A Netflix não está sozinha na decisão em reduzir o bitrate de seus conteúdos de vídeo por streaming para reduzir o tráfego de internet nas redes europeias. Agora, o YouTube se soma à medida. A plataforma de vídeos do Google confirmou a decisão em um comunicado emitido pela Reuters.
No comunicado, o YouTube afirma que:
“Nos comprometemos a mudar temporariamente todo o tráfego na UE para a definição padrão”.
A medida foi adotada depois que Thierry Breton, Comissário de Mercado Interior da Comissão Europeia, manteve conversas com Sundar Pichai, CEO do Google, e Susan Wojcicki, CEO do YouTube, e a plataforma registrou nos últimos dias pequenos picos de uso, mas a atualização deve ajudar a minimizar o estresse de todo o sistema de internet no continente.
YouTube no modo padrão por até 30 dias
A decisão, que inclui o Reino Unido (mesmo com o país ficando de fora do bloco econômico da União Europeia), ficará ativa por 30 dias, e pode ser prorrogada, dependendo do cenário de momento. O que não foi detalhado de forma mais clara é o que significa exatamente a “definição padrão” para o YouTube, uma vez que FullHD é 1080p, HD é 720p e padrão pode se posicionar entre 360p e 480p.
De qualquer forma, o Google segue atuando para preservar o bom funcionamento da internet durante a crise do COVID-19. Tanto o YouTube como a Netflix são dois serviços que, por natureza, consomem um grande tráfego de dados. E com um número maior de pessoas ficando em casa, o impacto do consumo de dados será sentido pelos provedores.
Olhando para a página de suporte do YouTube, um streaming em FullHD tem uma taxa de bits entre 3.000 e 6.000 Kbps e um vídeo em HD fica entre 1.500 e 4.000 Kbps. Os vídeos em 480p e 360p, que são a “resolução padrão” da plataforma, o bitrate cai entre 500 e 2.000 Kbps e entre 400 e 1.000 Kbps, respectivamente. Logo, fazendo uma conta rápida, uma hora de vídeo em FullHD a 30 FPS são 2 GB de dados consumidos, enquanto que uma hora de vídeo em 480p consome 560 MB e a 360p vai consumir 315 MB.
Quando a Netflix confirmou que ia reduzir o bitrate de conteúdo, o impacto estimado era de uma redução de aproximadamente 25%. Hoje, o consumo de conteúdo por vídeo é responsável por nada menos que 70% da largura de banda de toda a internet, de modo que as decisões tomadas pelas duas plataformas devem ajudar na estabilidade da rede nesse momento de crise.
Não há informações se a decisão do YouTube também vai entrar em vigor no Brasil.
Via Reuters, New York Times