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Quem responde pelos acidentes com patinetes elétricos?

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Fato: os patinetes elétricos estão dominando o mundo e, obviamente, o Brasil também. Não só com os aluguéis de veículos, mas com muita gente comprando as suas unidades. Eu tenho simpatia por esse formato de mobilidade (apesar de preferir a bicicleta elétrica, por considerar mais seguro), e apoio as cidades que estão adaptando as suas leis para receber os patinetes dentro da mobilidade urbana.

Porém, cada vez mais ouvimos histórias de acidentes envolvendo os patinetes elétricos, onde parece que as culpas são compartilhadas, mas ninguém se responsabiliza por elas. Algumas pessoas estão se machucando seriamente nesses incidentes, e as primeiras mortes começam a ser registradas. Infelizmente.

 

 

E o lance do capacete?

 

 

Parece que pouco se importam com a importância do uso do capacete ao pilotar patinetes elétricos. Algumas empresas de aluguel de veículos enfatizam tal importância, mas é difícil verificar se o seu uso é real. Por outro lado, as autoridades pouco fazem a respeito.

Muitas ciclovias são compartilhadas por pedestres, e muitos pedestres sem noção (onde se aproveitam da condição de vulnerável) acabam atravessando a ciclovia na hora que querem, sem perceber que um veículo está se aproximando. E para evitar a colisão, condutores de patinetes e bicicletas estão se envolvendo em acidentes.

A maioria das lesões nesse tipo de acidente não acontecem na cabeça, mas braços, pernas e mãos acabam sofrendo com fraturas em quedas onde os responsáveis podem ser apontados por três fatores:

1) desconhecimento do usuário sobre o correto uso de um patinete elétrico;
2) Manutenção ruim do veículo;
3) Problemas na via (asfalto irregular, pedestre sem noção, etc).

 

 

O outro lado da moeda

 

 

Por outro lado, empresas diferentes oferecem patinetes com características diferentes. Enquanto algumas empresas fornecem veículos mais robustos e manejáveis para diferentes perfis de condutores, outras entregam produtos mais básicos e um tanto quanto perigosos para os menos experientes.

Se bem que o bom senso pede que aqueles que estão iniciando na condução de um patinete elétrico respeitem a tal curva de aprendizado, e treinem por algum tempo no veículo antes de sair enfrentando o trânsito.

Até porque, para quem nunca andou de patinete elétrico na vida, é importante saber que:

– É um veículo instável, com rodas pequenas, e as empresas que alugam os patinetes não ensinam como ele deve ser utilizado. É bem assim: desbloqueia, use e tome cuidado.

– Modelos mais robustos e com rodas maiores suportam melhor as superfícies irregulares das ruas brasileiras. E boa parte dos patinetes elétricos de aluguel não são assim.

– Várias cidades do mundo estão notificando sobre acidentes com os veículos. Porém, por ser um fenômeno muito recente, isso não é considerado por vários usuários como algo necessariamente perigoso.

– Em uma bicicleta, o equilíbrio é maior. No patinete, nem tanto. Você precisa tracionar de tempos em tempos (apesar do motor elétrico), e uma vez que a área da prancha é menor, a queda se torna mais perigosa. Praticamente sem defesa para o seu corpo.

– Nos Estados Unidos, está comprovado o alto índice de fraturas provocadas por acidentes com patinetes elétricos.

– Normalmente, as pessoas tendem a culpar o condutor do patinete pelo incidente, e isso mostra uma grande ignorância das pessoas sobre o assunto. Qualquer pessoa pode se acidentar na rua, desde que se coloque à disposição de um veículo perigoso, sem nenhum tipo de precaução.

 

 

Onde ficamos aqui?

 

 

As legislações sobre os patinetes elétricos no Brasil ainda estão em elaboração. Nos Estados Unidos, o assunto ganha maior prioridade pelo aumento de atendimentos em salas de emergência com os acidentes provocados por esse meio de transporte.

Alguns aplicativos de transporte assumem a responsabilidade de incidentes pontuais, mas não necessariamente estão nessa obrigação, e suas condições de uso deixam bem claro isso. No final das contas, a responsabilidade pelos incidentes volta para o cliente.

Agora… é sua culpa não saber andar bem em um serviço que é oferecido abertamente para todos? É responsabilidade das empresas ou dos municípios regular o uso dos patinetes e obrigar o uso do capacete?

Várias perguntas sem respostas claras e, no final, tal e como aconteceu com a polêmica sobre a legalidade do Uber e de outros aplicativos de transporte de passageiros, é preciso regularizar de forma clara os patinetes elétricos, já que o seu crescimento é muito mais rápido que o das legislações.

E, no meio do caminho, os usuários estão em terra de ninguém.

Ninguém aqui está dizendo que você não deve usar os patinetes elétricos, mas pede que você tome as suas precauções: use um capacete, ande com cuidado e adote uma condução defensiva.

Isso é pedir demais?


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