O macOS Mojave é um indício claro de como a Apple vê o futuro dos aplicativos para desktop, que estão cada vez mais relacionados com os apps móveis do iOS.
A Apple agora permite que desenvolvedores crie aplicativos para iOS que podem rodar em computadores com iOS, onde esse recurso estará 100% disponível em 2019, através de ferramentas específicas para os developers.
A experiência de continuidade e integração já vista no Windows 10 é perseguida pela Apple, e algumas das novas características do Mojave já permite o uso do iPhone e do Mac juntos. E é só o começo.
Os apps móveis, em teoria inferiores aos aplicativos de escritório, agora podem ser os substitutos como principal meio de interação do usuário com o software e os serviços dos PCs.
Os desenvolvedores já não criam os seus melhores aplicativos para plataformas de desktops, mas sim nos sistemas operacionais móveis e para web (nessa ordem). Assim, os provedores tentam facilitar a vida dos desenvolvedores para levar os apps móveis para o desktop.
A Google ampliou o leque de opções dos seus Chromebooks ao adicionar os apps do Android ao sistema. A estratégia da Microsoft passa pelos aplicativos universais do Windows, e no futuro a aposta é no projeto Polaris, versão moderna e simplificada do núcleo atual do Windows, com a eliminação total do suporte para apps Win32.
Mas nem tudo é negativo nesse processo. A tendência para o desenvolvimento de apps móveis abre novas oportunidades para os programadores.
Muitos apps de escritório agora são criados para a web primeiro. O Google Docs é um claro exemplo disso. Slack e Trello, feramentas populares de colaboração, estão quase que totalmente construídas com tecnologia web através de aplicativos ‘nativos’, desenvolvidos em Electron.
O traslado dos apps móveis para o escritório vai beneficiar os usuários, onde os aplicativos vão aproveitar de hardware mais potente e telas maiores. E os usuários de computadores vão receber, de forma inevitável, mais aplicativos para os seus equipamentos.
O grande problema é que ainda existem oito milhões de aplicativos de desktops (apenas para Windows) onde em muitos casos não contam com alternativas similares dentro do Windows. Ou que são alternativas bem pobres.
O mais irônico de tudo isso é que, durante muitos anos, o desejado era os aplicativos de desktop nos smartphones. E agora, é preciso recorrer ao caminho oposto.
Via Neowin