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O streaming cada vez mais caro, e isso não vai mudar tão cedo

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É uma realidade: se você gosta de ver filmes e séries de TV por streaming, terá que pagar mais caro. Tão caro quanto o seu antigo plano de TV por assinatura, um formato de consumo de entretenimento que está morrendo aos poucos.

O futuro será bem salgado para as nossas carteiras, pois todas as plataformas estão aumentando os preços dos seus serviços. E este tende a ser um caminho sem volta.

Chegou a hora de cada usuário começar a pensar mais a sério se vale a pena pagar tanto para ver filmes e séries. Sei que muitos não vão aceitar os novos valores e, de forma quase inevitável, vão voltar para o torrent.

Por outro lado, é possível absorver os aumentos de preços das plataformas de forma racional e inteligente?

 

Netflix foi a que mais inflacionou os preços

A evolução dos preços cobrados pela Netflix é o melhor exemplo sobre como ficou caro para ver filmes e séries na plataforma.

Hoje, é o serviço de streaming mais caro, com uma enorme diferença nos valores finais em relação aos seus concorrentes. Para piorar a situação, o plano menos caro com publicidade consegue “capar” o serviço a um ponto que deixa a experiência de uso algo indigesto.

Por enquanto, a estratégia faz algum sentido para a Netflix, pois ela aumentou o seu número de usuário e suas receitas. Mas ambos estão avançando em um ritmo cada vez mais lento em todas as plataformas.

E tudo indica que a Netflix não vai mudar a sua estratégia justamente por causa do seu formato estabelecido: a maior parte do conteúdo é composto por produções originais e por direitos de obras de outros estúdios, e tudo isso custa MUITO dinheiro para a empresa.

E esse é outro tema que precisamos refletir para entender os valores mais caros para as plataformas de streaming.

 

Produzir conteúdo original como fator diferencial é algo que sai caro

As grandes produções (que podem ou não se transformar em um sucesso junto ao público e crítica) podem ser diferenciais determinantes para o sucesso de uma plataforma de streaming, principalmente no cenário de momento, onde a concorrência é cada vez mais pesada.

Se não fosse isso, a Amazon não transformaria “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” na série de TV mais cara da história. Por outro lado, a Netflix cancelou “Sense8” por ser cara demais e não era rentável o suficiente.

É importante lembrar que a Netflix possui uma enorme dívida acumulada, já que é um negócio que segue dando prejuízo para os seus investidores, mesmo contando com um rating de debt to equity alinhado com grandes estúdios, como Disney e Paramount.

No final as contas, o dinheiro que entra pelas assinaturas ou publicidade é menor do que o dinheiro que sai pelos investimentos, e o negócio não gera lucros.

E o cenário só piora quando a Netflix registrou perda de assinantes pela primeira vez em sua história, registrando quedas na Bolsa de Valores por conta disso.

A Netflix tenta se esquivar do cenário de caos, afirmando que o negócio do streaming “ainda está em sua adolescência, onde a era da colonização está terminando”, e cada plataforma terá que mostrar a partir de agora que conta com negócios viáveis.

Por isso, Netflix, Disney, HBO e outros serviços começaram os seus respectivos planos de choque, adotando mudanças que vão impactar no bolso dos assinantes de forma inevitável.

 

Netflix como espelho para o restante do setor

O Apple TV+ é uma das poucas plataformas que ainda não apostou na exibição de publicidade nas séries e filmes originais disponíveis em seu serviço. AINDA, pois na App Store isso aconteceu, e não foi muito bem recebido pelos usuários.

Logo, não será surpresa se você começar a ver publicidade enquanto assiste a um episódio de Ted Lasso no futuro.

Já o HBO Max será extinto, como todo mundo sabe. A Warner Bros. Discovery está reformulando toda a sua estratégia no streaming, optando por criar uma plataforma unificada com as produções mais atraentes e cobiçadas pelos seus assinantes de um lado, e um serviço de streaming gratuito e com anúncios com os conteúdos mais avulsos por outro.

E há quem diga que o futuro do streaming será esse: uma alternativa gratuita com publicidade, e outra paga, com mais conteúdos e sem anúncios. Muitos estão de olho no que a Pluto TV está fazendo, e identificando que existem usuários que toleram ver as propagandas para receber conteúdo de graça…

…porque fez isso a vida inteira na TV aberta.

E o que acontece quando um serviço de streaming gera receitas licenciando conteúdos para outras plataformas? É o que estava acontecendo quando a Netflix reinava de forma soberana e antes de todas as produtoras mergulharem no mundo do streaming. E, ao que tudo indica, isso voltará a acontecer.

A Disney já entendeu isso, e a Warner Bros. Discovery está chegando ao mesmo entendimento. Ambas devem voltar a licenciar conteúdo para outros serviços e lucrar com isso.

E a consequência de tudo isso é que todas as plataformas vão entender que, com tantos movimentos, aumentar os preços é possível porque os serviços entendem que podem fazer isso. Afinal de contas, fazem todos os esforços para oferecer conteúdos diversificados para os assinantes que, por sua vez, “que paguem por tudo isso”.

Na real? Pela forma em como as plataformas estão se configurando, o usuário vai cair no limbo em se ver obrigado a ter várias assinaturas para ter o melhor conteúdo possível. E preços mais caros em todas as plataformas só vai espantar os clientes.

A corda dos serviços de streaming está se tensionando para limites perigosos, e os assinantes estão dizendo um BASTA para tudo isso.

A Pluto TV e o torrent agradecem, pois são os maiores beneficiados deste cenário de caos que foi construído pelos principais serviços de streaming do mercado.


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