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Steven Spielberg previu a crise de Hollywood

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Por muitos anos, Steven Spielberg tem sido reconhecido como uma das vozes mais influentes e respeitadas em Hollywood. Mas seu talento não se limita apenas à direção de filmes de sucesso.

Surpreendentemente (ou não, dependendo do ponto de vista), Spielberg também demonstrou habilidades de previsão de futuro ao antecipar a atual crise que assola a indústria cinematográfica.

Há exatos 10 anos, em um evento de inauguração da USC School of Cinematic Arts, o renomado diretor já apontava para as dificuldades que estamos testemunhando neste momento em Hollywood.

 

Me passa os números da Mega-Sena, Spielberg!

Na ocasião, Spielberg, acompanhado por George Lucas, discutiu os desafios que os cineastas enfrentariam ao produzir filmes para o cinema. Ele enfatizou que a tarefa se tornaria cada vez mais difícil, uma previsão que hoje se revela verdadeira.

De fato, o diretor revelou que, naquela época, o filme “Lincoln” esteve próximo de se tornar uma produção da HBO, antecipando uma prática que gradualmente está se espalhando: os preços de ingressos variáveis.

Spielberg utilizou o termo “preço dinâmico” para descrever a ideia de que o público pagaria valores diferentes para assistir a diferentes filmes. Ele afirmou que, no futuro, seria necessário desembolsar cerca de 25 dólares para assistir ao mais recente lançamento da saga “Homem de Ferro” (sem saber que essa franquia chegaria ao fim no terceiro filme, mas antecipando que o Universo Cinematográfico da Marvel iria prosperar), enquanto produções como “Lincoln” poderiam ser vistas por apenas 7 dólares.

A situação atual tem se tornado ainda mais complexa, com diferentes preços sendo cobrados para a mesma produção, dependendo do assento escolhido pelo espectador.

O aspecto mais impressionante das declarações de Spielberg é a precisão com que ele previu a crise pela qual Hollywood está passando em 2023.

Neste ano, temos observado cada vez mais superproduções fracassando nas bilheterias, o que coloca em xeque a resposta dos diferentes estúdios diante dessa realidade. Em seu momento profético, o diretor de “West Side Story” alertou para uma possível “implosão” ou colapso na indústria cinematográfica, afirmando que “três, quatro ou até mesmo meia dúzia de filmes de alto orçamento iriam se estatelar no chão e isso mudaria o paradigma”.

Palavras de Spielberg:

“Esse é o grande perigo, e no final vai haver uma implosão, ou um grande colapso. Haverá uma implosão onde três, quatro ou mesmo meia dúzia de filmes de grande orçamento cairão no chão, e isso mudará o paradigma.”

 

Exatamente como está acontecendo em 2023…

Spielberg acertou em cheio, e a prova do que ele está falando está em fracassos de bilheteria dos portes de The Flash e Elementos, por exemplo.

Resta acompanhar como essa mudança de paradigma se concretizará. É altamente improvável que as grandes produtoras de Hollywood continuem investindo quantias exorbitantes de dinheiro em filmes que acabam gerando prejuízos milionários. A conta não fecha mais, e as pessoas estão saturadas de tantos “grandes filmes do ano” a cada semana.

Muitas fichas foram colocadas em filmes que foram antecipados como “grandes eventos” e, cada um em sua proposta, até justificam receber tamanha visibilidade.

Especialistas reforçam que Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, Oppenheimer e Barbie são potenciais indicados ao Oscar 2024 e, por conta disso, recebem uma visibilidade muito maior do que outras estreias do ano, algo que é bem natural. Porém, se esses filmes fracassarem na bilheteria, a implosão de Hollywood estará completa.

A indústria cinematográfica está em uma encruzilhada, e vai ter que se reinventar. Steven Spielberg, com sua perspicácia ímpar, já havia apontado para o caminho a seguir uma década atrás. E ninguém em Hollywood anotou o que ele disse.

Só eu estou entendendo que o tão criticado filme Babilônia, dirigido por Damien Chazelle, faz cada vez mais sentido em existir?


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