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Os planos da Huawei para voltar ao topo do mercado global de smartphones

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Desde que os Estados Unidos decidiram vetar a gigante chinesa Huawei e seus produtos, a empresa enfrenta um árduo desafio que a deixou à margem do campo de batalha tecnológica.

Era algo inevitável. A marca perdeu terreno ao redor do planeta, já que foi boicotada pelos parceiros comerciais, por alguns mercados internacionais e até mesmo pelo consumidor, que se distanciou dos seus produtos.

A medida que resultou na proibição do uso dos serviços do Google e dos seus aplicativos, incluindo softwares considerados essenciais pelos usuários como Maps, Gmail e o próprio sistema operacional Android, impactou diretamente a posição da Huawei no mercado global.

Vamos então entender o que a Huawei vai fazer para se manter relevante no mercado, mesmo com todas as dificuldades de momento.

 

A Huawei tem um plano. Na verdade, dois…

Os últimos quatro anos testemunharam uma queda acentuada na popularidade dos smartphones da Huawei, resultado direto da ausência de aplicativos fundamentais e das atualizações do Android. E sem aplicativos e o mais popular sistema operacional móvel do mercado, fica muito difícil competir nesse segmento de mercado tão competitivo.

No entanto, enquanto a empresa parece estar encurralada, duas vias de possibilidades emergem para o futuro da Huawei. São dois caminhos relativamente complexos, mas que podem tirar a marca do buraco que está.

Tá, o uso do termo “buraco” pode ser considerado um pouco forte, já que a marca conseguiu bons volumes de vendas nos últimos anos, mesmo com as quedas de cota de mercado. Mesmo assim, para uma empresa que ocupava a terceira posição global dentro do segmento de smartphones, o cenário de momento não é dos melhores.

 

A primeira alternativa

A primeira rota de recuperação envolve uma tarefa hercúlea: aprimorar os serviços da Huawei para rivalizar com a destreza e a qualidade dos serviços do Google.

Traduzindo: é muito difícil para a Huawei suplantar os produtos e serviços do Google para sobreviver ao mercado de telefonia móvel. Que dirá para dominar o segmento, algo que é absurdamente ambicioso.

Essa alternativa esbarra em um obstáculo gigantesco, pois os usuários estão profundamente arraigados nos serviços do Google, o que torna a tarefa de conquistá-los uma batalha de resistência e persuasão.

 

A segunda alternativa

Em contrapartida, a segunda alternativa, embora seja a mais desafiadora, poderia potencialmente resgatar a Huawei de seu estado atual de desvantagem.

Trata-se de um caminho tortuoso de negociações com os Estados Unidos, buscando o levantamento total ou parcial do veto. Atualmente, os dispositivos Huawei sofrem com a falta de atualizações do Android, a ausência de aplicativos do Google e a incapacidade de desfrutar da tecnologia 5G, o que compromete sua atratividade aos olhos dos consumidores.

Aqui, o problema não é apenas passar pela humilhação de se rebaixar para os Estados Unidos, mas também convencer o governo do país de que a empresa é confiável. E isso está tão difícil, que é mais fácil convencer os usuários de que os serviços da Huawei são melhores que o Google.

 

É mais difícil do que parece

Para contextualizar, o mais recente lançamento entre os telefones top de linha da marca, o Huawei P60 Pro, opera com a versão Android 12 lançada em 2021, junto com um patch de segurança de agosto de 2022. Essa situação deixa o dispositivo vulnerável a ameaças de segurança e brechas de software recentes, o que se estende até a própria App Gallery, a loja de aplicativos da Huawei, que pode inadvertidamente redirecionar os usuários para links inseguros.

Esse tipo de problema afasta os usuários dos telefones da Huawei, pois uma das maneiras mais eficientes para fidelizar os usuários é manter os dispositivos devidamente atualizados.

Um exemplo mais concreto sobre o nível do problema para a Huawei em tentar convencer os usuários para os seus produtos é o Petal Maps, um aplicativo de navegação que oferece uma interface limpa e funcional. No entanto, a capacidade de busca não se equipara ao padrão estabelecido pelo Google.

O serviço de e-mail da Huawei carece da mesma intuição que os usuários estão acostumados no Gmail, e os demais aplicativos que tentam substituir os apps da gigante de Mountain View seguem pelo mesmo caminho de experiência de uso mais limitada.

 

Dá para a Huawei se recuperar?

A trilha para a recuperação da Huawei começa com um foco incisivo na melhoria de seu ecossistema. Esta é uma oportunidade para atrair novos usuários, embora não seja uma tarefa simples de se concluir. Encontrar um ponto de equilíbrio entre a inovação e a familiaridade com o sistema Android é um desafio que a empresa deve enfrentar com mais ênfase.

A outra opção, recuperar o acesso ao Android e aos aplicativos do Google por meio de negociações delicadas com os Estados Unidos, poderia restabelecer a posição da Huawei como uma força dominante no mercado de smartphones. A marca, que se destacou por oferecer dispositivos de alta qualidade e preço acessível, pode finalmente retornar ao cenário tecnológico global que sempre foi seu de direito.

Mas convencer o governo norte-americano a mudar de ideia sobre o veto parece ser algo muito complexo de se alcançar neste momento e, talvez, em um momento futuro.

Qual é o melhor caminho para a Huawei neste momento?

Para ser bem sincero, eu não faço a mais vaga ideia.

Mas tudo o que posso dizer neste momento é que ao menos a empresa tem dois planos. Dois caminhos a seguir. Só não pode deixar o tempo passar, esperando que tudo se resolva de forma simples, pois nada nesse segmento de tecnologia pode ser considerado algo trivial.

E no final, podemos resumir essa conversa em uma questão…

O que é melhor: convencer os usuários de todo o mundo, ou convencer o governo norte-americano?

Complicado…


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