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O que sabemos sobre a tragédia do submarino Titan

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O trágico desenlace da expedição do submarino Titan, que buscava explorar os restos do icônico navio Titanic, virou a grande pauta do momento. Os mergulhadores descobriram restos “consistentes com uma implosão” do submarino em uma área próxima ao local onde repousa a proa do Titanic. Agora, muitas perguntas permanecem sem resposta.

Muito do que ocorreu com esse submarino permanece desconhecido neste momento, mas algumas informações já foram reveladas sobre os eventos que levaram ao naufrágio, através dos destroços do submarino.

Neste artigo, vamos compilar tudo o que sabemos sobre a tragédia do Titan, e o que podemos aprender com tudo isso.

 

Do começo

A equipe de tripulantes do Titan partiu da ilha de Terranova (Newfoundland) em 16 de junho. Após dois dias de viagem até o local do naufrágio do Titanic, o submarino começou a ser implantado e a descer no mar na manhã do dia 18. Inicialmente, o plano era que o submarino emitisse um sinal a cada 15 minutos, mas uma hora e 45 minutos após o início da descida, o contato foi perdido.

Ontem (22), poucas horas antes de completar 96 horas desde o início da expedição, a guarda costeira anunciou que haviam encontrado destroços do submarino a cerca de 500 metros da proa do Titanic. Os restos encontrados indicavam uma “perda catastrófica da câmara de pressão”, sugerindo que o submarino havia sucumbido à pressão oceânica e implodido.

Para os mais leigos: implosão é o contrário de explosão. Ou seja, a força exercida de fora para dentro fez com que basicamente todos os tripulantes do Titan morressem esmagados.

As autoridades foram informadas da situação na tarde do dia em que o veículo foi perdido. No dia seguinte, foi iniciada uma operação conjunta entre as autoridades dos Estados Unidos e do Canadá para buscar o submarino. Mais tarde, um navio francês, o Atalante, juntou-se ao esforço de busca.

A operação de busca foi conduzida por mar e ar, com aviões equipados com sonar, normalmente utilizados para defesa antissubmarino. Foi através dessas aeronaves que foram detectados “sons de batidas”, e essa descoberta foi anunciada na quarta-feira passada.

No entanto, na quinta-feira, chegaram as piores notícias. Primeiro, a Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou a descoberta de destroços nas proximidades da área de busca do submarino. Após analisar as imagens obtidas por veículos operados remotamente enviados à área, as autoridades confirmaram que se tratava dos restos da implosão do submarino.

 

Como era o Titan

O submarino em questão contava com 6,4 metros de comprimento e pesava 10,5 toneladas. Tinha capacidade para transportar até cinco pessoas a profundidades de até 4.000 metros, sendo que o naufrágio do Titanic está localizado a cerca de 3.800 metros abaixo da superfície.

Várias características do submarino chamaram a atenção dos observadores, como seu tamanho comparável a uma caminhonete e o fato de ser controlado por um joystick Logitech, similar ao acessório utilizado em consoles de videogames, retro emuladores e computadores. Além disso, o veículo possuía uma toalete na proa, em frente à janela pela qual era possível observar o exterior.

O submarino tinha oxigênio suficiente para permanecer submerso por 96 horas, o que teve um impacto significativo nas operações de busca. Além disso, o fato de que o submarino só podia ser aberto pelo lado de fora levou à busca também na superfície do oceano, com a possibilidade de os tripulantes estarem presos.

A implosão certamente aconteceu por conta da enorme pressão da água sobre o veículo de transporte. É importante lembrar que o Titanic, que afundou na década de 1910, só foi efetivamente encontrado mais de 60 anos após o seu naufrágio, pois a região onde ele está afundado tem mares muito profundos e uma água naturalmente muito gelada.

 

O que podemos aprender com esse incidente?

A tragédia levanta questões sobre a segurança das expedições submarinas e sua regulamentação, já que essas empresas frequentemente operam em águas internacionais. Se um país decidir impor regulamentações mais rigorosas, as empresas podem optar por mudar a bandeira de suas embarcações para contornar as restrições.

É provável que esse incidente resulte em uma revisão dos protocolos de segurança por parte dessas empresas. Assinar um documento declarando a responsabilidade por um acidente fatal é uma coisa, presenciar um acidente desse tipo é algo completamente diferente. Portanto, espera-se que os viajantes se tornem mais cautelosos.

Essa cautela pode se estender a outros setores, como o turismo espacial. Os controles nesse tipo de viagem são mais rigorosos, e os foguetes e naves espaciais são submetidos a testes extremamente rigorosos antes de transportar pessoas. Além disso, as regulamentações aéreas são muito mais rigorosas do que as que regem a exploração submarina.

A tragédia do submarino Titan despertou um interesse enorme de todo o coletivo. Além da natureza do acidente submarino, o fato de os bilhetes custarem um quarto de milhão de dólares por pessoa também chamou a atenção. Além dos conhecidos nomes como Bezos, Musk e Zuckerberg, histórias desse tipo sempre despertam o interesse de muitas pessoas ávidas por aventuras e descobertas.

O problema é que, infelizmente, em alguns casos, essas histórias não terminam com um final feliz. Quem sabe não está na hora desses mesmos bilionários repensarem algumas de suas prioridades na vida.


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