A Google lançou oficialmente o Google Allo, um dos aplicativos anunciados na última Google I/O centrados na comunicação, mas com um apelo distinto: os bots de assistência às mensagens instantâneas.
Depois disso, olhamos para a concorrência, e as comparações são inevitáveis. Porém, a Google parte de um conceito diferente do WhatsApp e do demais. Logo, perguntamos: os dois apps são mesmo concorrentes?
Onde o WhatsApp ganha
Os aplicativos de mensagens instantâneas de Mark Zuckerberg seguem em plena expansão, tanto com o Facebook Messenger como com o WhatsApp. Somado com o Facebook, Zuck concentra não apenas os serviços de mensagens mais utilizados, mas os serviços sociais mais populares.
O WhatsApp chegou na hora certa (há seis anos) e da maneira adequada, quando havia um latifúndio muito fértil de usuários a se explorar. E isso com o Facebook como a maior rede social do mundo, que por sua vez impulsionou o seu Messenger de forma eficiente.
Outros aplicativos mais recentes estão a um abismo de distância. Telegram (100 milhões de usuários ativos por mês) ou Line (250 milhões de MAU) reforçam que um software precisa oferecer o básico já conhecido para se posicionar bem no mercado.
Se você entra no mercado sem nada nas mãos e captando a atenção por nada, a tendência é que o usuário perca o interesse rapidamente. Mas manter a alma de uso pode significar um belo impulso nas adoções.
A Google tem uma comunidade gigante de usuários se nos baseamos nas consultas ao buscador (3 bilhões de consultas em um ano). Mas… ele busca destronar o WhatsApp?
Onde o Google Allo ganha
Só Sundar Pichai e companhia sabem quais são os objetivos a cumprir com o Google Allo. O produto parte de um fundamento completamente diferente do WhatsAp. É sim um aplicativo de mensagem, é claro, mas talvez o principal apelo não é ser “o WhatsApp do Google” ou o “Facebook Messenger do Google”.
O Allo quer que você se esqueça de serviços externos para as ações mais comuns de uso a partir do seu smartphone, e de modo secundário, que converse com os seus contatos.
Conta com stickers e decoração de fotos, que são os últimos apelos dos serviços sociais. Mas não vemos ênfase nas características de mensagens, não pelo menos em cima do protagonismo que leva o bot @google, ou o Google Asssitant, mostrando que a empresa pensa em sério no aspecto da comunicação inteligente.
Talvez aqui há a jogada seja ir além de buscar um espaço no mercado de comunicação instantânea, mas ainda levando em conta o fator de costume de uso já citado.
A Google parece orientar as mudanças para perfilar uma plataforma que consolide ainda mais a sua onipresença, sendo um elemento constante em nossas atividades, ao ponto de ser um interlocutor a mais em nossas conversas.
Ou seja, não é um rival do WhatsApp. É algo bem mais ambicioso.
A ideia e válida, mas não determinante. A Google, mesmo com todo o seu poder, também se deu mal em algumas coisas. Um claro exemplo disso é o Hangouts, mesmo sendo bem mais representativo que o ridículo Google+.
O objetivo agora é evoluir para um serviço de mensagens inteligente, e um encontro permanentemente assistido por inteligências artificiais que estejam presentes no Google Allo, e ter bilhões de dados de usuários ativos conta muito a favor nesse sentido.
Resta saber como os usuários vão receber o novo serviço.