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Spotify, e o dilema do “ruído branco”

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No Spotify, a variedade é a chave para atrair uma ampla gama de usuários ávidos por conteúdo de áudio. A plataforma busca reunir não apenas entusiastas de gêneros musicais específicos, mas também aqueles que se deleitam com uma gama diversificada de podcasts. E é nesse cenário que emergem os controversos podcasts de “ruído branco”.

Entre as trilhas sonoras de música mais populares e os debates acalorados nos podcasts, há uma categoria curiosa: o ruído. E aqui, não estamos falando de uma cacofonia aleatória, mas sim de tipos específicos de ruídos que, de acordo com várias teorias, exercem efeitos variados no ser humano. E, veja bem, estamos falando de efeitos positivos aqui.

Efeitos positivos para os usuários, mas muito negativos para o Spotify, que quer acabar com a brincadeira.

 

A polêmica do “ruído branco” no Spotify

Um dos expoentes dessa categoria inusitada dentro do Spotify é o tão falado “ruído branco”.

Imagine um som que abrange todo o espectro audível, desde os graves profundos até os agudos delicados, com igual intensidade. Esse tipo de som tem ganhado popularidade, especialmente nas circunstâncias certas.

Dizem que o “ruído branco” pode ajudar a conciliar o sono e a relaxar após momentos de tensão. E como resultado, o Spotify tem testemunhado uma inundação de podcasts que, basicamente, consistem em horas e mais horas de “ruído branco”.

É claro que isso gerou polêmica, e pode resultar em uma decisão potencialmente controversa. De acordo com o PC Mag, o Spotify está cogitando a remoção dos podcasts de “ruído branco” de seu catálogo.

E o motivo para essa proibição é, por incrível que pareça, a popularidade desses “podcasts” (se é que dá pra chamar isso de podcast).

 

Custa caro para o Spotify matar o “ruído branco”

Alguns desses podcasts têm alcançado uma quantidade surpreendente de reproduções, traduzindo-se em ganhos substanciais para seus criadores, que podem receber até 18.000 dólares por mês. Calcula-se que o Spotify poderia economizar até 38 milhões de dólares anualmente caso optasse por eliminar esse tipo de conteúdo.

Os números por trás dos podcasts de “ruído branco” são impressionantes. Durante o ano de 2023, esses episódios somaram cerca de três milhões de horas de reprodução diárias.

Não é pouca coisa.

E essas horas de conteúdo não passam despercebidas. Os criadores desses podcasts são recompensados pelas reproduções, o que representa um investimento considerável por parte do Spotify.

Contudo, há mais a considerar do que apenas os custos: há também os potenciais benefícios em termos de receita por meio de publicidade ou aumento de assinaturas motivadas pela presença desse conteúdo singular na plataforma.

Olhando para o cenário prático dessa problemática, o “ruído branco” vai além dos valores pagos ou dos ingressos em publicidade para as plataformas. Esse tipo de áudio não só é consumido pelas pessoas que buscam um maior estágio de relaxamento, mas também por aqueles que tentam mascarar os roncos noturnos e potencialmente alterar o curso de relacionamentos.

Logo, remover os podcasts de “ruído branco” não será uma das missões mais simples para o Spotify. Nem todos os elementos envolvidos nessa questão se remetem ao dinheiro gastou ou recebido, mas também no risco iminente de um êxodo de usuários e produtores de conteúdo, que podem migrar para alternativas que não vão banir o tipo de áudio tão desejado.

Será que o prejuízo ou economia de US$ 38 milhões por ano compensam os potenciais lucros que o Spotify pode seguir arrecadando com a manutenção de um áudio que, para muitos, é só ruído?

Que as calculadoras do Spotify trabalhem mais para responder a essa questão.


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