A Casa do Dragão, primeiro spin-off de Game of Thrones, está chegando, para a alegria daqueles que sofrem até hoje de crise de abstinência em assistir os eventos desse universo todo domingo a noite na HBO (ou a qualquer momento no streaming do HBO Max).
E parece que os showrunners da série decidiram dar um olhar um pouco mais próximo da nossa realidade para a diversidade da série, diferente da visão de mundo de George R.R. Martin.
Um pouco tarde, é verdade. Mas… antes tarde do que nunca.
A Casa do Dragão vai apresentar a primeira casa importante composta por personagens negros, o que pode causar a revolta dos racistas disfarçados de “conservadores” e “puristas”.
Vamos então entender como essa evolução vai acontecer dentro do universo de Game of Thrones.
Apresentando a Casa Velaryon
Para quem não sabe, A Casa do Dragão é de responsabilidade dos showrunners Ryan Condal e Miguel Sapochnik, que estão adiante de uma série que, na prática, é um spin-off baseado no universo criado por George R.R. Martin.
Ou seja, ela faz parte do cânone de Game of Thrones. Até porque George é o supervisor e também showrunner da série que é um prequel da narrativa principal.
Logo, as mudanças que foram introduzidas aqui estão valendo, e não adianta ficar “xingando muito no Twitter” porque tem preto na Terra Média.
Amigo, o povo preto está em tudo quanto é lugar. Só você não quer aceitar isso.
Com a palavra, Ryan Condal, que fala sobre as mudanças que virão (algo que eles pensaram em fazer desde o primeiro momento que assumiram o projeto de A Casa do Dragão):
“Era muito importante para mim e Miguel criarmos uma série que não fosse apenas mais um bando de brancos na tela. Queríamos encontrar uma maneira de introduzir a diversidade sem que parecesse uma reflexão tardia ou, pior, puramente simbólica.”
A casa escolhida para materializar essa mudança é a Velaryon, que se torna um dos pilares para a trama política que A Casa do Dragão vai apresentar. A narrativa gira em torno da queda da casa Targaryen após uma guerra civil.
Lord Corlys Velaryon será interpretado por Steve Toussaint (Prince of Persia), e será o líder de sua casa. Ele chegou em Westerios a partir de Valyria.
E para concluir, a ideia de transformar os membros da Casa Velaryon em “conquistadores negros que chegaram a Westeros vindos do oeste” veio do próprio George R.R. Martin.
Entenderam, bando de chorões racistas?
Uma resposta, mesmo que tardia
Game of Thrones sempre foi criticada pela escassez de personagens negros dentro de sua trama principal.
Todas as principais casas dessa história (com exceção da Casa Dorne) eram compostas por personagens 100% brancos. Para piorar a situação, os poucos personagens negros que conseguiram algum tipo de relevância em Game of Thrones foram Missandei e Gusano Gris… e os dois eram ESCRAVOS.
Ou seja, até Game of Thrones trabalhou com o estereótipo que um preto só pode aparecer em histórias de ficção como personagens menores ou de posição inferior, reforçando assim o racismo estrutural no coletivo.
É sempre importante lembrar que o povo preto não foi só escravo desde o início dos tempos. No continente africano, vários países contavam com reinos comandados por negros empoderados e com grande poder concentrado.
O grande problema é que a história é sempre contada pelo “vencedor”: o povo branco.
De qualquer forma, A Casa do Dragão decide corrigir isso e, quem sabe, ensinar alguma coisa para o nerd branco racista que tem HBO em casa porque os pais pagam.
A Casa do Dragão estreia na HBO Max em 21 de agosto.