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Trabalhos escolares com a “cara” do ChatGPT

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A idade revela a fonte dos nossos trabalhos escolares. Enciclopédias enormes, a Wikipedia, a Encarta… ou o ChatGPT. Cada geração usou uma fonte ou ferramenta diferente para alcançar o objetivo de não tirar zero na escola.

No mundo digitalizado em que vivemos, a facilidade de acesso à informação e às mais diversas ferramentas tecnológicas trouxe consigo um novo desafio para os educadores: a utilização de inteligência artificial para copiar e plagiar trabalhos escolares.

E nesse momento, a ferramenta mais popular para tentar fazer os professores de trouxas é mesmo o ChatGPT. E detectar o plágio nesse caso é uma tarefa complexa para os profissionais de educação.

Mas… eu estou aqui para tentar ajudar..

 

Trapacear é mais fácil e melhor do que nunca

O ChatGPT é um modelo de linguagem por Inteligência Artificial (IA) desenvolvido pela OpenAI, capaz de gerar textos completos e coerentes a partir de um prompt ou instrução. Sua eficácia é inegável, sendo capaz de aprovar exames de medicina e direito como um estudante humano. E essa mesma habilidade também o torna uma tentação para os estudantes em busca de atalhos.

Diante desse cenário, a comunidade educacional está tomando medidas para enfrentar esse novo desafio. Alguns institutos e universidades já proibiram o uso de ferramentas como o ChatGPT e bloquearam o acesso a elas em seus sistemas, em uma tentativa vã de controlar uma prática que se tornou mais fácil e disseminada do que nunca.

Outros centros de ensino optaram por exigir trabalhos manuscritos, acreditando que a tarefa de copiar e colar perde seu apelo quando os alunos precisam escrever à mão. Mas essa é uma estratégia também se mostrou ineficaz diante de estudantes cada vez mais perspicazes, que conseguem personalizar ou modificar os textos gerados por IA o suficiente para evitarem a detecção.

Algumas ferramentas podem detectar textos gerados por IA, como o AI Text Classifier da própria OpenAI. Mas são soluções que podem ser contornadas com facilidade pelos estudantes, que fazem pequenas alterações nos textos ou os personalizam o suficiente para burlar os algoritmos. Outros detectores, como Writer.com e GPTZero, apresentam resultados moderados, principalmente com textos em inglês e sem modificações.

E, mesmo assim, não temos uma solução que seja eficiente na detecção de textos produzidos integralmente pelo ChatGPT para todos os cenários.

 

As an AI language model…

A conscientização sobre o uso de ferramentas como o ChatGPT está se espalhando entre os professores, mas até mesmo eles podem cometer erros ao utilizá-lo inadvertidamente.

Há relatos de professores que solicitaram ao ChatGPT a elaboração de avisos sobre o uso da própria ferramenta em suas aulas, apenas para receber respostas sarcásticas ou inadequadas. Até porque a ferramenta da OpenAI não foi concebida para essa finalidade.

Por outro lado, alguns professores mandaram a paciência para o espaço, deixando de ler os artigos que claramente foram gerados pelo ChatGPT. Alguns estudantes são tão preguiçosos, que simplesmente não apagam o indicativo “As an AI language model…”, que é uma menção comum quando a ferramenta não detecta a resposta pesquisada.

Mais do que isso: alguns estudantes COPIAM A FRASE NA REDAÇÃO À MÃO, acreditando cegamente na resposta da IA.

 

O uso do ChatGPT para trapacear em outros formatos de texto

Embora a problemática da trapaça acadêmica seja o foco principal dessa discussão, é importante ressaltar que a capacidade de gerar texto do ChatGPT também tem aplicação em outras áreas.

Já é possível encontrar avaliações de produtos escritas pelo ChatGPT em plataformas como Amazon e Yelp, o que levanta questões sobre a integridade das informações disponíveis nessas plataformas.

A inteligência artificial tem o potencial de aumentar a produtividade e simplificar tarefas em diversos campos, mas ainda não substitui completamente a habilidade humana de compreensão e análise crítica.

Embora seja uma ferramenta poderosa, o ChatGPT é apenas um modelo de linguagem por IA, que conhece suas limitações. O desafio agora é encontrar maneiras de coibir o uso indevido dessa tecnologia e promover uma educação que valorize o conhecimento autêntico e a originalidade dos alunos.

Em um mundo onde a informação está ao alcance de um clique, cabe às instituições de ensino e aos educadores a tarefa de acompanhar as novas tecnologias e desenvolver estratégias eficazes para combater a trapaça digital. Afinal, a educação deve se adaptar e evoluir junto com a sociedade, buscando sempre a formação integral dos alunos e a promoção de valores como honestidade acadêmica e ética.


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