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Twitter proibiu a publicidade política, e todos os olhos se voltam para o Facebook

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O Twitter tomou uma importante decisão para barrar a publicidade política em sua plataforma, por entender que tal prática conta com um elevado poder de influência e reverberação no coletivo, afetando a vida de “milhões de pessoas” (palavras do próprio Twitter). Com isso, todos voltam o olhar para o vizinho ao lado: o Facebook.

Mark Zuckerberg sentiu os efeitos das mentiras que os políticos publicaram no Facebook, pois foi obrigado a responder a um arsenal de perguntas sobre o assunto em sua última aparição no Congresso dos Estados Unidos.

Muitos afirmam que a melhor solução para o Facebook é seguir os passos do Twitter e banir os anúncios políticos na plataforma. Tudo bem, os políticos democratas iriam aplaudir a medida, enquanto que os republicanos e mais conservadores vão odiar. Mas é nesse ponto que você pode ver a índole de cada um, e tirar a suas próprias conclusões.

 

 

 

O alcance de uma mensagem deve ser conquistada, não comprada

 

 

A regra é a mesma que influenciou as mudanças recentes no Instagram (eliminação da contagem de likes nas postagens) e futuras do Facebook (a mesma eliminação da contagem de likes nas postagens). Uma mensagem política deve alcançar as pessoas pela sua relevância conquistada, e não porque um político ou partido pagou para que a mesma chegasse a um maior número de pessoas de forma artificial.

Uma mensagem deve ter esse alcance de forma orgânica, com retweets ou pela capacidade natural de uma conta receber um grande número de seguidores. Pagar por esse alcance elimina a liberdade de decisão das pessoas, forçando a aceitação dessa mensagem. E isso não deveria ser comprometido ou influenciado pelo peso do dinheiro, afetando a vida de milhões de pessoas, na opinião do Twitter.

Para Jack Dorsey, com as coisas funcionando do jeito que estão (as fake news dominando as comunicações), não é coerente investir esforços para combater essa prática, e a melhor forma de fazer isso é banindo as mensagens políticas pagas. Vale lembrar que a liberdade de expressão nesse caso barra em uma coisa que qualquer empresa privada possui: políticas ou termos de uso.

É claro que também falta uma regulação para obter um equilíbrio entre a liberdade de expressão dos políticos e a manipulação em massa da opinião alheia. E, nesse ponto, Dorsey e Zuckerberg concordam. E Dorsey reforça que a infraestrutura democrática pode não estar preparada para lidar com a decisão tomada pelo Twitter, mas garante que a medida não viola essa liberdade, mas proíbe o pagamento pelo alcance de discurso político. Qualquer político pode publicar o que quiser na plataforma. Só não poderá pagar por esse tipo de anúncio na plataforma, com o objetivo de alcançar um público maior.

 

 

A pergunta que não quer calar: quais são os limites?

 

 

É claro que a decisão anunciada por Jack Dorsey possui defensores e detratores. E no meio do debate, uma pergunta persiste: quais são os limites?

 

 

 

Jack mencionou um exemplo onde a proibição não vai acontecer: o apoio de registro ao voto, algo muito importante nos Estados Unidos porque, por padrão, você não pode votar se você não faz o registro para cada eleição. Para a tranquilidade de todos (ou preocupação de outros tantos), o Twitter vai compartilhar as condições completas do funcionamento da nova medida em 15 de novembro, e a proibição vai entrar em vigor no dia 22 de novembro.

Só depois desses termos e condições específicas reveladas é que podemos dimensionar quais são os efeitos práticos dessa proibição. Dependendo das exceções dessa regra, pouca coisa muda. Ou pode mudar para sempre, com punições mais pesadas.

Lembrando que o Twitter liberou os políticos em violar as políticas da plataforma sem a eliminação das mensagens, mas se dá ao direito de ocultar as mesmas, impedindo que um grande grupo de usuários tenha acesso ao conteúdo.

 

 

Agora é com você, Zuckerberg

 

 

A decisão do Twitter merece sim aplausos, pelo menos nesse momento (antes de saber quais são as exceções). Se tem uma coisa que é coerente na decisão é a motivação em banir os discursos políticos distorcidos e as fake news. Jack Dorsey agregou valor na rede social ao ser mais eficiente ao impedir que tais discursos alcancem um número maior de pessoas.

Pode perder dinheiro com isso? É claro que pode. Mas a comunidade olha para o Twitter com maior empatia a partir de agora.

O que o Facebook vai fazer diante disso?

Muito maior, com maior relevância junto à audiência conservadora e que se envolveu em problemas sérios com a influência dos russos nas últimas eleições, Mark Zuckerberg tem uma importante decisão a tomar. Tudo o que Jack Dorsey disse sobre esses temas podem muito bem ser aplicados ao Facebook. E não é nem uma indireta. É um discurso direto, reto e muito claro.

E entendo que Zuckerberg não pode ficar calado diante desse movimento. Se tem uma boa hora para copiar alguma coisa que os outros fizeram (e não apenas copiar do Snapchat), essa hora é agora.


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