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O longo caminho que a Samsung percorreu para alcançar a maturidade nos smartphones dobráveis

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Esse conteúdo não é patrocinado pela Samsung. Mas poderia.

A última edição do Unpacked (2023) apresentou ao mundo a quinta geração da família de smartphones dobráveis da empresa sul-coreana, a Galaxy Z. Os modelos são resultado de esforços contínuos de pesquisa e desenvolvimento da marca para criar aparelhos únicos e versáteis.

É inegável que os smartphones com tela dobrável se tornaram mais comuns e aceitos pelo grande público neste momento. As variantes Flip e Fold, que buscam combinar uma maior área de visualização à portabilidade, se tornaram os preferidos de um grande público consumidor, que encontrou nesses dispositivos propostas mais interessantes que os formatos tradicionais.

O que poucos param para pensar é que a jornada até esse ponto foi longa, cheia de problemas e alguns fracassos que a Samsung teve que abraçar para alcançar o ponto de maturação que encontramos hoje nesses dispositivos.

 

Como tudo começou

Essa dura jornada foi compartilhada recentemente pelo Diretor de I+D da Samsung, Won-Joon Choi, em uma mesa redonda que aconteceu durante o Unpacked 2023 de julho.

A saga do desenvolvimento dos smartphones dobráveis começou na Samsung há mais de uma década. Mesmo em meados de 2011-2012, quando o mercado era dominado pelos excepcionais Galaxy SII e S3, a Samsung já se dedicava intensamente à possibilidade de criar dispositivos com tela flexível e design mais versátil, pensando em múltiplas possibilidades de uso.

O primeiro Galaxy Z Fold só chegou ao mercado em 2019 e, mesmo assim, não foi o primeiro smartphone dobrável da história. Empresas como a Royole com seu FlexPai já haviam deixado sementes para o surgimento desse novo segmento no mercado mobile.

E, parando para pensar, 2019 nem está tão longe assim.

Com a dedicação de oito anos em pesquisa e desenvolvimento, a Samsung finalmente lançou o Galaxy Z Fold original, com um preço sugerido que superava com facilidade a casa de US$ 2.000. Apesar de não contar com suporte 5G naquela época, o dispositivo trouxe consigo um novo conceito de smartphone, com uma tela interna de 7,3 polegadas e uma tela externa funcional de 4,6 polegadas.

Esse telefone já era revolucionário, apenas e tão somente por oferecer essa possibilidade de uso mais versátil. O problema é que a inovação sempre cobra um preço que, neste caso, custou bem mais do que os US$ 2.000 para os corajosos compradores do primeiro Galaxy Z Fold.

 

Os problemas que a Samsung enfrentou

O percurso até o Fold original foi repleto de desafios em termos de design e engenharia.

Criar uma dobradiça e mecanismos com imãs para o fechamento, dividir a bateria em duas partes e implementar um sistema de tela dupla foram alguns dos obstáculos enfrentados pela Samsung durante o período de desenvolvimento do Galaxy Z Fold original. Agora, pense no tempo e dinheiro gastos durante o processo, e é fácil concluir que os coreanos foram muito corajosos na empreitada.

O resultado inicial deixou a desejar, obviamente: câmeras na tela interna diminuíam a área de visualização, e a proteção da tela era feita de um plástico facilmente arranhável. Além disso, o dispositivo permitia a entrada de poeira quando fechado.

Definitivamente, o Galaxy Z Fold original estava bem longe de ser perfeito.

 

A evolução do conceito

Mas a Samsung não desistiu de aprimorar sua criação. Com o lançamento do Galaxy Z Fold2, começaram as evoluções no conceito e correção dos primeiros erros: em comparação com o Fold original, a tela externa aumentou para mais de 6 polegadas, e a proteção da tela interna foi aprimorada com o uso de cristal, entre outras melhorias.

Com o passar do tempo, a empresa sul-coreana continuou refinando o design, melhorando o mecanismo de dobra e reforçando a segurança do dispositivo, o que resultou no recente lançamento do Fold5, que possui um tamanho mais fino, é mais leve e entrega uma experiência de uso aprimorada.

Vale a pena reforçar que a Samsung alcançou um ponto de maturidade muito interessante, pois conseguiu desenvolver uma dobradiça que eliminou a folga entre as telas quando dobrado, deixando o Fold5 mais resistente e higiênico.

O Galaxy Z Flip também se destacou por sua evolução de conceito. O modelo Flip5, lançado juntamente com o Fold5, apresentou melhorias significativas: menor espessura, tela 9,8 vezes maior e um aumento de 12% na capacidade da bateria.

 

O software que melhorou com o hardware

Além das melhorias físicas, a Samsung dedicou-se ao desenvolvimento do software dos dispositivos dobráveis.

O modo Flex, que permite o uso simultâneo de ambas as telas, ganhou atenção especial nos novos modelos. A empresa já implementou a possibilidade de replicar a tela na câmera, e está trabalhando em uma funcionalidade de tradução simultânea, na qual as telas exibem o texto transcrito e traduzido das conversas com outras pessoas.

Neste aspecto, a Samsung avançou praticamente sozinha, indo além do que o Google jamais tentou fazer pelos dispositivos com essa característica de design. E que só agora, com a chegada do Pixel Fold, promete fazer como “dona” do Android.

E apesar de todas as conquistas alcançadas até aqui, a Samsung continua cautelosa quanto à adoção de novas tecnologias. A empresa opta por uma abordagem gradual na implementação de recursos, a fim de evitar incompatibilidades com os usuários.

Enquanto isso, a proposta europeia de baterias substituíveis é acompanhada de perto pela empresa, visto que isso poderia impactar os dispositivos dobráveis, que possuem suas baterias divididas em duas partes.

De qualquer forma, a Samsung entrega um trabalho excepcional nos telefones dobráveis após cinco gerações de dispositivos. Eu, que era um grande cético desse formato de telefone, me convenci sobre a possibilidade de investir o dinheiro que não tenho em um produto como esse.

E vou repetir o que disse no começo: esse conteúdo não foi patrocinado pela Samsung. Mas poderia.


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