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Por que Elon Musk é obcecado pela letra “X”?

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Elon Musk surpreendeu o mundo ao transformar o Twitter em uma letra e marca singulares para o mundo digital: “X”. O rebranding da popular rede social pode ser algo estranho para metade do mundo civilizado, mas não para o magnata da Tesla.

A letra “X” não é novidade para Musk, que já manifestou uma estranha obsessão por essa consoante em seus empreendimentos anteriores, como o Zip2 e o X.com.

E para (tentar) entender como a mente de Musk funciona, vou explicar neste artigo porque ele tem essa obsessão pela letra “X” em seus empreendimentos.

 

Não é por causa da Xuxa

Em 1995, ao lado de seu irmão Kimbal e de Greg Kouri, Elon Musk fundou a Zip2, uma inovadora empresa que oferecia guias online de cidades com mapas e páginas amarelas. Após vendê-la por 307 milhões de dólares para a Compaq em 1999, Musk viu sua conta bancária engordar, tornando-o um verdadeiro milionário “por conta própria”.

É é preciso enfatizar o “por conta própria”, pois quem conhece o passado de Musk sabe muito bem que ele não veio de baixo.

O Zip2 foi apenas o começo da trajetória de Musk. Logo após a venda da empresa, o empresário passou a focar sua atenção no sistema bancário.

Em março de 1999, ele deu vida ao X.com, um ambicioso portal que centralizava compras digitais, serviços bancários online, cartões de crédito, investimentos e empréstimos, tudo de forma integrada e em tempo real. Musk acreditava que, se resolvesse todas as barreiras que levavam os consumidores a retirar dinheiro do sistema, o X.com se tornaria uma potência financeira multimilionária.

A trajetória do X.com cruzou caminhos com outra startup promissora da época, a Confinity, criada por Peter Thiel, Max Levchin e Luke Nosek. As empresas se fundiram e, por conta disso, surgiu um debate sobre qual nome deveriam adotar para o fruto dessa fusão.

Musk estava obstinado em manter o nome X.com, pois acreditava que se quisessem dominar o sistema financeiro mundial, essa letra era a chave para o sucesso. No entanto, a equipe optou por rebatizar a empresa como PayPal, para evitar conotações ambíguas e potencialmente ofensivas associadas ao “X”.

Sabe como é… a quinta série B segue viva na alma de muitas pessoas, e seria um pulo chamar a X.com de XXX… entendeu?

 

O PayPal adiou o progresso do X.com

A “mafia PayPal” nasceu a partir desse momento, com 23 empreendedores altamente talentosos que, após o sucesso da nova empresa, seguiram caminhos próprios, fundando empresas influentes e impactantes no cenário tecnológico.

O PayPal acabou sendo vendido para o eBay por 1,5 bilhão de dólares, tornando muitos de seus colaboradores milionários. E bem sabemos como essa plataforma de pagamentos prosperou, apesar de não entregar neste momento a flexibilidade do passado. É indiscutível que essa ainda é uma referência global para pagamentos na internet.

A letra “X” não parou por aí na vida de Elon Musk. Além de estar presente no nome de seus empreendimentos como SpaceX, X Corp e o carro Tesla Model X, agora retorna com força total no Twitter.

 

O que vem por aí?

Musk não economiza nas expectativas para a nova marca, e revelou que essa mudança é apenas um passo para o lançamento de sua tão falado “superapp” chamado “X”. Inspirado no aplicativo chinês WeChat, o futuro software promete revolucionar a forma como as pessoas interagem e realizam transações digitais.

Até aí, é Elon Musk fazendo promessas um tanto quanto absurdas, que não necessariamente serão cumpridas. E já vimos esse filme antes, com os resultados se apresentando bem diferentes do que tudo o que foi vendido na teoria.

A mudança do Twitter para “X” é mais um movimento ousado de Elon Musk, um empresário conhecido por suas ideias visionárias e capacidade de transformar conceitos em realidade. Se bem que ele também ficou muito conhecido pelas excentricidades e uma certa dose de descolamento da realidade.

O super aplicativo que ele tem em mente pode sim se tornar uma força dominante dentro das plataformas digitais, algo que não seria inédito na internet. Não podemos nos esquecer que AOL.com e MSN.com fizeram o mesmo, e a era dos grandes portais na web passou. Tenho dúvidas se um novo aplicativo com múltiplas funções concentradas poderia dar certo em um momento presente em que a maioria já se acostumou a descentralizar tarefas cotidianas, utilizando plataformas específicas para temas específicos.

Tudo o que temos de concreto nesse momento é o fim da icônica marca Twitter, e o fim de um importante capítulo da internet e das redes sociais. O “X” de Musk pode sim ser uma revolução nas plataformas de comunicação, interação e consumo de produtos e serviços, como também pode ser um alvo que as demais plataformas estão mirando para tirar o trono de Elon com um tiro de bazuca bem no meio do peito dele.

Veremos se Elon Musk vai mesmo medir todos os esforços e dinheiro possíveis e imagináveis para criar algo verdadeiramente revolucionário, ou se o “X” vai ser mais uma piada sem graça desse perturbado que entrou no Twitter com uma pia de banheiro nas mãos, apenas para mostrar (de forma falsa) que ele “é gente como a gente”.

 


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