Faleceu aos 101 anos a matemática Katherine Johnson, a responsável por realizar os cálculos matemáticos que tornaram viáveis a chegada do homem à Lua nas missões espaciais da NASA. Ela foi uma das primeiras mulheres afro-americanas que trabalharam nesse setor.
Seu feito (e de suas colegas dentro da NASA) marcou uma quebra de ruptura na agência, derrubando os preconceitos raciais estabelecidos na sociedade norte-americana na década de 1960. A história desse grupo de mulheres foi recentemente retratada nos cinemas com o filme Estrelas Além do Tempo, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2016.
A morte de Katherine Johnson foi informada em uma mensagem publicada na conta oficial da NASA no Twitter, que enfatiza a celebração do seu legado e excelência, onde derrubou diversas barreiras sociais e raciais. Ela foi considerada uma das ‘computadoras’ da NASA, que calculavam a mão as trajetórias dos foguetes e órbitas ao redor da Terra durante os primeiros anos do programa espacial da agência.
Pioneira e muito a frente do seu tempo
Até 1958, ela e outras mulheres afro-americanas trabalhavam em uma unidade informática racialmente segregada, que hoje se chama Centro de Pesquisa Langley, em Hampton, Virginia (EUA). Em 1961, Johnson trabalhou na primeira missão para levar um astronauta norte-americano ao espaço. Em 1962, ela verificou os cálculos computacionais que planejaram as órbitas ao redor da Terra, na missão tripulada por John Glenn.
O nome e o legado de Katherine Johnson está mais do que gravado na história, onde o seu legado foi passando de geração para geração, inclusive com uma coleção LEGO inspirada nas protagonistas de Estrelas Além do Tempo.
Aos 97 anos de idade, Katherine Johnson recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade das mãos do presidente dos Estados Unidos na época, Barack Obama. Essa é a maior honraria que um civil norte-americano pode receber.
Sua transcendência dentro da NASA era algo indiscutível, mas foi praticamente omitida da história da agência durante décadas. Até que Hidden Figures, filme baseado na literatura e investigação jornalística sobre a sua história entregaram à ela e suas colegas um lugar justo na história.
De acordo com a reportagem da CNN, sua morte teria ocorrido há poucos dias, mas só agora a sua família tornou esta informação como algo oficial. Não sabemos o dia exato do falecimento ou a causa da morte, mas dada a idade avançada de Johnson, é de se imaginar que ela faleceu por causas naturais.
Uma perda sentida, mas… descanse em paz. E muito obrigado por todos os serviços prestados.
"We will always have STEM with us. Some things will drop out of the public eye and will go away, but there will always be science, engineering and technology. And there will always, always be mathematics."
Katherine Johnson, 1918-2020 pic.twitter.com/Vkp0MgfwtH
— NASA STEM (@NASASTEM) February 24, 2020
Via CNN