Os Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 estão oficialmente abertos. Tudo bem, as competições estão rolando na China desde a última terça-feira (2), mas a cerimônia de abertura da competição acabou de acabar (sem trocadilhos) agora a pouco, em 4 de fevereiro.
Uma das principais curiosidades da competição olímpica deste ano (e o que justifica o post em um blog de tecnologia) é o fato da grande maioria da neve que você vai ver ao longo de duas semanas de competição é “fake”.
Vamos explicar neste post como a China está criando a neve artificial utilizada nos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022.
Por que a China está criando neve?
Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 estão utilizando dezenas de geradores de neve e centenas de sopradores de neve para criar nada menos que 1.2 milhão de metros cúbicos de neve em pó. Só assim a competição vai acontecer sem maiores problemas.
Os principais eventos esportivos dos Jogos de Pequim acontecem no deserto de Gobi, que não tem tanta neve quanto parece. E esse não é o único motivo para que se utilize neve artificial durante os dias de competição.
O relatório Rings of Fire dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 revelou que muitos atletas se preocuparam com os elevados níveis de calor e humidade da capital japonesa, algo que se confirmou durante a competição realizada em julho e agosto de 2021. E existe uma preocupação global em tornar o planeta mais sustentável. Caso contrário, não teremos condições de realizar jogos de inverno em um futuro não muito distante.
Dessa forma, os Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 entram para a história por utilizar quase 100% de neve artificial. Tudo para combater a mudança climática e, também, cumprir com o compromisso que a própria China assumiu em reduzir a emissão de materiais na atmosfera.
O Comitê Olímpico Internacional confirmou que, a partir de 2030, todas as edições dos Jogos Olímpicos de Inverno contarão com neve artificial, se tornando a norma para a realização do evento.
Como a China está criando essa neve?
Aproximadamente 350 canhões de neve e sete salas de máquinas e estações de bombeamento são responsáveis pelo funcionamento de 51 bombas de alta pressão e nove torres de refrigeração são responsáveis pela produção da neve artificial. A operação usa 185 milhões de litros de água e custam para os cofres chineses US$ 90 milhões.
Mesmo sendo um método inovador e mais limpo, o sistema gera críticas por conta do alto custo ambiental envolvido, já que exige uma grande quantidade de energia, que é cara e pode resultar em uma drenagem dos recursos híbridos. Mesmo assim, os envolvidos (incluindo as autoridades chinesas e o COI) defendem que os Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 serão sim sustentáveis.
🎇✨1️⃣2️⃣days to go! Advanced technology and innovative approaches are applied to all 3️⃣ competition zones of the #Beijing2022 #Olympic #WinterGames! Let’s celebrate a #green and #sustainable #Olympics, a true festival of #WinterSports!♻🥰❄ pic.twitter.com/l6HZLruvoX
— Beijing 2022 (@Beijing2022) January 23, 2022
Alguns atletas estão reclamando da mudança, pois alegam que a neve artificial é mais gelada, mais rápida e perigosa. Além disso, o número de lesões podem aumentar, sem falar nos danos diretos ao meio ambiente pelo uso de pesticidas para manter a neve artificial gelada.
De qualquer forma, é uma tentativa para reduzir os impactos de um problema que hoje é muito maior do que dimensionamos. Quem sabe essa tecnologia acaba evoluindo, com soluções de uso de energia renovável e outros materiais mais eficientes para manter o gelo.
Os Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 acontecem entre os dias 4 e 20 de fevereiro.