A tal regra dos 15 anos é implacável.
Com o objetivo de assistir ao O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, que é considerado pelo próprio James Cameron a continuação direta dos dois filmes da franquia que ele dirigiu, eu decidi assistir aos dois primeiros filmes, a começar por O Exterminador do Futuro (1984). E, sinceramente… era um filme muito melhor na minha memória afetiva.
Um filme datado
Ainda é um bom filme… para a sua época. Chama a atenção pela proposta futurista de sua narrativa, mas quando olhamos para esse filme em 2019, com enredos mais elaborados, a história de O Exterminador do Futuro é bem rasa. Não dá para culpar James Cameron, pois seus filmes, em sua maioria, não apresentam complexidade narrativa (ou você quer me dizer que Titanic e Avatar são seus argumentos para me convencer que eu estou errado nessa afirmação?).
Mesmo assim… a ideia parecia melhor lá no passado. O filme parecia com melhor estrutura. Mas, no final das contas, ele entrega soluções óbvias, nenhum plot twist que empolgue e sua validade se justifica apenas para apresentar uma franquia que deu certo por pontos bem específicos.
O ponto mais específico de todos: Arnold Schwarzenegger (sim, eu consigo escrever esse nome sem consultar o Google).
Um personagem emblemático
Arnold Schwarzenegger nasceu para ser um ciborgue assassino. Sim, também nasceu para ser o Conan, mas o T-800 é tão emblemático e relevante para a cultura pop quanto o Bárbaro. E Arnold é um cara que venceu na vida em inúmeros aspectos (sério, sua história de vida é simplesmente impressionante). Logo, todos nós temos a obrigação de aceitar a vida como ela é.
Dito isso, O Exterminador do Futuro é uma excelente forma de lembrar ao mundo que Arnold Schwarzenegger evoluiu de forma assustadora na sua capacidade de atuar entre 1984 e 2019.
Não dá para cobrar dele uma atuação de Oscar nesse filme. E isso nem é necessário: ele está fazendo um ciborgue assassino que não tem sentimentos. Por isso, é evidente que, basicamente, tudo o que ele precisa fazer para interpretar o T-800 em O Exterminador do Futuro é andar, respirar, falar meia dúzia de frases, atirar em qualquer coisa que se mova e bater nas pessoas sem dó nem piedade.
E o Arnold Schwarzenegger de 1984 é simplesmente perfeito para isso.
O Exterminador do Futuro também mostra um pouco do humor irônico de James Cameron, que faria de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final um filme bem mais divertido e carismático (bom, pelo menos no que eu consigo me lembrar). Ou seja, se esse primeiro filme serviu para uma espécie de laboratório, já está valendo.
Do mais… o que dizer?
Que até valeu a pena assistir O Exterminador do Futuro para lembrar como tudo começou. Por outro lado, é um filme datado e abaixo do que a minha memória afetiva aplicava. Eu sei, eu entendo: era o que tinha na época. Mas… que efeitos visuais toscos, hein, James Cameron? Na boa… se eu vejo De Volta Para o Futuro (que é de 1985) hoje, eu continuo a me convencer.
Tudo bem. Vamos pro próximo. Do T2 eu tenho boas recordações (e espero não perdê-las ao rever o filme).