O mercado dos seguros no Brasil está vivendo uma época de muitas mudanças, principalmente ligadas à tecnologia e na procura de acrescentar a presença dos seus produtos na população. Acontece que, até hoje, o nosso país tem pouco desenvolvimento da cultura do seguro, e isso pode acabar prejudicando tanto a economia no geral quanto às finanças pessoais.
Com o intuito de trazer alternativas mais atraentes para a população, no setor dos seguros de carro, em agosto de 2021 a Superintendência de Seguros Privados (Susep) lançou a Circular N°639/21 integrada por um pacote de novas normas que permitem às companhias oferecer apólices personalizadas para os seus clientes e assim economizar no valor.
Após 5 meses da sua vigência, o resultado das modificações parece ser positivo pois atualmente, olhando para a tabela de seguros mais baratos, é possível identificar coberturas com preços, em média, 33% mais baratos do que os seguros tradicionais, ainda que seja possível contratar com até 35% de desconto em alguns casos. A modo de referência, um serviço tradicional de seguro de carro custa R$2mil aproximadamente por ano; já contratando com essa nova modalidade, o preço pode ser de R$1.650.
De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), a possibilidade de contratar um seguro com regras mais flexíveis -e mais econômicas- poderia incrementar entre 20% e 25% a frota segurada de veículos em circulação no país.
Confira as modificações:
Em termos simples, o conceito é que a pessoa pode reduzir ou incrementar o valor da apólice de acordo com os serviços escolhidos e que irão fazer parte do seu seguro. Uma das principais mudanças tem a ver com o fato de que a cobertura pode ficar ligada ao motorista e não a um veículo determinado, portanto resulta muito prático para quem costuma alugar carros com frequência.
Mais uma alteração importante é que a cobertura de danos (casco) pode abranger diferentes riscos permitindo uma proteção parcial. Por exemplo, cobrir danos produzidos apenas na parte dianteira do veículo e não todo o automóvel. Na contratação também é possível selecionar a proteção de riscos separadamente sem ter que adquirir um pacote completo e fechado. Assim, o cliente contrata proteção por roubo/furto, incêndio, colisão, granizo, etc. segundo a sua conveniência. Uma pessoa que mora numa região de poucas chuvas irá economizar tirando um risco da sua apólice que provavelmente não aconteça.
Já no que tem a ver com as indenizações pagas pelas companhias no caso de perda total do carro, o cliente pode estabelecer um valor parcial, ou seja, menor ao preço integral do mercado no momento do sinistro. Desse jeito pode ser combinada uma soma fixa, que não irá mudar mesmo que a cotação do veículo registrasse aumentos.Também existe a alternativa de acordar um porcentual do valor do mercado, 60% ou 70% por exemplo. Todas essas mudanças, obviamente, reduzem os valores das mensalidades.
É importante, na hora de escolher uma apólice personalizada, ficar bem segurado, para evitar eliminar coberturas de riscos que possam acabar prejudicando o próprio cliente. Por enquanto a mudança parece ser positiva, principalmente no nosso país, localizado no top 5 dos países mais caros para manter um carro.