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Se o Facebook investir em privacidade em 2020, vai lucrar menos

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Mark Zuckerberg teve a coragem de afirmar em 2019 que “o futuro é privado”. Coragem porque a frase veio da boca do CEO do Facebook, que todos bem sabem que está bem longe de ser a empresa especializada em manter intacta a privacidade dos usuários. E contrastante com a afirmação que o mesmo Zuckerberg fez em 2010: “a era da privacidade acabou”.

O Facebook tentou limpar a sua imagem nefasta depois do escândalo da Cambridge Analytica e o terrível ano de 2018 como um todo. Falou de codificação, de segurança de dados, interações privadas, plataformas unificadas interoperáveis… E agora, Zuckerberg insiste em falar de privacidade.

 

 

Uma faca de dois gumes

Zuckerberg disse o seguinte para os acionistas da empresa durante a apresentação dos resultados financeiros do Facebook relativos ao quarto trimestre de 2019:

“[…] Este também será um grande ano para o nosso maior foco na privacidade. Como parte de nosso acordo com a FTC, nos comprometemos a criar controles de privacidade e auditorias que estabelecerão um novo padrão para nossa indústria, indo além do que é exigido por lei atualmente. Atualmente, temos mais de 1.000 engenheiros trabalhando em projetos relacionados à privacidade e ajudando a desenvolver este programa.”

Uma ferramenta recém lançada pelo Facebook mostra como a empresa vai rastrear tudo o que fazemos na web, inclusive quando estamos fora do Facebook ou do Instagram. Mas… como tudo isso afeta de verdade as nossas vidas, especialmente com a pressão dos órgãos regulatórios?

Por enquanto, o Facebook não para de ganhar novos usuários, aumentando suas receitas e lucros. Porém, David Wehner (diretor de finanças do Facebook) afirmou que esperam uma taxa de crescimento no primeiro trimestre de 2020 em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior registrando uma desaceleração. Ou seja, a empresa vai continuar a ganhar dinheiro, mas vai ganhar menos dinheiro.

Um dos motivos para isso acontecer é o próprio amadurecimento do Facebook, que não tem muito por onde crescer na sua publicidade. Outro motivo está no crescente impacto da regulação global de privacidade, o que impede que a empresa adote determinadas práticas que são mais lucrativas.

Além disso, o RGPD (ou GPDR), as mudanças nos sistemas operacionais móveis e nos navegadores (que agora são mais focados na publicidade e na eliminação dos rastros do usuário na internet) e o lançamento de uma iniciativa própria para monitoramento das atividades fora do Facebook são outras explicações para a redução dos lucros da empresa.

Ou seja, o próprio Facebook é responsável pela queda nas receitas.

 

 

Conclusão

Com os órgãos governamentais e até mesmo uma boa parcela dos usuários da plataforma mais exigentes nos temas de privacidade, o potencial do Facebook como negócio lucrativo acabou sentindo o baque, e a empresa deixa claro que o novo cenário não é o melhor para o seu modelo de negócios, como bem vimos com a multa milionária que ela recebeu da FTC.

Por outro lado, isso não quer dizer que o Facebook vai entrar em processo de erosão se voluntariamente tomar medidas que resultem em uma maior privacidade para as suas plataformas. Até porque, dessa forma, a empresa reduz as chances de danos futuros.

 

 

Via Facebook


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