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As plataformas de streaming nos traíram

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As plataformas de streaming revolucionaram a maneira como consumimos filmes e séries em casa, oferecendo comodidade e acesso ilimitado a uma ampla variedade de conteúdo. E isso deixou todo mundo mal acostumado.

Na verdade, é um sinal dos tempos e das mudanças de comportamento que acontecem de tempos em tempos com o coletivo. E é algo absolutamente normal. O ser humano muda os seus hábitos entre as gerações, e o que foi oferecido para todos nós é uma nova forma de consumo de entretenimento.

Mas tudo acaba nessa vida. Recentemente, essas mesmas plataformas estão sendo duramente criticadas por suas práticas de exclusão de conteúdo e, consequentemente, pela perda de credibilidade perante os usuários.

 

Promessas vazias

O que antes era vendido como uma das grandes vantagens do streaming – ter seus títulos favoritos sempre disponíveis – agora parece ser cada vez mais uma promessa vazia. Na prática, as plataformas estão traindo seus usuários, sem qualquer tipo de pudor ou constrangimento.

É claro que os usuários estão preocupados, pois todo mundo dá valor ao suado dinheiro que luta todos os dias para ganhar. E não está fácil garantir a comida na mesa, o estudo das crianças e os novos episódios de Drive to Survive.

Nesse momento em que tudo está mudando de forma perigosa (principalmente se os movimentos recentes da Netflix funcionarem), chegou a hora de olhar para o cenário atual de forma mais crítica, analisando cada ponto de preocupação dos usuários.

 

Eliminação de conteúdo exclusivo e redução de custos

Uma tendência preocupante que surgiu recentemente nas plataformas de streaming é a da eliminação de séries e filmes que, em teoria, eram exclusivos desses serviços, com o principal objetivo de redução de custos.

Essa prática, inicialmente adotada pela HBO Max, tem se espalhado, e até mesmo a Disney+ recentemente optou por fazer algo semelhante. E o movimento é polêmico para as duas plataformas, já que ambas no passado se orgulhavam por contarem com uma propriedade intelectual potente o suficiente para “obrigar” os assinantes a escolherem os seus respectivos serviços para assistir as produções dentro de suas propriedades intelectuais.

O problema aqui é que a conta começou a não fechar, pois enquanto os conteúdos estavam nas plataformas rivais, essas mesmas empresas obtinham os lucros indiretos pelos direitos de distribuição de conteúdo, algo que era muito bem-vindos para essas gigantes do entretenimento.

Essas exclusões não apenas deixam os usuários frustrados, mas também minam a credibilidade das plataformas, que prometem aos assinantes a disponibilidade contínua de seu conteúdo exclusivo. A falta de garantia de que essas produções encontrarão um novo lar em outras plataformas só aumenta a incerteza sobre o futuro do streaming como um todo.

 

Disponibilidade limitada e ausência de alternativas

Um dos grandes trunfos do streaming é a facilidade de acesso ao conteúdo, mas as exclusões de títulos têm prejudicado essa comodidade.

Ao contrário das edições físicas, que podem se esgotar temporariamente e serem posteriormente reeditadas, a exclusão de produções exclusivas do streaming é algo inaceitável para muitos usuários. Esses títulos são promovidos como os principais atrativos das plataformas, e a falta de uma estratégia clara de disponibilidade deixa os assinantes decepcionados.

Além disso, a falta de opções para assistir a essas produções, seja por meios alternativos ou pela ausência de edições físicas, torna a situação ainda mais frustrante para os fãs. E aqui, toda a indústria de entretenimento tem culpa no cartório.

Todo mundo sabia que o futuro pertencia aos formatos digitais, mas poucos pensaram no que poderia acontecer com alguns títulos mais clássicos se o DVD e o Blu-ray fossem aposentados. Algumas obras clássicas e com relevância afetiva para muitas pessoas vão simplesmente desaparecer do mercado, e nenhum de nós terá acesso a esse no futuro, mesmo pela obrigação de assinar uma plataforma específica para isso.

Pois existe a chance de aquela série ou filme não ser de interesse de nenhum serviço rival.

Ferrou!

 

Credibilidade abalada e estratégia questionável

A exclusão de conteúdo e o cancelamento de séries são outros movimentos que estão minado a credibilidade das plataformas de streaming.

Um exemplo recente é a Netflix, que tem sido alvo de críticas pela alta taxa de cancelamento de suas séries, como no caso da série de ficção científica “Agência Lockwood”, cancelada após uma única temporada.

E… sinceramente… isso é algo que chega a dar raiva da dona Netflix. Ela engaja os fãs em torno de uma história, chega a pedir para levantar o hype de uma série para, no final, cancelar rapidamente a produção.

Eu sei que a Netflix tem os seus critérios para manter uma série no ar. Mas isso beira a ejaculação precoce de forma desenfreada de uma plataforma que oferece muito conteúdo, e quando a qualidade vem, é cancelada por causa dos números (que são sempre frios).

A mecânica de lançamentos contínuos e apressados sem uma estratégia clara levantam dúvidas sobre a qualidade do conteúdo oferecido. Não é mesmo, dona Disney e, mais especificamente, Marvel Studios?

Eu, que gosto das produções do MCU, me senti saturado e muito incomodado com um enorme volume de séries que, na maioria dos casos, entregaram uma qualidade no mínimo questionável.

Se por um lado apresentou personagens que farão parte do universo cinematográfico da Marvel em um futuro próximo, por outro lado tudo foi entregue de forma apressada e com uma qualidade de pós-produção muito abaixo do desejado.

As plataformas de streaming precisam repensar suas abordagens, garantindo aos assinantes uma experiência confiável e transparente.

 

Conclusão

Enquanto as plataformas de streaming continuam a dominar nossas vidas como a principal forma de consumir entretenimento, as exclusões de conteúdo e a perda de credibilidade estão abalando a confiança dos usuários.

A falta de garantia de disponibilidade de produções exclusivas e a ausência de alternativas viáveis deixam os assinantes insatisfeitos. É crucial que as plataformas de streaming repensem suas estratégias, priorizando a transparência e a confiabilidade para reconquistar a confiança dos consumidores e evitar a diminuição de seu valor como uma opção de entretenimento.

Ou muita gente vai voltar para o torrent, que é a última alternativa para quem quer solucionar todos esses problemas. E eu não vou discutir as questões morais e éticas dessa prática neste momento, pois o que as plataformas de streaming estão fazendo com os seus assinantes passa bem longe de ser algo legal ou moral.


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