BIOS e UEFI são termos muito difundidos no mundo da informática, mas pouco compreendidos junto ao grande público. Na verdade, as terminologias são semelhantes, mas contam com diferenças substanciais.
O próprio mundo da informática não se ajuda de vez em quando, não explicando o que cada coisa faz ou deixou de fazer, deixando a maioria dos usuários boiando com esses termos. E cabe a nós, produtores de conteúdo, explicar tudo.
Por isso, vou dedicar algum tempo da minha vida para explicar, de forma muito breve e resumida, o que é BIOS e UEFI, além de destacar as principais diferenças entre eles.
Explicando o que é BIOS e UEFI
A BIOS tem origem no ano de 1975, e tem como principal função realizar a inicialização de hardware e software nos computadores. Os usuários mais antigos estão mais do que familiarizados com esse termo nos equipamentos informáticos.
Com o passar do tempo, o código da BIOS tornou-se obsoleto em função do avanço do hardware. Computadores mais potentes e complexos chegaram ao mercado, e veio a necessidade de renovação.
Então, na década de 1990, surgiu a UEFI, que é uma versão melhorada da BIOS, por ser mais segura e capaz de suportar os recursos de hardware mais modernos, principalmente as unidades de armazenamento de 2 TB.
A UEFI é o resultado do esforço conjunto de várias empresas envolvidas nessa iniciativa. Tanto que, em 2015, Intel, AMD, Dell, Lenovo e Microsoft formaram a fundação UEFI.
Hoje, o UEFI é o padrão para a maioria dos PCs modernos, embora a confusão persista entre os usuários. Algo que é compreensível, pois praticamente ninguém parou para explicar a diferença entre um e outro.
O impacto da transição da BIOS para UEFI
A mudança de BIOS para UEFI é uma transformação radical no modo como os PCs iniciam e operam. O principal impacto na experiência do usuário é justamente no tempo menor de inicialização dos sistemas e operação dos softwares nos computadores modernos.
Mas olhar apenas para esses dois aspectos pode ser algo redutivo para medir o impacto da chegada da UEFI nos computadores atuais. Vários outros aspectos foram sensivelmente impactados com a chegada do novo recurso nos PCs.
A seguir, apresento uma breve lista das principais mudanças promovidas pelo UEFI nos equipamentos informáticos:
Capacidade de Arranque e Arquitetura:
- BIOS: Modo de 16 bits, arranque mais lento.
- UEFI: Modo de 32 ou 64 bits, arranque mais rápido.
Interface Gráfica:
- BIOS: Baseado em texto, sem interfaces gráficas.
- UEFI: Interfaces gráficas modernas, interação com mouse para melhor experiência do usuário.
Compatibilidade com Discos Rígidos:
- BIOS: Limitado a 2.2 TB devido ao MBR.
- UEFI: Usa GPT, permitindo discos de mais de 2 TB.
Segurança:
- BIOS: Menos seguro, vulnerável a malware no arranque.
- UEFI: Arranque seguro, verifica a validade do sistema operacional.
Capacidades de Rede Integradas:
- BIOS: Sem funcionalidades de rede diretamente no firmware.
- UEFI: Suporte a funções de rede, facilitando a configuração remota.
Configuração de Armazenamento:
- BIOS: Usa memória CMOS.
- UEFI: Pode ser armazenado na placa base ou carregado de outros dispositivos no arranque.
Compatibilidade com Versões Anteriores:
- BIOS: Resistente a mudanças, com compatibilidade limitada.
- UEFI: Emulação de BIOS, permitindo instalação de sistemas operacionais mais antigos.
Desenvolvimento Contínuo e Suporte:
- BIOS: Estático, com atualizações limitadas.
- UEFI: Fundação UEFI desde 2015, indicando um desenvolvimento dinâmico e colaborativo.
Conclusão
Agora, você sabe as principais diferença entre BIOS e UEFI, e entende que não passamos por uma simples mudança de nomenclatura.
O que aconteceu aqui foi uma mudança radical, que resultou em um avanço significativo nos sistemas informáticos atuais. Sem a UEFI, os computadores jamais teriam avançado tanto, e outras tecnologias talvez não estariam disponíveis.
Videogames modernos, os smartphones, sistemas operacionais avançados e até mesmo a internet. Todas essas soluções tecnológicas foram sensivelmente afetadas pela UEFI.
E é muito importante compreender como essa evolução resultou em uma autêntica revolução tecnológica que muitos sequer perceberam que aconteceu ao longo de três décadas.