A Libra, criptomoeda do Facebook, foi apresentada ao mundo em junho de 2019. Estava sustentada pelo apoio de mais de 30 empresas, incluindo algumas gigantes como PayPal, MasterCard, eBay, VISA, Uber, Vodafone, e Coinbase, entre outras. Meses depois, várias empresas abandonaram o projeto sem dar maiores explicações.
Mark Zuckerberg também se calou sobre as saídas de várias empresas da Associação Libra, o que levanta questionamentos sobre o futuro da cripitomoeda.
Para aqueles que ainda não estão entendendo direito o cenário atual, a seguir, a lista dos membros da Associação Libra nesse momento:
Pagamentos: PayU (braço fintech da Naspers e o único de pagamentos digitais).
Tecnologia: Facebook/Calibra, Farfetch, Lyft, Spotify, Uber.
Telecomunicações: Ilíada, Vodafone.
Blockchain: Anchorage, Bison Trails, Coinbase, Xapo.
Capital de Risco: Andreessen Horowitz, Iniciativas Inovadoras, Ribbit Capital, Thrive Capital, Union Square Ventures.
Organizações sem fins lucrativos e instituições acadêmicas: Creative Destruction Lab, Kiva, Mercy Corps, Women’s World Banking.
Já não são membros: Visa, MasterCard, PayPal, Stripe, Booking Holdings, eBay, Mercado Pago.
Gigantes abandonando o projeto
Nos últimos dias, a polêmica da web foi o anúncio de alguns dos principais parceiros da Associação Libra e, por tabela, do Libra: VISA, PayPal, MasterCard, eBay, Mercado Pago, Stripe e Booking Holdings foram as primeiras a anunciarem as suas respectivas desistências da associação. E há quem diga que não serão as últimas empresas a sair.
Mesmo sem um pronunciamento oficial, o Facebook afirma que, desde o lançamento da criptomoeda em junho, mais de 1.500 empresas queriam se unir ao projeto, alegando que a Libra despertou o interesse de todos ao redor do mundo. Também é confirmado que aproximadamente 180 entidades cumpriram os critérios preliminares de parceria disponíveis no site Libra.org.
A Associação Libra estabeleceu como objetivo para 2020 contar com um mínimo de 100 empresas colaboradoras. Mas o problema não é esse: o problema é o tipo de empresas que não sustentam a integridade da Libra. Essa debandada não é uma casualidade, onde os motivos podem ir além da falta de sucesso futuro da moeda.
Bancos e Europa podem ser decisivos nessa debandada
Na segunda metade de setembro, os atuais Ministros de Finanças da Eurozona se reuniram de forma informal para conversar sobre o Libra. De um modo geral, o Parlamento Europeu quer impedir o desenvolvimento da Libra com o objetivo em criar uma criptomoeda única e compatível com todos os países da União Europeia, em uma divisa que é publica, mas controlada pelos dirigentes da Zona Euro.
Soma-se isso à pressão dos diferentes bancos contra várias das empresas que colaboram hoje com algumas das entidades membros do Libra, e isso explica porque Visa e MasterCard que sucumbiram diante da pressão. Porém,, tudo não passa de conjecturas. A falta de apoio dos governos pode ser outro motivo para o insucesso preliminar do Libra.
Por se popularizarem com o grande público, os sistemas financeiros tradicionais podem ser afetados pela falta de fluxo dentro da moeda local. Porém, algumas vozes garantem que o objetivo do Libra é focado nos países com via de desenvolvimento, e não tanto nos Estados Unidos, onde a volatilidade da moeda é muito maior.
Vamos aguardar. É cedo para dizer qualquer coisa. Mas é fato que a Libra segue complicada nesse começo de atividades.