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Seremos obrigados a pagar por uma assinatura para seguir usando a Galaxy AI no futuro?

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A Samsung deu muito destaque para a Galaxy AI durante o evento Unpacked que apresentou os novos smartphones Galaxy S24. São vários recursos que atuam de forma direta nas funcionalidades do smartphone, e influenciando na experiência do usuário.

E são recursos muito legais e bem interessantes, como a tradução e transcrição em tempo real, a edição de fotos em modo generativo e o recurso Circle to Search, que realiza buscas de informações na internet ao desenhar um círculo na tela em uma imagem.

O único detalhe que a Samsung “se esqueceu de mencionar” (e identifique uma ironia quando se deparar com uma) é que todos esses recursos mágicos e revolucionários (beijo, Apple…) que agora são gratuitos podem ser cobrados dos usuários no futuro.

 

Vou ter que pagar para seguir usando?

A Samsung não contou isso para você, mas eu estou aqui para fazer o trabalho sujo.

As características exclusivas da Galaxy AI serão gratuitas até o final de 2025. Depois disso, os usuários podem ter que pagar por essas opções. Pelo menos é o que fica implícito pelas regras estipuladas pela própria Samsung.

Não há maiores detalhes se isso realmente vai acontecer e quais serão os custos que eventualmente teremos que pagar por isso. Também não dá para saber neste momento se o modelo de negócios vai funcionar, pois tudo vai depender da disposição dos usuários em pagar para seguir usando essas funcionalidades.

É uma estratégia semelhante ao traficante de substâncias ilícitas: primeiro oferecem o produto para deixar o usuário viciado nele, e depois que o indivíduo descobre que não consegue viver sem essa experiência, passam a cobrar para que os mais dependentes joguem dinheiro na cara da dona Samsung.

É também uma estratégia parecida com o modelo de assinatura na indústria automotiva, algo que também não deu muito certo em um passado não muito distante.

O polêmico pacote de assinatura da BMW para ativar recursos que antes estavam disponíveis de série nos seus carros entregou como consequência a enorme irritação dos clientes da marca.

E é bom que a Samsung olhe para esses exemplos antes de decidir cobrar pelo uso da Galaxy AI. Neste momento, todo mundo pensa que esses benefícios estão integrados aos elevados custos pagos por esses smartphones.

Porém, está claro que não existe almoço grátis no mundo da tecnologia.

 

Tudo para aumentar as receitas

Os fabricantes de smartphones buscam aumentar as receitas a todo custo, mesmo que adotem estratégias controversas ou que desagradam aos usuários. E a assinatura para liberar novos recursos é uma dessas tendências.

O problema específico da Samsung é que os usuários já estão pagando uma fortuna pelos seus smartphones top de linha ou premium, e a marca dá a entender que essas soluções não contam com custo adicional, além de serem exclusivas dos telefones da marca.

Não é algo tão absurdo assim quando pensamos que existem várias soluções que se transformaram em serviços, e que boa parte dos usuários acabaram aderindo ao modelo de pagamento de mensalidade para usar essas soluções que, no passado, custavam uma fortuna por um único pagamento.

O caso mais clássico do que estou falando é o Microsoft Office, que virou o serviço Microsoft 365 e se tornou muito mais acessível no plano de assinatura mensal ou anual. De quebra, oferece 1 TB de armazenamento na nuvem do OneDrive, o que é um bom negócio para os mais produtivos.

E o sucesso dos modelos de IA generativa em 2023 impulsionou o surgimento de serviços em nuvem que, em boa parte (se não for a maioria neste momento), contam com opções de assinatura.

Por outro lado, nem mesmo algumas das plataformas estabelecidas conseguiram engrenar os seus serviços de assinatura. Veja o ChatGPT Plus, por exemplo: ele está longe de alcançar a popularidade que a Open AI esperava, e com a chegada do Copilot Pro, a situação dessa proposta só piora.

Afinal de contas, a Microsoft oferece o mesmo GPT-4, uma IA integrada ao Office e recursos adicionais pelo mesmo preço do ChatGPT Plus.

Então… será que tudo isso vai dar certo?

 

IA local vs. nuvem

Outro ponto de discussão é se os usuários da Samsung vão aceitar pagar para desbloquear os recursos de Inteligência Artificial que vão executar no dispositivo de forma local.

A decisão certamente vai passar pelo tipo de usabilidade dessas funcionalidades. É importante lembrar que a Galaxy AI utiliza o modelo Gemini Nano do Google para executar suas soluções em modo local e dispensando a conexão na nuvem.

Logo, cobrar valores adicionais para utilizar recursos que são nativos do dispositivo e, em teoria, já foram pagos pelo usuário no ato da compra do telefone é algo no mínimo controverso (e uso esse termo só para não chamar de contraditório).

Uma das saídas que a Samsung pode tomar para deixar tudo isso algo menos pior é cobrar apenas pelos recursos que dependem da nuvem para funcionar. O que faz mais sentido, pois envolve custos de servidor e demandas tecnológicas maiores que custam uma grana para os sul-coreanos manterem tudo de pé.

Por isso, cobrar pelos recursos de IA online é praticamente “o normal”, já que todas as plataformas semelhantes realizam essa cobrança de alguma forma, mesmo oferecendo as soluções básicas gratuitas.

E neste momento, não existe qualquer confirmação por parte da Samsung. Tudo o que escrevi neste artigo é uma grande teoria especulativa baseada na incerteza sobre a cobrança das funcionalidades.

Fato é que a IA fatalmente vai se tornar como mais fator ou argumento dos fabricantes para aumentar os preços dos smartphones em 2024, e o modelo de assinatura para uso das funcionalidades generativas é apenas mais uma maneira para que as marcas aumentem os seus lucros.

Não podemos nos esquecer que o uso de uma IA nos smartphones só está no começo. Com o passar do tempo, tudo ficará mais claro para todos.

Os usuários vão entender melhor o que podem fazer com a Inteligência Artificial nos equipamentos. E os fabricantes vão compreender melhor como podem lucrar com isso.

E nosso cartão de crédito que lute.


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