A emulação tem se mostrado uma das principais estratégias para preservar e disponibilizar títulos clássicos que, de outra forma, seriam esquecidos.
É uma pena que os fabricantes não estão preocupados com a preservação dos jogos. Tudo bem, só pensam no lucro. Mas não apresentar alternativas legais para os jogos do passado e criminalizar a emulação chega a ser algo cretino.
Ainda estamos distantes de receber um emulador de PlayStation 4 capaz de executar jogos comerciais sem problemas de velocidade, estabilidade e compatibilidade. Mas essa caminhada para alcançar esse objetivo oficialmente começou.
Esse é o primeiro emulador para o PlayStation 4 (por enquanto)
Recentemente, a comunidade de emulação recebeu uma notícia promissora com o desenvolvimento do emulador RPCSX, criado pelas mentes por trás do RPCS3.
Embora estejamos ainda longe de desfrutar de jogos como o aclamado Bloodborne no PC, o último build do RPCSX conseguiu executar um jogo do PS4, embora não tenha passado da tela principal. Esse marco é significativo, considerando que o emulador é relativamente jovem e precisa reproduzir o comportamento de um console de videogames com arquitetura complexa.
E mesmo com o projeto Spine avançando com cerca de 125 jogos emulados, todos eles ainda são considerados relativamente básicos, e o emulador não recebeu atualizações significativas há mais de um ano. E até por isso o progresso do RPCSX é motivo de esperança para os fãs, mesmo com o perfil do emulador no GitHub advertindo que ele “não pode executar nenhum jogo, e não há um ETA” (Estimativa de Tempo para a conclusão).
A emulação para salvar o passado dos videogames
A necessidade de emuladores se tornou ainda mais presente com a recente divulgação de um alarmante relatório elaborado pela Video Game History Foundation e a Software Preservation Network. Segundo o relatório, impressionantes 87% dos videojogos clássicos lançados nos Estados Unidos não estão mais disponíveis.
A indústria parece cada vez mais disposta a abandonar títulos que não geram mais receitas, contribuindo para a triste desaparição de preciosas franquias e memórias dos fãs.
Logo, a emulação surge como uma das primeiras linhas de defesa para resgatar e reviver esses jogos. A possibilidade de desfrutar novamente de jogos “exclusivos” que já não podem ser encontrados comercialmente é um estímulo poderoso para o desenvolvimento de emuladores, seja recriando clássicos como Gran Turismo na PlayStation 1, os amados jogos de Pokémon na Game Boy, ou a magnífica aventura de Breath of the Wild na Wii.
É uma maratona, e não uma corrida de 100 metros rasos
Alguns títulos de sucesso da PlayStation 4 como Horizon Zero Dawn, Death Stranding e God of War foram portados para outras plataformas. Mas essa é uma porcentagem muito pequena.
Ainda existem jogos aprisionados nessa plataforma, e um dos mais notórios é Bloodborne. Os fãs anseiam por uma solução que permita desfrutar dessa aclamada obra-prima em plataformas alternativas.
O caminho para uma emulação de qualidade é árduo, e todos os emuladores começam com os mesmos problemas, como telas negras e problemas de desempenho. Mas cada avanço deixa toda uma comunidade gaming mais perto de tornar realidade o sonho de jogar os clássicos títulos AAA dos consoles no PC, o que representa um futuro mais promissor para a preservação e acessibilidade aos títulos.
Nintendo, Sony e Microsoft precisam reconhecer esse cenário e reverter a situação a favor dos jogadores. Caso contrário, a comunidade gaming mais habilidosa vai se virar contra cada uma delas, usando a emulação como arma de resistência.
E peço desculpas se você achou que iria encontrar um emulador de PlayStation 4 neste artigo. Não foi a minha intenção.
Na verdade, foi minha intenção sim. Mas eu jamais vou admitir isso.