Reconhecer o problema é o primeiro sinal de cura. E a Sony oficialmente reconhece que o PS VR2 é um fracasso.
Em 2023, a Sony lançou o PS VR2, prometendo revolucionar a experiência de realidade virtual no PlayStation 5, algo que nunca aconteceu. E nem é pelo fato de as pessoas não estarem preparadas para essa proposta. Os motivos são outros.
O alto preço de 599,99 euros (mais caro que o próprio PS5) e a escassez de jogos de qualidade no lançamento frustraram as expectativas dos jogadores. Sem falar que o produto não é comercializado em todo o planeta. O Brasil (por exemplo), nunca viu o PS VR2 de perto.
Por que o PS VR2 fracassou?
Com menos de 40 jogos disponíveis no seu lançamento, o catálogo do PS VR2 não conseguiu justificar o investimento para muitos. A falta de títulos AAA de grande orçamento, que geralmente impulsionam a popularidade de novas plataformas, também contribuiu para o desânimo do público.
Não era difícil concluir que o PS VR2 seria um gasto inútil rapidamente. Quem trouxe o produto para o Brasil tem um caro objeto de decoração em casa, já que seu preço elevado é um motivo para não deixar ninguém chegar perto dele.
Essa carência de jogos cria um círculo vicioso: o público limitado não cria motivação nos desenvolvedores a investir em novos títulos para o VR, enquanto os altos custos de desenvolvimento impedem o desenvolvimento de jogos de um modo geral, que dirá em títulos de qualidade com experiências diferenciadas.
A Sony está tentando salvar o PS VR2, corrigindo a sua rota de funcionamento e participação do mercado. Recentemente, os japoneses anunciaram a compatibilidade do PS VR2 com PC, para tentar ampliar a base de usuários e atrair desenvolvedores com um mercado potencial maior.
Mas tudo ainda é muito recente, e não dá para avaliar se essa estratégia será suficiente para salvar o PS VR2. A suspensão da produção do dispositivo indica as dificuldades da Sony em vender o produto, e a empresa ainda não se pronunciou sobre outras medidas para torná-lo mais atraente.
Redução de preços e jogos AAA podem salvar o PS VR2?
Uma medida para deixar qualquer coisa mais atraente aos olhos do grande público: reduzir o preço do produto que está encalhado. Nada melhor do que deixar o dispositivo mais acessível para o grande público, pois isso automaticamente estimula a compra por impulso dos trouxas consumidores.
Fica a dica, dona Sony (apesar do seu histórico não ser esse).
Outra solução é o lançamento de jogos AAA exclusivos para o PS VR2, o que é algo mais difícil de acontecer, pelos motivos que já expliquei neste artigo.
Desenvolver jogos AAA exigem uma robustez financeira considerável, e o valor tende a ser ainda maior para as plataformas de Realidade Virtual. Por outro lado, qualquer gamer que paga essa fortuna no PS VR2 espera receber jogos com campanhas longas, histórias envolventes e gráficos imersivos.
É o mínimo que se pede para convencer os jogadores a investir dinheiro no dispositivo.
Neste momento, não dá para dizer que o PS VR2 morreu de vez. Ele é “apenas um fracasso de vendas”, e a Sony ainda tem algum tempo para se recuperar, já que essa disputa pelo domínio da Realidade Virtual apenas começou.
A Sony precisa ser estratégica para reverter o quadro. E aqui, quero dizer que precisa ceder em algumas coisas com o PS VR2 para conquistar o grande público. O futuro do dispositivo depende mais da boa vontade dos japoneses em oferecer um produto atraente e competitivo do que qualquer outra coisa.
Será que a Sony vai ler este artigo e entender tudo o que eu acabei de escrever?