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Brasil “escapou” da inflação do PlayStation 5

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Em tempos em que as boas notícias são raras para o consumidor brasileiro, temos uma grande exceção neste caso.

Ontem (25), eu publiquei um artigo sobre a decisão da Sony em aumentar os preços das duas versões do PlayStation 5 em diferentes mercados globais (com exceção dos Estados Unidos). Os argumentos da empresa estavam baseados no pessimismo econômico e na inflação generalizada.

Muitos usuários estavam na dúvida se o Brasil entraria na festa dos aumentos de preços, uma vez que a própria Sony incluiu a América Latina nos planos de reajustes.

E para a nossa (boa) surpresa, o time da PlayStation Brasil confirmou que a resposta é… NÃO! O PlayStation 5 não vai ficar mais caro em nosso mercado.

 

Uma surpreendente notícia (que eu imaginei que poderia acontecer)

Antes de mais nada, o gamer brasileiro precisa comemorar.

Ser uma exceção da regra é algo positivo dessa vez. Logo o Brasil, que está mais que acostumado a ficar para trás nos lançamentos de tecnologia e pagando preços elevados pelos produtos que tanto amamos, agora é beneficiado por não entrar no pacote de aumentos estabelecido pela Sony para diferentes países do planeta.

Por outro lado, quero deixar bem claro que, apesar de expressar todas as minhas opiniões sobre o assunto considerando o cenário de momento (e, principalmente, sem as informações oficiais por parte da Sony no Brasil), eu mesmo previ (ou imaginei, como queiram) que o nosso mercado poderia escapar desse reajuste de valores para o PlayStation 5.

A seguir, vou colocar o “ipsis literis” do que escrevi no artigo original, onde comento a decisão da Sony em reajustar globalmente o preço do PlayStation 5:

Recentemente, o governo brasileiro reduziu os impostos sobre os custos de produção de videogames e produtos relacionados ao segmento, e isso pode fazer com que a Sony do Brasil acabe “subsidiando” por algum tempo o aumento de preços aplicado ao PlayStation 5.

Por outro lado, não sabemos exatamente qual é o nível de autonomia que a Sony do Brasil possui para não aplicar o aumento de preços dos seus consoles por aqui. Afinal de contas, estamos falando de uma decisão “global” (com exceção dos Estados Unidos) e muito respaldada por um cenário que está afetando diferentes mercados.

O time PlayStation Brasil não entrou em detalhes sobre os fatores que resultaram em uma exclusão do mercado brasileiro para a leva de aumentos do PlayStation 5 em escala global, e seria importante conhecer os argumentos da empresa neste sentido.

Por outro lado, o que realmente importa neste caso é saber que o PlayStation 5 não vai ficar ainda mais caro em nosso mercado, o que seria um enorme problema para um grupo consumidor que já enfrenta dificuldades em adquirir o produto nos valores disponíveis neste momento.

OK. Agora que recebemos as boas notícias, é importante tentar entender por que a Sony decidiu assim no Brasil.

 

Por que o Brasil ficou de fora do aumento de preços do PlayStation 5?

Tal e como eu disse no artigo original publicado ontem, o Brasil tem características peculiares e específicas para a dinâmica de valores do PlayStation 5.

Vale a pena reforçar alguns fatores que ajudam a explicar a decisão.

A Sony não produz 100% do PlayStation 5 no Brasil, e isso torna o produto mais caro que os seus principais concorrentes (em especial, mais caro que o Xbox Series S e Xbox Series X da Microsoft, que possui maior porcentagem de produção em território brasileiro).

Por outro lado, o governo brasileiro decidiu reduzir os impostos dos videogames, jogos e outros aspectos relacionados com a produção de produtos dentro desse setor. Essa isenção fiscal resultou em um natural estímulo para uma redução ou manutenção de preços dos produtos para o consumidor final.

Com isso, não só o console PlayStation 5 como os seus jogos compatíveis com este produto permanecem com valores minimamente razoáveis. Tudo bem, eles ainda custam mais caros que o seu principal concorrente, mas pelo menos não sofrem o impacto da tal “inflação não oficial” que a Sony promove em seus produtos.

Mas um dos principais fatores para o Brasil não ser incluído no reajuste de preços do PlayStation 5 pode estar também no cenário da concorrência local. E a Sony (ao que tudo indica) não quer mais perder em um dos principais mercados de videogames no mundo.

Aumentar os preços do PlayStation 5 neste momento poderia significar um “entregar o mercado brasileiro de bandeja” para a Microsoft. Até porque a gigante de Redmond já se posicionou oficialmente sobre o recente movimento da Sony, confirmando que não vai reajustar os valores cobrados pelo Xbox Series S e Xbox Series X… pelo menos por enquanto.

É claro que a Sony não vai admitir isso publicamente, mas fica fácil intuir que a concorrência mexeu um pouco com a cabeça da PlayStation Brasil.

E não deixa de ser algo positivo essa influência da Microsoft nas decisões da Sony dentro do segmento de videogames.

 

Esse aumento de preços pode atingir o Brasil no futuro?

É claro que sim. O mundo é muito dinâmico, e tudo pode acontecer.

O que é certo dizer é que o Brasil não será afetado pela decisão de aumentos de preços nas versões do PlayStation 5… por enquanto!

Não dá para prever o que vai acontecer no futuro, e a dinâmica financeira global ainda está muito volátil. Quando olhamos para os principais problemas que o planeta enfrenta neste momento, a sensação clara que fica é que estamos um pouco distantes de um momento de estabilidade.

E todos esses problemas tendem a afetar de forma direta diferentes segmentos de mercado, e o mundo da tecnologia é um dos setores mais afetados. E o universo dos videogames, assim como o de computadores, teve a sua dinâmica alterada nos últimos anos.

Todas as principais empresas do mercado de videogames ainda estão lidando com as consequências dos eventos globais dos últimos dois anos, e as decisões a serem tomadas nem sempre são as mais agradáveis para o consumidor final.

Porém, pensar que o Brasil escapou de um reajuste de preços do PlayStation 5 em um cenário onde nem o Japão conseguiu evitar a revisão de valores do produto é uma “vitória” que deve ser sim comemorada pelos gamers do console da Sony.

E, em um sentido mais amplo, por muitos brasileiros que são fãs de tecnologia.

De qualquer forma… pelo sim, pelo não… se eu estou no seu lugar, pensaria seriamente em investir na compra do PlayStation 5… se você tem o dinheiro que a Sony cobra por ele no Brasil, evidentemente.


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