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Como os fãs da Anitta “hackearam” o Spotify

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Você pode até não gostar da Anitta e da sua música. É um direito seu. Mas não pode negar que ela está com os dois pés cravados na história da música, sendo a cantora brasileira mais bem sucedida ao redor do mundo neste momento.

As 6.4 milhões de reproduções da canção “Envolver” (4.1 milhões apenas no Brasil) em 25 de março de 2022 resultaram em um marco histórico: a primeira cantor abrasileira e latino-americana a alcançar a primeira posição do Daily Top 50 Global do Spotify.

Mérito dela e de sua música. E dos fãs, que praticamente “hackearam” o Spotify para alcançar esse objetivo.

Então, vamos entender neste post como tudo aconteceu.

 

 

 

Mude de conta a cada 20 reproduções

Simon Robson, presidente da Warner Music Group, compartilhou o seu pensamento sobre o assunto, destacando o feito de Anitta e o auge dos serviços de streaming dentro da indústria musical, principalmente nos mercados emergentes. O executivo atribui parte do mérito à toda a movimentação dos fãs nas redes sociais mais populares, como TikTok e Instagram.

Aqui, muitos que não gostam da Anitta podem pensar que ela não tem tantos fãs a ponto de causar um impacto global no Spotify. Mas… quem disse que ter mais fãs basta? Esses fãs precisam ser engajados o suficiente para manipular intencionalmente os algoritmos do Spotify, algo que potencialmente viola os termos e condições de uso do serviço.

O site Rest of the World afirma que os fãs da Anitta se organizaram para inflar artificialmente os números de “Envolver”. Em 14 de março, a conta oficial de um fã clube cantora no Twitter deu um retweet de uma conta de um fã clube, que indicava qual seria a estratégia para que a música se destacasse mais rápido no Spotify:

  • Criar playlists com a canção;
  • Criar essas playlists com diferentes contas no Spotify e alternar entre as contas a cada 20 reproduções.

No dia seguinte ao tweet original, essa mesma conta no Twitter iniciou uma promoção, onde as pessoas que enviassem prints de tela reproduzindo a canção de Anitta poderiam ganhar assinaturas do Spotify Premium. Vários dos prints com o nome “Envolver” e suas variantes deixavam clara a estratégia.

Alguns seguidores usaram várias contas em diversos dispositivos para reproduzir a canção “Envolver” mais de 2.000 vezes por dia, mostrando conhecimento sobre o comportamento do algoritmo do Spotify que, por sua vez, pensa que a reprodução em looping de uma música é um bot. Por isso a técnica de diferentes playlists com várias faixas é a mais eficiente para impulsionar uma única canção.

 

 

 

Bots ≠ Fãs experientes

A tática não é desconhecida das autoridades brasileiras, que detectaram em 2021 pelo menos 84 sites que alugavam botos para inflar o número de reproduções de artistas nas diferentes plataformas de streaming. Porém, não estamos falando de bots no caso da canção de Anitta, mas sim de fãs que entenderam o algoritmo do Spotify e encontraram uma forma de burlar o software de forma eficiente e inteligente.

E não podemos tirar o mérito dessas pessoas. São fãs de verdade, que otimizaram suas possibilidades de engajamento e impulsionaram Anitta para um local que, de alguma forma, ela alcançaria. Porque tem méritos para isso.

O único problema aqui é que dificilmente o feito deve se repetir, já que muito provavelmente o Spotify vai tomar medidas sobre o assunto, agora que eles conhecem o método. O algoritmo da plataforma será alterado, e os fãs terão que trabalhar mais para conseguir colocar o seu artista preferido no topo das reproduções da plataforma.

E, independente de qualquer coisa, parabéns para a Anitta e seus fãs. Não é todo dia que um algoritmo é burlado dessa forma.


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