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Lendário engenheiro da Microsoft confirma o que todo mundo sabia: que o Windows Longhorn era uma porcaria

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Quando alguém muito respeitado no mundo da informática fala, a gente abaixa a cabeça e escuta. Neste caso, o alguém é ninguém menos que Dave Cutler, uma espécie de guru dentro desse setor.

Ele compartilhou algumas informações preciosas sobre o Windows Longhorn, um projeto ambicioso da Microsoft que acabou naufragando de forma até precoce para muitos. Bom, Dave decidiu explicar os motivos.

E é correto dizer que razões para o Longhorn não passar de um chifre enorme na cabeça de Bill Gates não faltaram. E vamos conversar um pouco mais sobre isso a partir de agora.

 

Conheça Dave Cutler

Dave Cutler é um dos nomes mais respeitados na indústria de software, sendo considerado um gênio na criação de sistemas operacionais.

Sua trajetória começou na década de 70, quando trabalhou em projetos pioneiros como o RSX-11 e o VMS na Digital Equipment Corporation.

Sua fama cresceu ainda mais quando foi contratado pela Microsoft em 1988 para liderar o desenvolvimento do Windows NT, um sistema operacional revolucionário que estabeleceu novos padrões de qualidade, desempenho e compatibilidade.

 

Por que o Windows Longhorn foi um desastre

Em 2003, a Microsoft anunciou o Windows Longhorn, um projeto ambicioso que pretendia ser a próxima geração de sistemas operacionais da empresa.

O Longhorn tinha como objetivos melhorar a segurança, a confiabilidade e a usabilidade do Windows, além de introduzir recursos inovadores como o sistema de arquivos WinFS, que permitiria uma organização mais inteligente dos dados, além do subsistema gráfico Avalon, que proporcionaria uma interface mais rica e dinâmica para os usuários.

Mas tudo isso… na teoria.

O projeto Longhorn logo se tornou um pesadelo para os desenvolvedores, que enfrentaram problemas de gerenciamento, planejamento e integração.

Em 2004, o projeto estava tão atrasado e instável que a Microsoft decidiu reiniciá-lo a partir do código do Windows Server 2003, descartando muitos dos recursos prometidos.

E o resultado de toda essa bagunça foi o amaldiçoado Windows Vista, lançado em 2007. Essa versão do sistema operacional recebeu duras críticas dos usuários e da imprensa por seu alto consumo de recursos, sua baixa compatibilidade com aplicativos e drivers e seus constantes problemas de segurança.

 

As explicações de Dave Cutler para ser tão ruim

Bom, quem usou o Windows Vista na época nem precisava de explicações oficiais para concluir que aquilo era uma autêntica bomba em forma de sistema operacional. Mas ninguém melhor do que um especialista e alguém que trabalhava para a Microsoft para falar sobre o assunto com conhecimento de causa e profundidade.

Em uma entrevista concedida em 2005, Dave Cutler admitiu que o Windows XP, apesar de ser um sucesso comercial e de popularidade, tinha sérias falhas de segurança que foram exploradas por criminosos cibernéticos, que acabaram desenvolvendo uma série de vírus e ameaças digitais.

Ele também contou que tentou migrar o Windows para a arquitetura de 64 bits com a ajuda da AMD, mas encontrou tantas dificuldades que teve que abandonar o projeto.

Segundo ele, o código do Windows era muito complexo e dependente de detalhes específicos da plataforma. E faz tempo que o sistema operacional da Microsoft é conhecido por ter um código grande demais para ter todos os seus problemas resolvidos ou brechas devidamente cobertas.

Cutler também revelou alguns dos desafios que enfrentou ao lidar com o código do Windows, especialmente o IME (Input Method Editors), um componente responsável por permitir a entrada de caracteres não latinos, como os ideogramas japoneses.

Ele afirmou que o IME desenvolvido no Japão para o Longhorn era o “pior código que já viu” em sua vida, cheio de erros e inconsistências. Dave tentou consertar o código, mas só conseguiu eliminar cerca de 5.000 falhas, deixando outras tantas sem solução. Com isso, concluiu que todo o precisava ser reescrito do zero.

Engraçado, Dave… nós, usuários do Windows Vista, percebemos exatamente a mesma coisa, e a gente nem trabalhava para a Microsoft naquela época.

Será que a gente deveria receber o salário que você ganhou para abandonar um código cheio de erros?


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