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Por que o 5G está causando problemas na aviação dos Estados Unidos e não na do Brasil

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A essa altura do campeonato, você já deve saber o que está acontecendo com o 5G nos Estados Unidos e, principalmente, com todos os problemas relacionados com o setor de aviação. Porém, a audiência do TargetHD.net também inclui aqueles que não contam com tanto conhecimento sobre os temas de tecnologia, e o tema precisa ser esclarecido de forma objetiva e transparente.

Os leitores mais preocupados podem começar a se acalmar. O 5G é seguro, tanto lá nos Estados Unidos como aqui. E, diferente do que alguns insensatos afirmam, o Brasil não terá problemas com a sua malha aérea ao utilizar a nova tecnologia de comunicações.

Neste post, vamos explicar melhor qual é o problema do 5G com a aviação norte-americana, e por que este problema não vai se repetir no Brasil.

 

 

 

Nossas frequências contam com uma “margem de manobra”

A tecnologia de comunicação por 5G utiliza várias faixas de frequência para funcionar em diferentes velocidades. Algumas mais rápidas, outras um pouco mais lentas. Mas todas consideravelmente melhores do que as atuais redes 4G no desempenho.

Aqui no Brasil, o 5G DE VERDADE só vai começar a funcionar no meio de 2022 e, ainda assim, em fase inicial de operação. Neste momento, as operadoras de telefonia móvel estão oferecendo alternativas para os clientes que, na prática, são um “4G+ ou 4G melhorado” como um “preview” do que o 5G pode oferecer.

Mas… não se deixe enganar: o 5G DSS oferecido por algumas operadoras de telefonia móvel do Brasil não é o 5G clássico que ainda vamos receber, e que já está em operação nos Estados Unidos.

Ou melhor… quase está em operação.

As companhias aéreas norte-americanas ligaram o sinal de alerta por lá, uma vez que as faixas de funcionamento do 5G das operadoras está muito próxima das faixas utilizadas por instrumentos importantes para a operação dos aviões. Um desses instrumentos é o altímetro, item fundamental para um avião pousar em cenários de baixa visibilidade.

Sem um altímetro funcionando, o avião não decola. Simples assim.

E é aqui onde mora o problema nos Estados Unidos. Problema esse que, no Brasil, não existe.

Nos Estados Unidos, o 5G está utilizando frequências entre 3.7 e 3.98 GHz, e os altímetros de aviões com o o Boeing 777 pode sofrer interferências por utilizarem frequências que vão dos 4.2 até 4.4 GHz.

Já o Brasil vai usar um 5G com frequências mais baixas e que entregam velocidades mais lentas. Em compensação, a faixa entre 3.4 GHz e 3.8 GHz adotadas aqui não vão causar as tais interferências nos instrumentos presentes no avião.

 

 

 

O sinal de alerta está ligado (nos EUA)

É claro que os especialistas no assunto aqui no Brasil estão atentos sobre o que está acontecendo nos Estados Unidos, até mesmo para se anteciparem sobre esse e outros eventuais problemas que podem aparecer. Porém, neste exato momento (janeiro de 2022, para quem está lendo este artigo no futuro) e até mesmo em um momento futuro, não vamos enfrentar o mesmo problema que os Estados Unidos encara nesse momento.

A Europa vive o mesmo cenário que o nosso porque também decidiu utilizar frequências mais baixas para o 5G. Alguns países como a França tomaram medidas adicionais, como limitar a potência das novas redes de telefonia para reduzir ainda mais as chances de interferências, algo que poderia ser adotado no Brasil sem maiores problemas.

Como os norte-americanos vão resolver o problema?

Algumas alternativas existem, e são relativamente fáceis de serem adotadas. Uma dessas opções é bloquear o sinal do 5G na região dos aeroportos. Outra é alterar a frequência dos altímetros para que eles operem em uma faixa livre de interferência.

De qualquer forma, não há motivos para pânico, passageiro brasileiro. Você não vai morrer por uma queda de avião provocada por uma rede de internet móvel de alta velocidade.

Quem afirma esse tipo de coisa está espalhando uma fake news extremamente grosseira (e se você se deparar com isso na internet, denuncie).


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