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O ônus de ter um smartphone dobrável barato

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A demanda por smartphones dobráveis a preços acessíveis só aumenta entre os consumidores de tecnologia. O desejo por dispositivos móveis inovadores e atraentes existe por parte daqueles que procuram uma maior variedade de formatos e preços no mercado.

A competição é uma força propulsora para qualquer segmento de mercado, e nesse cenário, a corrida por modelos de smartphones dobráveis mais econômicos ganha destaque. Afinal, a batalha pela supremacia nos leva a pensar: quanto mais dispositivos dobráveis, melhor, certo? E a competição não apenas catalisa a inovação, mas também pode ditar a queda dos preços, entregando uma vitória dupla para os consumidores.

No entanto, enquanto a esperança por smartphones dobráveis de marcas populares a preços de barganha permanece acesa, uma dose de realismo também deve ser aplicada. E eu estou aqui para colocar um pouco de água no chope dos mais empolgados.

 

Ainda estamos distantes de preços mais competitivos

A visão de dispositivos dobráveis com preços competitivos vindos de marcas como Redmi e Realme parece ser algo distante, pelo menos em um primeiro momento. Recentemente, três novos telefones dobráveis chamaram a atenção de todos: o Galaxy Z Flip5 da Samsung, e os dois modelos Motorola, Razr 40 Ultra e Razr 40.

E embora um deles possa ser considerado “barato” dentro do segmento de smartphones dobráveis, a verdade é que a busca por dispositivos com preços mais competitivos ainda é uma ilusão.

 

É difícil combinar resistência com preços baixos

O elemento crucial nessa jornada é a dobradiça, o mecanismo de articulação que define a capacidade de dobrar e desdobrar o smartphone. Não é apenas uma questão de evitar danos ao telefone, reduzindo a entrada de partículas minúsculas que pode comprometer toda a experiência. A durabilidade da tela é ditada pela integridade dessa peça.

Um olhar retrospectivo revela o progresso dos telefones dobráveis neste componente. As primeiras gerações entregavam mecânicas frágeis, sujeitas à invasão de água e poeira e pouco resistentes, resultando em dispositivos abaixo do esperado na durabilidade. As gerações posteriores entregaram melhorias substanciais neste aspecto, entregando uma maior confiabilidade e qualidade.

A resistência à água tornou-se uma característica incorporada nos modelos Flip4 e Fold4 da Samsung, que receberam uma certificação IPX8. Entretanto, eles ainda contavam com vulnerabilidades à poeira, o que sempre foi um problema para os compradores do telefone.

Já a Motorola adotou a certificação IP52 para o Razr 40 Ultra, acrescentando resistência adicional à poeira e respingos. E mesmo no Razr 40 que é mais acessível essa certificação está mantida, embora com limitações.

Nesse sentido, a busca por preços acessíveis pode comprometer a qualidade do mecanismo de dobragem, possivelmente eliminando a resistência à água no processo.

 

Boas câmeras com preço reduzido? Complicado…

As câmeras também aparecem como um desafio em potencial para entregar um telefone dobrável com preço acessível.

A migração de um dispositivo de entrada para um modelo intermediário muitas vezes significa um salto qualitativo nas câmeras. O mesmo ocorre ao passar de intermediários para modelos premium, um segmento que se destaca em capacidade fotográfica.

No entanto, os modelos dobráveis mais recentes não conseguiram igualar os smartphones top de linha ou premium nos aspectos fotográficos. Mesmo os modelos mais caros não competem com os melhores telefones do mercado em qualidade de imagem.

O cenário muda ao considerarmos os modelos Flip. Embora seus preços possam sugerir um segmento premium, suas capacidades fotográficas ficam aquém do esperado.

E se a busca é por dispositivos dobráveis com preços acessíveis, as câmeras podem ficar comprometidas. A sofisticação dos sensores e componentes utilizados em câmeras é um fator incontornável nos custos de produção. A expectativa de um dispositivo dobrável acessível com câmeras de excelente qualidade pode ainda estar no horizonte.

 

A experiência de uso deve ser preservada

Uma reflexão é necessária quando se trata da experiência do usuário.

A ideia de ter um smartphone dobrável sem a necessidade de abrir o dispositivo para realizar funções básicas é atraente. Mas… até que ponto essa promessa pode ser cumprida?

As telas externas estão emergindo como uma solução, permitindo o acesso a aplicativos sem desdobrar completamente o dispositivo. A Motorola liderou nesse aspecto, oferecendo telas externas práticas em seus modelos Razr. A Samsung, por sua vez, levou algum tempo para seguir essa direção, entregando essa mesma funcionalidade apenas no Galaxy Z Flip5, mas com uma experiência de uso ainda limitada.

Diante de tudo isso, ainda é difícil cravar que teremos um smartphone dobrável de baixo custo em um curto ou médio prazos. As variáveis que apresentei neste artigo complicam essa equação, incluindo é claro a maior variedade de fabricantes apostando nos telefones com esse formato.

Eu acredito que teremos smartphones dobráveis com preços acessíveis no futuro, pois esse é o ponto final inevitável de qualquer tecnologia que evolui. Mas também entendo que isso vai demorar para acontecer por ser um formato de telefone que é novo e caro pelos custos de produção.

Para quem não está com tanta grana no bolso, o jeito é esperar pacientemente pelo progresso tecnológico, a maior produção de unidades e a progressiva redução de preços. Tal e como qualquer outro dispositivo que chegou ao mercado nas últimas décadas.


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