos.

Para se manter competitiva no mercado de smartphones, a Sony precisa considerar a relevância de oferecer atualizações rápidas e constantes, de forma semelhante ao que a Samsung tem feito, por exemplo. A estratégia de disponibilizar atualizações oportunas do sistema operacional, juntamente com a oferta de suporte e segurança, são dois dos fatores responsáveis pelo sucesso da marca sul-coreana, contribuído para que ela seja líder no mercado de vendas de dispositivos móveis.

Por fim, a Sony deve considerar também a possibilidade de retomar a produção de telefones mais econômicos, atendendo a uma parcela de consumidores que busca smartphones de qualidade sem ter que pagar preços elevados. Essa medida poderia atrair uma base mais ampla de usuários, aumentando suas vendas e fortalecendo a presença da marca nos mercados globais onde ela se faz presente.

O mais bizarro de tudo isso é que a Sony é sim capaz de oferecer telefones menos caros que são de boa qualidade. Alguns modelos do passado que eu testei para o blog confirmam isso, pois entregavam um pouco mais do que o esperado para dispositivos de uma faixa de preço mais econômica.

Mas como eu não imagino os japoneses da Sony mudando de opinião ou perspectiva sobre ela mesma, penso que não será surpresa ver a marca se retirando do mercado de telefonia móvel em um futuro a médio prazo. A história da telefonia móvel já viu esse filme antes, e bem sabemos como tudo terminou.


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