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O Google Pixel 8 é caro… mas… e a inflação?

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Um novo ano significa uma atualização do queridinho da Google: o Pixel. E desta vez, a gigante da tecnologia não decepcionou, lançando a oitava geração de seu smartphone, acompanhada pela versão Pro.

O que roubou os holofotes não foi apenas o brilho da tela Actua OLED ou as melhorias no processador Tensor G3, mas sim a promessa de sete anos de atualizações garantidas pelo próprio fabricante. Uma oferta que certamente aquece os nossos corações.

Mas nem tudo são flores no jardim do Pixel. A empolgação gerada pelas inovações tecnológicas é ofuscada por um aumento considerável nos preços. Os novos smartphones Google Pixel 8 e Google Pixel 8 Pro chegam ao mercado 150 e 200 euros (respectivamente) mais caros em relação à versão anterior, e essa é uma notícia que deixa um gosto amargo em muitos compradores em potencial.

Pois bem, vamos parar um pouco para um momento de reflexão.

 

A inflação entra na equação

É importante ressaltar que essa elevação nos preços ocorre em 2023, quando a inflação já fez estragos na estabilidade econômica de vários mercados globais, incluindo o norte-americano (que encara uma taxa de juros de 6% ao ano para tentar conter o aumento nos preços).

O peso dessa mudança de preço é mais sentido quando se compara com a recente redução de valores anunciada pela Apple no iPhone 15, e é até normal que se sinta um certo incômodo diante de valores elevados para um produto. Em um contexto de flutuações de mercado, essa alteração de preços não é apenas numérica, mas sim uma experiência tangível para os consumidores.

Revisitar a trajetória dos Pixel desde o salto da marca Nexus em 2016 é um exercício revelador. O Pixel 8 Pro ostenta o título do mais caro da história nos aspectos nominais. Mas os números muitas vezes escondem a verdadeira história.

A inflação, antes adormecida, acordou abruptamente em 2021 e 2022, forçando uma reavaliação das comparações de preços ao longo do tempo. Ao considerarmos o ajuste pela inflação, vemos que o Pixel 3 foi, de fato, o mais caro Pixel de todos os tempos, superando com alguma sobra a marca alcançada dessa vez pelo Pixel 8 Pro.

 

Outros detalhes invisíveis

Além da dança dos números, é crucial debater se o aumento de preço do Pixel 8, menos popular nos Estados Unidos do que em outros mercados, é justificado pelas especificações apresentadas.

A lista de características abre uma brecha cada vez maior em relação à versão Pro, deixando os consumidores com a difícil tarefa de justificar o investimento em um ou outro modelo.

Também não podemos esquecer o trunfo que a Google carrega na manga: seu software.

Em um cenário de competição acirrada, o diferencial dos Pixel reside na experiência do usuário proporcionada pelo software exclusivo da empresa, ainda mais agora com sete anos de atualizações do Android garantidas e todo o potencial que a Inteligência Artificial pode oferecer para o Pixel 8 e Pixel 8 Pro. Mas, como em qualquer narrativa, esta é apenas uma peça do quebra-cabeça que determina o valor final desses telefones.

No final das contas, o Pixel 8 chega como um paradoxo: ele é um avanço tecnológico embalado por um aumento de preço indigesto. Num mercado móvel volátil, os Pixel permanecem como a grande esperança do Android, mas a um custo que deve ser cuidadosamente pesado pelos consumidores.


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